O CLEPUL - Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas da Universidade de Lisboa (que tinha sido acintosamente eliminado pela "avaliação" científica ordenada pelo governo anterior), acaba de publicar dois livros em que dá boas provas da sua vitalidade interdisciplinar. Comum aos dois é a coordenação de Annabela Rita, especialista em Literatura Comparada da Universidade de Lisboa. E comum aos dois é a preocupação de juntar letras, artes e ciências. Um dos livros foca-se sobre a transformação e o outro sobre a criatividade:
- Annabela Rita e Dionísio Vila Maior (coords.), "Entremolduras. Da metamorfose nas artes, mas letras e nas ciências", Esfera do Caos, 2016.
Vasco Graça Moura é homenageado com a transcrição do seu curto mas muito belo discurso de aceitação da distinção "honoris causa" na Universidade do Porto, pouco antes de falecer. Distingo - é uma escolha pessoal - entre os vários textos o de Annabela Rita (“Imagem ao espelho”), Joaquim Fernandes ("Dos universos setecentistas à astrobiologia”), Luís Manuel de Araújo ("A criação do mundo e da humanidade no antigo Egipto") e Teresa Maruje (“Da essência do feminino ou do feminino essencial”).
- Annabela Rita e Fernando Cristóvão (coords.), "Fabricar inovação. O processo criativo em questão nas ciências e nas artes",
Gradiva, 2016.
Entrecortado com desenhos do arquitecto Charters de
Almeida, homenageado no livro, o volume inclui também textos de autores de várias especialidades sobre a criatividade. Distingo, de novo numa escolha pessoal, os
textos de Ernesto Rodrigues (“Branco”), José Eduardo Franco ("A história como
constru(cria)ção: uma ciência entre a verdade...”, Miguel Real (“O bestiário do escritor na imperfeição da criação literária") e Teolinda Gersão ("Stanislawsky").
Estas obras reúnem uma polifonia de vozes que procuram a unidade do saber.
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