terça-feira, 17 de outubro de 2017

INCÊNDIOS FLORESTAIS, O CLIMA NÃO EXPLICA TUDO

Texto do Professor Galopim de Carvalho que o De Rerum Natura agradece.


Eu, António Marcos Galopim de Carvalho, com 86 anos de idade, professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa, nas Faculdades de Ciências e de Letras, ex director do Museu Nacional de História Natural (durante 20 anos), doutorado pelas Universidades de Paris e de Lisboa, autor de cerca de 300 títulos, entre artigos científicos, de divulgação e de opinião, de centenas de “posts” em Blogues e no Facebook, de 20 livros dirigidos aos ensinos secundário e superior e à divulgação científica e de 6 de ficção. Colaborador, sempre a título gracioso (e borla, como diz o povo), com dezenas de escolas, autarquias (de todas as cores políticas) e universidades, de todo o país, jornais e televisões.

Isto tudo, ao estilo de quem está a “puxar pelos galões” (que todos os que me conhecem e me leem, sabem que não puxo) para conferir algum peso ao desabafo de uma convicção muito minha, muito séria, como cidadão declaradamente independente dos aparelhos partidários.

O verão quente e extremamente seco que vivemos (as alterações climáticas estão a alertar-nos para tempos difíceis) justifica a dimensão e a intensidade dos incêndios florestais que tanta dor infligiram a tantas famílias e tantos prejuízos causaram à economia do país. Mas não explica o elevado número de focos de incêndio, nem locais diversos, detectados durante a noite, sem trovoadas secas nem fundos de garrafas de vidro ao sol. O calor e a secura propagam e alastram os fogos mas não os iniciam.

Os imensos e trágicos incêndios do passado fim-de-semana (falou-se em mais de 500), alguns iniciados de noite, afiguram-se-me como que um “aproveitar” os últimos dias deste verão que nos entrou Outono adentro (pois sabia-se que a chuva vinha aí) para dar continuidade a uma guerra surda contra o Governo legítimo cujos sucessos são, por demais, conhecidos cá dentro e lá fora.

Basta ler e ouvir os comentadores dos jornais e das televisões ao serviço dos poderosos, para perceber como esta tragédia nacional continua a ser utilizada por eles nesta guerra. E a verdade é que tem tirado algum proveito (não todo) desta estratégia.

É notório que o governo está fragilizado. Também por culpa sua, diga-se, que, em minha opinião, não soube ou não quis “partir a loiça” na altura certa. Neste momento e com tamanha e bem orquestrada campanha contra a “Geringonça”, a sorte do Governo é que a mais do que fragilizada oposição não tem nada a propor aos portugueses.

A. Galopim de Carvalho

4 comentários:

Anónimo disse...

Senhor professor Galopim de Carvalho, presentemente vivemos num mundo à beira de uma guerra nuclear, sabe disso não sabe?! até sabe bem o que significa o estilo de vida que levava o homem das cavernas! aquele a que estamos a um passo de nos tornar. O sr. António Costa não mexe uma nádega que seja, em lado nenhum para mostrar a posição de Portugal sobre o assunto, se é que ele tem alguma opiniao. António Costa (tem a qualidade de ser amigo do amigo) está nisto alinhado com os poderosos de que nos fala, e ignora simplesmente o assunto, como se vivêssemos num outro mundo, distante.
O senhor professor Galopim de Carvalho, podia escrever sobre isto sim, porque se acontecer algo terrível, já não poderá escrever nada, nem terá ninguém para o ler, e a oposição sairia incolme da sua pena, não é verdade! já agora, o professor Carlos Fíolhais, físico, podia esclarecer-nos o que fazer mediante uma catástrofe nuclear (onde nos abrigar!), bem sei que António Costa leva muitos anos a considerar que os portugueses são estúpidos (é a vida do político), que não adianta preparar nada, que não vale a pena criar um plano de emergência, que as pessoas nem precisam de saber o que fazer, quais são os efeitos da radioactividade, pensa que os portugueses são pouco inteligentes para compreender isso etc... o melhor é ter fé! mas o senhores professores não! não pensam assim, nem podem pensar, porque são professores.
Bem vê senhor professor como são as coisas... e o senhor que não é politizado não vai defender António Costa nem certamente culpar Passos Coelho neste quesito. Pode no entanto fazer juz aos seus galões e denunciar a ignorância do tema, outros ensinarão o que fazer para nos defendermos da radioatividade, deixemos lá o António Costa, gozar-se no poder, que o guarde muito bem para sí e seus, mas o que é preciso é que haja alguém que ajude, que esclareça. Não podemos confiar no silencio do António Costa, na sua politica exterior e interior, que nos trata como estúpidos, incapazes de compreender o mundo.

P.S.:Se de catástrofes se fala, idem para a harmonia dos procedimentos.

I.D.

Anónimo disse...

... para concluir: vivemos sobre a ameaça de uma catástrofe nuclear, mas não podemos sequer pensar em tomar medidas para uma eventual ocorrência! porque isso levaria as pessoas (povos do mundo) a tomar consciência do problema, e por conseguinte a combate-lo, combatendo os "poderosos"! hum hum! mas então o António Costa está no lado dos "poderosos", são agora amigos do António Costa, ou António Costa é aqui uma vez mais vitima dos "poderosos" professor Galopim de Carvalho?
Ou os poderosos só se anunciam num sentido?
Como o professor Galopim de Carvalho aludi-o ao termo "partir a loiça" digo-lhe que há países que, presentemente, o estão a fazer, desafiando os poderosos da ordem mundial, á custa de enormes sacrifícios, sabe disso não sabe professor Galopim de Carvalho? Ora para "partir a loiça" é necessário coragem e não "galões".

I.D.

rita disse...

Para quem se diz independente dos partidos...
Governo legítimo, mesmo? Concorreu coligado?

Anónimo disse...

V. não pesca mesmo nada disto, pois não?

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Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...