Dos Números
( poema de Attila József)
Conheceis os
números?
É certo que
os homens números são também,
Como se
muitos 1 houvesse no caderno.
Mas estes
contam-se
E o caderno
maravilha-se extraordinariamente,
Que cada um
só pensa em si,
Quer ser aos
outros superior
E sem razão
eleva-se à parte,
Pode o fazer
até ao infinito,Dessa maneira 1 fica sempre 1,
E não
multiplica e nem sequer divide.
Refreai-vos,
E, antes de
tudo,
Olhai para
as coisas mais simples –
Somai-vos,
Que,
crescendo enormemente,
Também Deus,
que é infinito,
De algum
modo aproximeis.
A Pedra
Lançada ao Ar
(poema de Endre Ady)
Pedra
lançada ao ar, na tua terra
Caindo,
pequeno país, regressa
Sempre a
casa teu filho.
Visita
torres em série, longe,
Tem
vertigens, entristece, no pó onde
Fora nascido
cai.
Desejoso de
partir, não consegue
Fugir ao
sentir húngaro, ou leve
Ou já de
novo aceso.
Sou todo teu
no meu grande rancor,
Grande
infiel nos cuidados do amor,
Aflitivamente
húngaro.
Pedra
lançada ao ar, triste sem qu’rer,
Pequeno
país, tenho teu parecer
De maneira
exemplar.
E, ai!, é
sempre vã qualquer ideia:
Cem vezes
que me lances, voltarei
Cem vezes,
afinal.
1 comentário:
Gostei dos poemas, são diferentes.
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