terça-feira, 2 de outubro de 2018

NOBEL DA FÍSICA 2018


O Nobel da Física vai para aplicações da luz laser, o feixe de luz coerente e monocromática que foi uma ideia de Einstein. Em 2015 celebrou-se o Ano Internacional da Luz e a decidiu-se comemorar todos os anos, a 16 de Maio dia de aniversário do primeiro laser, curiosamente o dia do nascimento de José Mariano Gago) o Dia Internacional da Luz. O primeiro laser de luz visível foi demonstrado em 1960 e o seu autor, o americano Theodor Maiman, não ganhou o Nobel. Depois disso já vários cientistas ganharam o Nobel com trabalhos que recorrem ao laser. De início dizia-se que era uma invenção que não servia para nada. Nos laboratórios o laser tem sido um instrumento extraordinário. E toda a gente sabe que serve para muita coisa por todo o lado: para leitura de CD e DVD,  comunicações, impressoras, apontadores, cirurgias, corte de materiais, espectáculos de luz, e até para depilação...

Os vencedores do Nobel de 2018 criaram invenções muito úteis baseadas no laser. O americano Arthur Ashkin, um cientista veterano (tem 96 anos e parece que ainda trabalha em física), ganhou metade do prémio por ter desenvolvido nos anos 80 as pinças ópticas, um instrumento que permite, usando a pressão de radiação da luz laser, manipular micropartículas, ou microorganismos, como bactérias. A técnica entrou nalguns laboratórios biológicos por permitir aumentar o domínio e o controlo experimental. Por outro lado o francês Gerard Mourou, de 74 anos, e a canadiana Donna Strickland, de 59 anos, ganharam a outra metade do prémio, por terem desenvolvido também nos anos 80 uma técnica de formação de pulsos intensos de luz laser (amplificação gorjeada de pulsos): como a luz é uma onda, eles esticam-na, a seguir amplificam-na e depois comprimem-a rapidamente de modo a obter um flash de laser, uma luz muito que é aplicada de modo curto e intenso em vez de ser de modo contínuo. Na altura do artigo conjunto ela era aluna de doutoramento dele, na Universidade de Rochester, Nova Iorque, nos Estados Unidos (Mourou veio da Politécnica de Paris e passou depois pela Universidade de Michigan, ao passo que Strickland é hoje professor associada na Universidade de Watterloo, no Canadá). Foi o seu primeiro artigo!

Uma palavra especial para Donna Strickland: é a terceira mulher a receber o Nobel da Física: a primeira tinha sido a famosíssima Madame Curie em 1903 (haveria de ganhar um segundo, em Química, em 1911)  e a segunda a física nuclear alemã Maria Mayer em 1963. Poderia com certeza ter sido outra a homenageada (por exemplo na área da astrofísica), pouco interessa: o que interessa é que a atribuição do Nobel da Física de 2018 a uma mulher não deixa de reflectir a crescente presença das mulheres na Física e na ciência em geral. Já tinha havido no passado uma estudante de doutoramento que não recebeu o Nobel da Física ao lado do seu supervisor, mas desta vez fez-se justiça.

2 comentários:

Anónimo disse...

Os parabéns aos 3 galardoados pelo trabalho de elite que têm feito.

Anónimo disse...

Enquanto estes três grandes da Ciência Física são galardoados com o prémio Nobel, em Portugal os professores de Física do liceu estão integrados compulsivamente na carreira profissional dos Educadores de Infância, a disciplina de Física é opcional no 12.º Ano e as notícias em destaque nos meios de comunicação social, sobre investigações realizadas no nosso meio académico, referem pazadas desferidas por veteranos pastranos, e pelo Dux, nas costas desnudas de caloiros da Universidade da Beira Interior, para marcar, com sangue e sofrimento, o clímax de cerimónias secretas, da Praxe, que decorrem a altas horas da noite, no alto da Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela!
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