terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Sísifo e o sentido da vida

3 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Ainda bem que a filosofia, e não tanto a investigação empírica, não tem como objecto a formulação de receitas para responder a questões e, muito menos, a resposta teórica a problemas de ordem prática.
A própria questão do sentido dificilmente será uma questão objectiva, quanto mais a questão do sentido da vida, da minha para os outros, para mim, e dos outros para mim, para eles. E, em tudo o que tiver de objectivo, provavelmente, já não é uma questão do sentido que se interroga, mas do sentido de que se parte.
Dentro das escalas e acepções possíveis de sentidos, imediatos, de mero expediente, de sobrevivência, ou teleológicos, biológicos, culturais, é possível concluir que tudo faz sentido ou não consoante a "oferta" de "sentido" disponível na cultura.
Do mesmo modo e ainda de acordo com essa oferta, seja ela religiosa, filosófica ou científica, não existe nenhuma "oferta" meramente subjetivista. A própria religião recusa peremptóriamente qualquer resposta subjetivista, relativista, pessimista, para a questão do sentido da vida.

sen ti dio disse...

O Professor explicou brilhantemente a vida, real, pragmática, com princípio, meio e fim. Lógico e finito. Explicou o segmento de reta, não a reta... Uma coisa é a vida, outra, o seu sentido. De onde vem, para onde vai, para que serve, de que serve, o que serve? Claro que todos cumprimos a nossa biologia e desenvolvemos atividades variadas ao longo do dia, cognitivas, emocionais, sociais e outras que tais. Às vezes, até amamos!
Mas porquê essa necessidade "biológica" de olhar as estrelas?

Carlos Ricardo Soares disse...

Ainda sobre o sentido e o sentido da vida, tomo a liberdade de partilhar um poema que escrevi com o título "Desafios"

Que o vão seja a forma
de um apenas
e haja forma de o ser
manter raízes
que a dor de saber
que nos condenas
oh, Deus! É uma dor
por aquilo que não dizes.

Não busco canto nem
dia perfeito
não busco nada
no que aparece
a maior parte
é este meu defeito
de acreditar
naquilo que acontece.

Como se a própria vida
me traísse
embora eu pense
que o traidor sou eu
tenho pena por tudo
o que não disse
melancolia
pelo que morreu.

Estranha esta alegria
de estar vivo
estranho mundo
sob estranho céu
a minha vida
ganha algum sentido
se penso no sentido
que perdeu.

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...