Hoje foi um dia muito importante para todos os que desejam a desvinculação de Portugal ao Acordo Ortográfico de 1990. Depois de ouvidos alguns dos subscritores da petição submetida à Assembleia da República, foi decidido por unanimidade, pela comissão parlamentar que analisou o tema, a obrigatoriedade de discussão em plenário da Assembleia da República. Esta é uma decisão significativa, pois as anteriores petições não produziram resultados importantes. Como um dos muitos peticionários, estou muitíssimo agradecido à Madalena de Homem Cardoso, ao Ivo Miguel e a todos os que deram o seu tempo, o seu dinheiro e a sua paciência e saber e vontade para levar por diante esta petição. Muito obrigado!
Mas o que mais me impressionou, pela positiva, foi o trabalho impecável do deputado relator, o Sr. Michael Seufert. O seu relatório é extremamente profissional e enxuto, coisa que raramente vejo em documentos oficiais portugueses, nomeadamente emanados do Ministério da Educação. E mais: quando o Sr. Deputado apresenta a sua opinião, fiquei estupefacto pela clareza das ideias e pela visão realista e moderada. Mas todos podem ler este documento, na íntegra aqui, ou a síntese do que me parece mais importante aqui.
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O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA
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54 comentários:
AGORA, o Brasil que tem 190 milhoes de falantes em Português, não Europeu, mas PORTUGUÊS está-se marimbando para o Acordo.
E ia-se para o Acordo que era para ter 250 milhoes de falantes em Portugues( inclui Brasil e claro África e Asia).....seria uniformizar globalmente, assim..............
Sendo que haveria interesse em se saber melhor difundr o Português via todo o Mundo.
Tenho dúvidas de que cheguemos facilmente a bom porto, caro Desidério. Há coisas simples que são demasiado fáceis para as instituições políticas portuguesas resolverem. Tanto assim é que normalmente nunca as resolvem. Empalham.
Mas não tenho dúvidas em lutar contra o "aborto ortográfico", do modo que me for possível. E se formos muitos, cada vez mais, a não o querer havemos de o deitar por terra.
Não sem que tenha deixado várias marcas negativas perduráveis: pois se já é tão difícil ensinar o português correcto em condições normais, a avaliar até pela ortografia de quem tem o dever de escrever com correcção, imaginem-se os efeitos em muitos dos alunos que agora estão a ser formatados de acordo com o dito.
Logo que possa vou ler os documentos que refere. Obrigado.
Sim, espero que volte tudo à estaca zero e se pense num verdadeiro acordo ortográfico, não numa monstruosidade, como é o dito aborto ortográfico.
Espero que se volte à estaca zero e que cada país tenha a sua identidade individual. As diversidades linguísticas existem e é isso que é maravilhoso numa língua. Tentar impingir unidade é irreal.até
Obrigada pelas palavras gentis, caro Desidério.
Aqui está a versão oficial, devidamente assinada, do "RELATÓRIO SEUFERT", no "site" da Assembleia da República:
http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c324679626d56304c334e706447567a4c31684a5355786c5a793944543030764f454e4651304d765247396a6457316c626e52766331426c64476c6a5957387659546c684f54646c5a4745744d57457a4d7930304d7a41774c546c6b595751744d445579597a55344f475a6a5a446c6c4c6e426b5a673d3d&fich=a9a97eda-1a33-4300-9dad-052c588fcd9e.pdf&Inline=true
Uma pequena rectificação: o debate no plenário da AR da nossa Petição já era obrigatório por Lei, dado o elevado número de signatários; o que foi APROVADO POR UNANIMIDADE pela VIII Comissão Parlamentar foi este Relatório, na reunião ordinária de ontem.
Eis também, aqui, a audição de peticionários (o Deputado Relator estava em licença de paternidade):
http://www.youtube.com/watch?v=UjzMpnJFEjY
Abraço aCtivista!
Voltar à estaca zero é voltar a que acordo? Não conheço ninguém que escreva bem de acordo com qualquer "acordo" anterior a este de 1990...tal como a grande maioria não cumpre os acordos internacionais (que Portugal assinou). Tento cumprir toda a legislação oficial que superintende toda a escrita em português (que não é apenas a dos tradicionais linguistas!). Penso que estas oposições vão contribuir para fazer esquecer o português... e assim... pode ser que os portugueses "percebam" que têm de estudar mais inglês...para saberem o que são os "biliões ingleses", etc. de modo a perceberem o que são os "biliões brasileiros"...
Confesso que assinei porque tenho uma dificuldade de desterritorialização acompanhada de vários tiques autistas geo-referenciais no enquadramento de um trauma sofrido com uma mochila esfarrapada num processo de fuga. Mas continuo a ser pela Liberdade. De qualquer forma, acho que se deve ter cuidado com os acentos e os hífenes e as mutações gramaticais e por aí fora... Há linhas que afirmam uma existência e conferem voz à alma (ou lá o que é), traços corpóreos que encerram singulares particularidades. A Língua não é uma definição meramente material; é escrita com linhas de interioridade, é a expressão de uma obra. Se sofrer acção exterior, entra em desarmonia ou em harmonia tensa. Não se pode desabitar a Língua ou dividi-la com alguém sob pena de desconfiguração histórica numa torção do espaço e do tempo que torna a identidade artificial. Podemos dar consistência ao infinito sem perder as coordenadas identitárias ou sofrer desalojamentos. Capaz de a matemática ter provas disto. Aceitar diferenças não é “tu + eu = teu":0) É fazer uma composição de duas coisas sobrepostas; criar uma terceira coisa, uma resposta que se vai constituir como nova entidade.
O caso do acordo ortográfico está explicado no filme “A Mosca”.
Muito bem! Está dado o primeiro passo para a fragmentação da língua portuguesa! Parabéns aos separatistas da língua! Em breve o Brasileiro será a 5ª ou 6ª língua mundial, e o Português a 50ª ou 60ª. Devem estar todos muito contentinhos pela facada que deram à língua de Camões! Se o Português já era "um espanhol mal falado", em breve será um dialeto que ninguém terá interesse em aprender. Tudo graças a meia dúzia de intelectuais desocupados que pensam que mandam na língua. O vosso nome talvez venha a ficar na história da língua... pelas piores razões.
Obrigada Eunice. Tenho pena de não falarmos latim.
Também espero que se volte à estaca zero... à língua de Dom Denis...!!
Já que a luta é pelo 'purismo' latino que voltem não à grafia da língua portuguesa de 1945 ... voltem a escrever a "lingoa portugueza"!
É assim que se vê uma nação a cair, quando não encaram a realidade e ainda agem como se fossem um império. Vivemos numa era informática onde a gigantesca maioria de conteúdos em português estão na vertente brasileira, e isso só irá mudar com um acordo ortográfico, porque o resto do mundo está-se nas tintas paras diferentes vertentes, usa a mais usada e acabou.
Mas um velho ... de aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
a voz pesada um pouco alevantando,
que nós no mar ouvimos claramente.
Cum saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito: (ler o anónimo acima)
DELVIS DE CAMÕES
É triste ver que a língua portuguesa está a ser fragmentada pouco a pouco. A Espanha deu testemunho a todos de que uma unificação ortográfica é possível. Conseguiu com êxito unir mais de duas dezenas de países e criou regras únicas de grafias. Tanto ela quanto todos os outros fizeram cedências. Ninguém se sentiu prejudicado. Quem ganhou? A língua espanhola e todos os países hispanófonos!
Quanto a nós? Somos demasiadamente "bons"! Ficaremos enfunados com o nosso sentimento provinciano até que a nossa língua se tenha diminuído e desaparecido! Somos assim. Os portugueses fingem ser mais 'cultos' do que os brasileiros ao tentarem esconder os falares insulares, alentejos e interioranos do país. Como alguém já ousou dizer: "Portugal é Lisboa..."! E quanto a nós? Nós achamos que não precisamos de nada disso pois temos "impávido colosso"!
Triste fim da nossa língua!
A. dos Santos
Verdade! O Espanhol (castelhano) é uma língua forte porque existe uma política da língua, e poucos complexos de ex-colonizador/ex-colonizados. o Espanhol não está em risco de fragmentação, como o Português destes "puristas" de vistas estreitas. http://www.rae.es/rae/Noticias.nsf/Portada4?ReadForm&menu=4
E o que poderia ser considerado "um verdadeiro acordo ortográfico"!?
Creio que 191 anos depois da independência do Brasil esse, hipotético, acordo é uma utopia!
Então, aquilo que seria necessário não era um Acordo Ortográfico mas uma implementação no território português da gramática brasileira.
Será que os ingleses já desistiram da sua ortografia por causa dos americanos?
Aplauso! :)
Verdade, "anônimo"!
A Inglaterra não usa a grafia americana e nem as suas ex-colônias. O mesmo ocorre com a língua portuguesa. No entanto, ao contrário dos "puritanos" da nossa língua, os anglófonos não consideram "errada" a grafia dos EUA. Pode-se estudar no R.U e usar a grafia norte-americana e vice-versa.
Vale lembrar de que o inglês não tem estatuto de oficial na Inglaterra e nem nos EUA, por lá o seu idioma é a língua "de facto"!
Quanto à gramática...
Os espanhóis não passaram a usar a construção "tiene que tener" em derimento a "hay que tener" após a unificação da grafia.
Os ingleses por admitirem o óbvio, que os EUA falam a sua língua, não têm que passar a usar o verbo no singular após os coletivos só porque os americanos assim o fazem (The team ARE coming round to my flat after the match X The team IS coming round to my flat after the match).... Os ingleses continuam a descansar “AT weekends” e os americanos “ON weekends” e por aí vai.
Ninguém irá impor a sua gramática a ninguém. Os portugueses continuaram a usar artigos antes dos possessivos e os brasileiros o farão facultativamente. Os portugueses darão sequência ao uso do infinitivo enquanto os brasileiros preferem o gerúndio.
A gramática não está em questão, até mesmo porque varia dentro de um mesmo país.
A. dos Santos
A língua houve sob: fixação ou ficção?!
Não sei. Alguma coisa feita por verdadeiros especialistas da língua portuguesa, que não seja ao arrepio dos falantes e de quem escreve em português. Ou então, que não haja acordo nenhum...
Neste assunto parece que há uma conversa de surdos e, acima de tudo o interesse económico de alguns que têm a ver com novas publicações, novos livros... Sim srª faça-se como os ingleses e espanhóis. Mas não se faça uma salada ruça ...
"Ruça-russa"
Aquela criança é russa e o seu cabelo é ruço.
"Os portugueses continuaram a usar artigos antes dos possessivos e os brasileiros o farão facultativamente"
Os portugueses continuarão a usar artigos antes dos possessivo e os brasileiros fá-lo-ão facultativamente..
Fico contente. Não vejo viabilidade no actual acordo. Estudei-o mais ou menos com atenção. As falhas são imensas e muito para lá das que estão assinaladas no segundo documento, algumas das quais são quase meio tontas, como o relator sinaliza e exemplifica.
Espero que a AR caia em si. O que se pretende fazer à língua portuguesa, ao nosso português de Portugal, fere. E para todos os que como Pessoa encontram nela a sua pátria, é uma abusiva falta de respeito. Deixar que a língua portuguesa evolua de acordo com os falantes julgo ser o natural e mais democrático modo de respeitá-la a ela e a quem lhe vai introduzindo inadvertidas modificações culturais. E este é apenas um aspecto. Que há muitos mais. Dissecados já até ao âmago.
E obrigada pela informação
Queriam, por gentileza, ler: "Os portugueses continuarÃO..."
Grato.
A. dos Santos.
O “sábio” L.P Pires quis parecer inteligente e usou uma construção verbal já morta em Portugal = "fá-lo-ão". A menos que os alentejanos, os insulares ou os portuenses ainda a usem? Pouco provável! Contudo, devido ao seu “alto nível de sabedoria e conhecimento”, esqueceu-se de fazer a concordância em número (...antes "dos possessivo_"?).
Com tamanha carga cultural e linguística deveria tentar ensinar o Presidente da República Portuguesa a usar o verbo FAZER. Sim, talvez assim o Cavaco aprendesse que não existe a forma “façarei”! Só teríamos um problema: Acertar o plural! ( Ou seria oS plurAL?)!
...
Claro que sei que Portugal não se resume apenas aos tais “sábios”.
É terra de boa gente!
Cumpts.
SIM discutir a orthographia com gente chamada seufert ou kuettner é de facto
magelhânico ou manico.....tirando a gelhâ....ou maníaco é só pôre crescento...
Michael Seufert é um nome muy comum aqui nas ilhas maravilhas.....
é esquina sim esquina não....já Micael é péssima ortographein
entre a micas que é peixêra ....
Sou Português casado com uma Sra Brasileira e, sei do que falo... português de Portugal é uma coisa e do Brasil é outra. Afinal donde veio a língua portuguesa? Do Brasil? Claro que não! Então porque haveremos de mudar o nosso português para a forma brasileira? Acaso vocês sabem dos pontapés na gramática que se dão pelo Brasil? Porque será? Para mim só tem uma explicação que é pela forma banal que se ensina o português no Brasil que, até os professores erram aqui e ali e nada nem ninguém leva a mal, de tal forma que o português no Brasil caiu numa bandalheira total que ninguém sabe mais como é(que me desculpem aqueles que falam bem e escrevem melhor) é lógico que me reporto ao povão na sua maioria. Sou a favor de conservar o que está bem e, o português de Portugal a meu ver é o mais correto logo, deixa estar assim, cada um que fale o que lhe pertence.
Jonas, poderias apontar em quais pontos o português europeu ficará mais "abrasileirado" com a nova ortografia? Não consegui encontrar nem mesmo um. Já o português do Brasil abandonou o trema e acentuação dos ditongos abertos para que se aproximasse da ortografia portuguesa. Será que fazes referência à supressão das consoantes que não são mais pronunciadas como em direCto e aCto? Caso seja, podes ficar descansado! Afinal quem começou a suprimi-las foi Portugal ainda no século passado. Por que achas que não escreves mais “aNNo, coMMunicação” e “proHibido”, por exemplo? Sim, porque Portugal, antes mesmo do Brasil, decidiu que não faria mais sentido grafar aquilo que não se fala. Portanto, a ideia de suprimir as consoantes ditas “mudas” não é brasileira, é legitimamente portuguesa.
Já agora, dizes bem ao afirmar que o português do "povão brasileiro" anda aos pontapés com a gramática. Sinceramente, Jonas, como anda o português no interior de Portugal? A maneira como se usa a língua portuguesa em regiões insulares e no Alentejo, p.e, é muito diferente daquilo que o “povão” do Brasil fala? Em quais pontos? Num momento em que o presidente português "dá pontapés" na gramática e a Rádio e Televisão Púbica de Portugal (RTP) vive a cometer erros grosseiros fica a pergunta: Onde estará o português “correto”?
Há professores que erram? Imagino que sim. Há juízes, engenheiros, médicos, presidentes ... que assim procedem. Gostaria que considerasse que de uma maneira geral (e à luz daquilo que é tido como correto em Portugal) muito do que escreveste no teu comentário estaria “incorreCto”. No entanto, não duvido que fales português. Até mesmo porque não escreveste em inglês, que seria a segunda e última possibilidade de compreensão para mim.
Assim, o que tem acontecido é que há uma minoria que prega uma língua de "faz-de-conta". Há também aqueles que pregam uma forma morta da língua como se fosse viva. Esforçam-se em usar expressões abandonadas naturalmente pelo idioma há décadas. Para quê? Para que pareçam melhores, mas, sem demora, se mostram incapazes de levar um texto até o fim sem cometer alguma incorreção – sim, aqueles erros que criticam.
Peço-te desculpas pelos meus erros grosseiros de português, a língua de Camões ( ou seria Camoens?)
Sinceros cumprimentos.
assine-se a ILCAO
http://ilcao.cedilha.net/docs/ilcassinaturaindividual.pdf
http://ilcao.cedilha.net/?p=11590
É ainda a melhor solução.....
Anónimo
penso - mas de pouco alcance - que o facto de existir uma forma conhecida de correcção linguística é sempre necessário. O mal do AO é que se refere a um português culto (não recordo se é este o termo exacto) e não apresenta matriz. O que pode, dadas as regionalizações naturais que a língua experimenta, originar confusões. Os modelos fazem falta.
E o facto de existirem pessoas que deveriam estar acima de toda a suspeita - PR - e erram na conversação; e outras que, nos órgãos de comunicação não são atentos à escrita, significa o que todos sabemos: que as nossas elites são de baquelite cultural e, entre outras miudezas, que a formação do português teve uns anos de menoridade e se propagou até a ideia de que o importante são as ideias, haver erros ortográficos na sua expressão é um peso menor.
Quanto às expressões que a linguagem desusa, algumas vão desaparecer naturalmente; e outras vão manter-se quase só por escrito - elas são a beleza da língua e a sua pureza suprema. Não se corta o fresco da água:)
Espero que se consiga a desvinculação, pois o acordo não é bom, como já foi sobejamente demonstrado. Mas muito mal já foi feito. Além dos livros impressos segundo o acordo e do prejuízo económico que isso envolverá, vai ser preciso desaprender as novas regras. Ou seja: o fim do acordo não acabará imediatamente com a confusão por ele criada. Mas quanto mais tarde pior e por isso espero que seja já agora.
"Mas não se faça uma salada ruça ..."
Foi propositado. Assim mesmo. Nem é preta nem é branca... é ruça.
A forma "fá-lo-ão" está morta em Portugal?!
Assim a gente não "vamos" lá...
Está dado o primeiro passo para a fragmentação da língua portuguesa? A sério? Não estava a língua "portuguesa" já fragmentada por vários séculos de evolução divergente? A "desfragmentação" do que foi fragmentado é irrealista e, ainda por cima, contraria a lei da Física segundo a qual o Universo tende para o caos (neste caso para a divergência). Contraria também o que, manifestamente, se observa no reino da Biologia. Admite-se, geralmente, que as várias formas de vida actualmente existentes divergiram de um "antepassado comum". Que processo de convergência nos permitirá retornar ao nosso antepassado comum? Toca a unificar os ADNs dos homens, dos ratos, das cobras, dos fungos e das bactérias. Começando pela espécie humana chegaríamos a uma criatura de pele morena, olhos levemente amendoados, cabelos ligeiramente ondulados, simultaneamente adaptados aos calores do Sara e aos gelos árticos. Quanto à cor dos olhos, não consigo imaginar o que resultaria da mistura de castanho+azul+verde. Amarelado?
No caso em discussão poderá a convergência linguística resultar da aplicação do critério fonético, exactamente um dos aspectos da língua falada que mais diferencia Portugal e Brasil (dando de barato as diferenças de léxico e semântica)? A minha convicção é que não pode porque o mal-amanhado AO criou duplas grafias onde elas não existiam (exactamente em razão da pronúncia. E a desfragmentação está em processo acelerado porque as "fontes de referência - VOPs, VOLPs e quejandos são, elas próprias, divergentes, o que demonstra que a "filosofia" justificadora do Acordo é um gigantesco embuste. E, porque o que tem de ser tem muita força, aceitemos as diferenças. Não me obriguem é a aceitar que as minhas raízes estão lá onde a divergência se foi, paulatinamente, solidificando.
Teresa Ramalho
Sou brasileiro de ascendência germânica !
Prezo muito o nosso idioma português.
Gostei muito dos comentários de Anonimo em resposta à Jonas, que considero o mais equilibrado.
Aprendi nos bancos escolares que "o idioma é um 'ser' vivo", que cresce e muda (evolui) de acordo com os tempos. Aquí no Brasil se verifica constantemente o uso regional e temporário de gírias, que também são constantemente trocadas por outras mais recentes, portém, que permanecem como parte do idioma.
Eu diria que o Acordo Ortográfico é uma nova oportunidade para a Lusofonia semeada por Portugal a partir do século XIV dC.
Digo uma nova oportunidade pois que outras foram perdidas no passado -a meu ver- quando dois grandes estadistas portugueses: o Marques de Pombal que advogava a transferência da Côrte para a Colônia Brasileira; e D. João VI por pressão de Napoleão e influência da Inglaterra transferiu-se para o Brasil e em 16 de dezembro de 1815, fundou o Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves.
Que em 1822 submergiu às lideranças ciumentas das Côrtes Portuguesas, já que históricamente D. João VI ao que me parece preferia permanecer no Brasil. Lamentávelmente foi vencido pelas intrigas palacianas de visão egoísta e limitada. E se não me engano o Marquês de Pombal (e outros) viam na transferência para o Brasil o futuro do Reinado de Portugal, País que hoje se inscreveria no contexto mundial como potência. A mim o Acordo Ortográfico também incomoda poi vejo nele um possível engessamento do português (lindo e enriquecido vertentes indígenas, africanas e todos os países que aquí aportaram por intermédio de seus imigrantes!)que aquí praticamos!
Mas mesmo assim me dobro à conveniência política de mantermos ou atingirmos uma maior expressão internacional, que certamente não fará mal a ninguém! Antes de encerrar os meus argumentos volto a citar abaixo novamente o Anónimo (que espero que concorde com a mesma):
"Anónimo 17 de Julho de 2013 às 15:35
É triste ver que a língua portuguesa está a ser fragmentada pouco a pouco. A Espanha deu testemunho a todos de que uma unificação ortográfica é possível. Conseguiu com êxito unir mais de duas dezenas de países e criou regras únicas de grafias. Tanto ela quanto todos os outros fizeram cedências. Ninguém se sentiu prejudicado. Quem ganhou? A língua espanhola e todos os países hispanófonos!".
Todo meu respeito a todos que me antecederam com seus comentários.
Qualquer impropriedade minha peço que me perdoem.
A todos meu abraço fraternal !!!
Não, imagina! A construção "Fa-lo-ão" está vivíssima no imaginário da "elite" dos sábios decadentes portugueses. Já o povo não sabe mais se é "estáva-mos" ou "estávamos".
Cavaco logo a usará, estou certo. Quem sabe tenhamos uma construção do tipo:"façarei-lo-ão"? Nunca se sabe! Depois de "façarei" tudo é possível.
Bom, deixemos assim. Se o presidente da República Portuguesa fala é porque deve estar certo, afinal ele não é nenhum brasileiro analfabeto. Tem sangue azul!...
Fábulas serão sempre fábulas...
@Cláudia da Silva Tomazi, se era a mim que se dirigia: sou portuguesa. Abraço,
Teresa Ramalho
@ Tereza
A nobre "cientista", usa regras físicas e/ou biológicas que não se aplicam, nem de longe, à linguística. Cria um falso tom de segurança que apenas testemunha o seu desconhecimento sobre línguas e os vastos campos que as integram. Faltam-lhe noções mínimas sobre variações lexicais, diatópicas, diafásicas e morfológicas. Conhecimentos mínimos sobre tais temáticas podem ser obtidos com estudos de Alkmim, Beline, Mori, Lyons, Crystal, Hopper e muitos outros. As suas ideias são tão vagas quanto à afirmação de que um doente que procura a cura para a sua enfermidade o faz em vão, pois está (como todos os seres vivos) fadado à morte.
Reitero, portanto, que a sua opinião é válida enquanto falante nativa da nossa língua.
Cumpts.
P.S: Leia-se acima: A nobre "cientista" usa regras...(sem a vírgula).
Obrigado.
Não percebi nada, mas vamos esclarecer: os chamados "acordos internacionais (que Portugal assinou)" não estão em vigor. Para começar, conforme previsto no texto do AO, e parte integrante deste, devia ter sido produzido até 1993 um vocabulário ortográfico comum, que nunca foi produzido. Só esta omissão já tornaria o AO90 nulo. Mas depois disso entrou-se no caos, com Portugal e Brasil a produzirem os seus próprios dicionários, o que é contra o acordo. Depois, 2 países ainda não homologaram (e o Brasil já afirmou que o quer rever ainda antes de decidir a sua entrada em vigor). O 2º protcolo modificativo que imporia a entrada em vigor do AO com homologações de apenas três países é uma grosseira violação do direito internacional. Em Portugal, já dois juízes determinaram a proibição do uso do AO90 nos seus tribunais, por ser confuso, e o indigitado para o cargo de Provedor de Justiça produziu um parecer considerando a implementação do AO90 ilegal. Ou seja, a tal "legislação oficial que superintende toda a escrita em português" é ilegal e o AO90 é legalmente inexistente. Tudo o resto, como disse e peço desculpa, não percebi.
Sem Física, sem Biologia (e sem Linguística)não estou a ver como se cumprirá o (suposto)e primordial objectivo do AO de "unificar" as ortografias de Portugal e Brasil com o estabelecimento de centenas de duplas grafias e "facultatividades". Quer esclarecer-me, caro "Anónimo" das 00:14?
TR
As duplas grafias são a exceção. A regra é a redução das diferenças entre as escritas de Portugal e do Brasil. Mas, para que saiba, todas as línguas têm palavras que se podem escrever de mais do que uma forma. Veja a imensidade quantidade de palavras que têm duas, três e até quatro formas diferentes de escrever em espanhol: http://www.wikilengua.org/index.php/Categor%C3%ADa:Lista_de_palabras_con_dos_o_m%C3%A1s_graf%C3%ADas
Não, a língua portuguesa não estava fragmentada, ou será que não consegue ler obras brasileiras, cabo-verdianas, angolanas, moçambicanas...? E o que têm as leis da termodinâmica e da biologia a ver com uma ciência social e humana, ou por outra, o que têm as leis da natureza a ver com um artefacto chamado "ortografia"? Simplesmente não se aplicam. Quantos às duplas grafias, existem na maioria das línguas, e já existiam na nossa (oficialmente disfarçadas de "variantes morfológicas e fonéticas da mesma palavra".) De qualquer forma, no cômputo geral as grafias diferentes entre norma portuguesa e norma brasileira reduzem-se à razão de 5:1. "Quejandos" ainda não há, ou melhor, já há VONs de Portugal, do Brasil, de Moçambique, de Cabo Verde quase pronto, de Angola em elaboração, e finalmente serão todos englobados num único Vocabulário Geral da Língua. Finalmente. Foi preciso um AO e mais de 20 anos para ser uma realidade. Se não fosse o AO ninguém se mexia. Agora sim, todos os países lusófonos terão uma palavra a dizer na gestão da NOSSA língua.
Esclarecendo algumas questões do comentador anterior, foram assinados dois protocolos modificativos, perfeitamente legítimos, por TODOS os países que assinaram o AO. O segundo protocolo é legal, cumpre uma norma da CPLP, ACEITE POR TODOS, que determina a entrada em vigor à terceira ratificação de todos os acordos no seu âmbito. A Convenção de Viena determina que um tratado entra em vigor aquando da ratificação de todos os envolvidos OU de outra forma acordada por estes. o AO não proíbe dicionários nem vocabulários nacionais. Todos eles serão integrados no vocabulário comum da Língua. Leiam: http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/angola-financia-trabalhos-do-vocabulario-comum-da-lingua-portuguesa_16431983.html
E leiam também: http://www.ciberduvidas.com/textos/acordo/13837
de onde destaco:
5. O II Protocolo Modificativo não precisa da ratificação de todos os Estados subscritores do Acordo pela simples razão de que este, à data da celebração do Protocolo, ainda não era vinculativo para nenhum. Na verdade, o Acordo Ortográfico de 1990 não vinculava ainda qualquer Estado, por não ter sido ratificado por todos — o que era originariamente um requisito da sua vigência —, nada impedindo a uma parte dos Estados acordar que ele passaria a vincular aqueles que o ratificassem (desde que pelo menos três), sem esperar pelos outros. Entender no sentido oposto seria contrário à redacção e ao objetivo do II Protocolo, esvaziando-o de qualquer conteúdo. Entender que o II Protocolo terá, para entrar em vigor, de ser ratificado por todos os Estados signatários «como qualquer outro ato de direito internacional», como pretendem os opositores do Acordo, é desconhecer o normativo do direito internacional e desconhecer as regras de interpretação do direito em geral.
Quanto a "(e o Brasil já afirmou que o quer rever ainda antes de decidir a sua entrada em vigor) " é favor deixar aqui ligação para essa afirmação, que, presumo, terá sido feita por alguma entidade governamental/oficial - "o Brasil" é muito vago.
Fiz um comentário dias atrás e o mesmo não foi publicado, e ignoro a razão do fato.
Em relação ao Acôrdo Ortográfico.
Pergunto a quem me possa esclarecer a razão disso.
Atenciosamente
Foi Portugal como quem diz... Diga antes um grupo de revolucionários republicanos ao extremo, que queria acabar com os "simbolismos da monarquia". A reforma de 1911 não foi mais que uma nova bandeira da república, com a desculpa de que seria para acabar com o analfabetismo. Entretanto, noutras línguas, como o inglês e o francês, escreve-se com os dois mm, os dois nn e o h. Da mesma forma, distinguem a origem de palavras como hipódromo e hipotermia, o que em Portugal foi assassinado pela fusão dos étimos hypo e hippo num, hipo. Ai que incultos que são, não haja dúvida. E não, não sou monárquico.
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