sexta-feira, 26 de julho de 2013

CRÍTICA A “SER ESPIRITUAL” DE LUÍS PORTELA

A Editora Gradiva publicou em Junho de 2013 o livro “Ser Espiritual – da evidência à ciência” do médico Luís Portela.

Como sugere e pede Luís Portela ao leitor na sua introdução ao livro, a minha leitura foi iniciada sem preconceitos e com a maior e possível imparcialidade, com a maior abertura de espírito para descobrir conhecimento novo, mantendo, contudo e como faço habitualmente, um espírito crítico contextualizado na minha cultura e formação científica.

Partilho com o eventual leitor que a leitura progrediu sobressaltada por contradições entre capítulos, pelo espanto de encontrar uma mistura de temas que poderiam pertencer a livros de áreas distintas: história da ciência; espiritismo; guia espiritual e moral, entre outros.

Na minha humilde opinião, esta mistura de assuntos sem real relação causal entre si tornam a leitura deste livro confusa, e potencialmente causadora de mal-entendidos, para além de abrir as portas às pseudociências.

Felizmente existe em Portugal e na mesma editora Gradiva uma excelente e prestigiada colecção de boa divulgação científica dirigida ao público em geral, a “Ciência Aberta”, que nos seus mais de 200 títulos inclui dezenas de livros que desmascaram de forma convincente as falsas ciências ou pseudociências que são virais ao longo da história da humanidade e que Luís Portela acredita e divulga neste seu livro.

Coisa interessante é que Luís Portela consegue escrever um livro que aparenta ser a favor do conhecimento científico e da importância que a ciência tem no desenvolvimento de uma humanidade mais livre. O problema é que o leitor menos atento pode iludir-se com a tentativa de Luís Portela em afirmar que algumas teorias, utopias e imaginações são passíveis de serem verificadas e validadas através do método científico. Mas ao mesmo tempo Luís Portela afirma que “embora não demonstradas científicamente, estas conjecturas [vidas passadas e futuras, por exemplo] fazem sentido”. O problema é que o “sentido” e as realidades mentais em que Luís Portela é livre de acreditar não são passíveis de serem verificadas, ou sequer experimentadas, pela ciência moderna. A ciência moderna tem como objecto de estudo o que é e não o que nós queremos, acreditamos ou desejamos que deva ser!

Apesar da abertura de espírito que o autor requere para uma mais proveitosa leitura deste livro, é no mínimo espantoso o facto de o médico e psicofisiologista de formação se esquecer de mencionar factos científicos que a biologia e as neurociências modernas têm disponibilizado a todos para explicar um sem número de ilusões neuronais e fisiológicas. Fenómenos que durante séculos foram domínio do desconhecido recheado de medos, das crenças baseadas em explicações erradas do funcionamento do corpo humano e das leis da natureza.

Este é o oitavo livro de Luís Portela. Conhecido pela empresa familiar que dirigiu, presidiu e de que hoje é chairman, Bial, a principal indústria farmacêutica portuguesa, Luís Portela publicou o seu primeiro livro “O Prazer de Ser”, pela Edições ASA, em Março de 2008. Este reúne diversos textos em que o autor expressa a sua experiência humana.

Enquanto presidente da companhia farmacêutica Bial, saliente-se o desenvolvimento e produção do que foi considerado o primeiro medicamento português: o Zebinix. Sendo um fármaco dirigido ao tratamento de doentes com distintas epilepsias, foi aprovado pela FDA norte-americana para ser comercializado neste país. Hoje em dia está comercializado em muitos outros países, constituindo um sucesso incontornável na história da indústria farmacêutica e das ciências da saúde portuguesas. Refira-se que o desenvolvimento deste fármaco envolveu dezenas de investigadores de várias universidades e de várias especialidades científicas durante mais de uma década. Luís Portela teve assim oportunidade de dirigir e viver a produção de conhecimento científico de excelência, publicado em revistas científicas da especialidade com revisão pelos pares, com resultados científicos reprodutíveis, validados e aceites pela comunidade científica internacional relacionada com a interdisciplinaridade que envolve as doenças epilépticas (o plural indica a variabilidade da perturbação neuronal).

Esta referência ao conhecimento e proximidade de excelência de Luís Portela com o método experimental científico moderno e com aquilo que ele implica de liberdade, probidade e honestidade intelectual, à universalidade da verificação da realidade factual, permite compreender a tentação do autor do livro “Ser Espiritual” em querer validar cientificamente uma realidade em que ele acredita. Luís Portela conhece bem o que é e como se faz ciência de excelência. Mas para as crenças, legítimas de autor, ainda não há qualquer consenso de que possam sequer ser alvo de experimentação pelo método científico, como já se disse. Estou a referir-me concretamente aos casos da reincarnação, da telepatia, da psicocinese, da vida para além da morte entre outros aspectos de uma realidade muito espírita que Luís Portela defende, legítima e livremente, existir. Acredita que existe e quer que essa existência seja demonstrada e verificada cientificamente. O problema, e tal como o próprio autor refere, contradizendo-se, é que todas as tentativas para as provar experimentalmente não produziram resultados reprodutíveis e credíveis.

De facto deve ser difícil provar cientificamente que uma galinha dobre objectos com a força do seu pensamento, como refere Luís Portela na página 89! O que é isto senão a mais ingénua pseudociência. Ou então a possibilidade de gravar vozes e imagens de pessoas que já morreram! Gravações que, por aquilo que afirma Luís Portela, são muito famosas e credíveis, feitas através de uma “transcomunicação instrumental” entre realidades distintas! Isto está mais próximo do melhor ilusionismo espírita do que da má ciência.

Neste livro Luís Portela indica e cita vários estudos efectuados em diversas universidades internacionais sobre estes assuntos e refere o envolvimento de investigadores que tentaram estudá-los cientificamente. Contudo os resultados divulgados não são reprodutíveis, como o próprio Luís Portela afirma e conclui em alguns capítulos.

O autor parte mais de uma vez do conhecimento e da história da ciência para dela tentar contextualizar e fundamentar as realidades em que acredita. É o caso da teoria física das “supercordas” (página 23 e seguintes) à qual o autor recorre para tentar sincronizar as vibrações das cordas, partículas lineares fundamentais e constituintes de todo o Universo, com as “vibrações do pensamento humano” emanado e em sintonia com uma Harmonia Universal. O que Luís Portela não diz é que a Teoria das Cordas ainda não encontrou demonstração experimental científica. É uma teoria física ainda “à espera” de ser confirmada cientificamente.

Outro exemplo de pseudociência no livro “Ser Espiritual” é o da extrapolação descontextualizada de conhecimento científico para explicar vários aspectos espíritas como são os casos da existência da alma e o da “força do pensamento humano”. O autor considera que esta é uma força que tem a mesma validade de qualquer uma das outras quatro forças físicas, como seja a da gravidade. Considerando o pensamento humano como uma força, Luis Portela aplica-lhe a 3ª lei da mecânica Newtoniana, geralmente conhecida por lei da acção – reacção (que diz que para toda e qualquer acção há sempre uma reacção oposta e de igual intensidade), e uma certa “lei da causa e do efeito” (página 31), para assim fundamentar a existência da telepatia e da influência que podemos ter uns sobre os outros através da transmissão de pensamentos positivos e negativos. E isto ocorre à velocidade do pensamento, velocidade essa que Luís Portela não diz qual é!

Confrontado com o cepticismo e desinteresse da comunidade científica internacional sobre estes assuntos, o autor repete várias vezes um apelo para que esta considere efectuar mais investigação científica nos domínios da parapsicologia. Isto porque a que foi e tem sido feita não tem obtido resultados reprodutíveis, não são credíveis, e são de difícil validação científica. Uma vez que a ciência moderna e o seu método científico não se adequam aos objectos de estudo da parapsicologia, Luís Portela desafia a comunidade científica a mudar de paradigma, a mudar de metodologia (páginas 46, 49 e 114, por exemplo).

Um facto real é o de que este novo livro de Luís Portela é centralmente sobre espiritismo, dedicando-lhe vários capítulos com seja o intitulado “Corpo anímico”. Isto, apesar de noutros capítulos, diga-se em abono da verdade, serem dele libertos e dedicados a uma exposição, sugestões, indicações do autor, fruto da sua intensa e rica experiência pessoal, sobre a melhor conduta humana, sobre a defesa do ser sobre o ter, sobre a necessidade da aproximação do Homem a uma sensibilidade espiritual que estará actualmente muito deficitária, principalmente no mundo ocidental e desenvolvido, exactamente naquele em que a ciência moderna se desenvolveu.

Este livro não é um livro anticiência. Aliás, reconhecendo a importância da ciência moderna para o desenvolvimento livre e democrático das sociedades humanas, faz, como disse, um apelo a um maior envolvimento da comunidade científica aos assuntos ditos paranormais e mediúnicos, espíritas. Contudo, Luís Portela, com um discurso científico presente em momentos chave do livro, põe ao mesmo nível do conhecimento científico as inverdades divulgadas pelas pseudociências. E é também por isso que este livro pode iludir o leitor menos informado, confundindo-o com relações que nada têm de científicas.

O leitor, assim como o autor, são livres de acreditar nas suas crenças, mas é importante denunciar mais um livro que vem alimentar o rio secular das pseudociências.



António Piedade

41 comentários:

José Meireles Graça disse...

Como?! Uma recensão que não é um panegírico, e que procura a objectividade e o equilíbrio? Acho isto muito estranho.

Tá na laethanta saoire thart-Cruáil an tsaoil disse...

é da natureza quântica do bi-logue

mais estranho é o Luís Portela estar inda vivo....

Banda in barbar disse...

comummente também deixou de levar éme duplo faz um século e picos.....

são o raio das cordas a misturarem-se no multiverso....

tempus fugit à pressa disse...

tou a brincar o senhor doutor portela aos 62 inda tá fino

tá melhor queu e quando travalhei pó senhore dottore elle num tinha estas i-dei-as esquisitas

deve ser da i-dade

ou da bi-alidade .....

no brasil mas no texto há 3 m's na palavra disse...

nem me vou dar ó trabalho de transcrever

o home deu uma ajuda à gradiva.....ok cá por mi até o profe karamba phode fazer textos de física ou pseudos.....

Song The Sangue disse...

ok trans crevo " mais comummente conhecida por lei da acção – reacção

1 m 2º m 3º 4º m nem os m's and m´s têm tantos

a firma do sogro do Jorge inda não faliu....bolas a gradiva aguentar-se nesta crise é milagre

ou sub si dio....

Tá na laethanta saoire thart-Cruáil an tsaoil disse...

em simplex de nosso socrates o cu ruptor de athenas

orthographia anterioris à reforma Orthográphyca de 1911- commummente

Anónimo disse...

bendito "m" que vos prende e medra o espírito.

Cláudia da Silva Tomazi disse...

A crítica demarca o avanço no tema.

Seria de experiência espiritualizada a pesquisa deste assunto?!

Metaphysica disse...

Mas... a alma não é orgânica?

Song The Sangue disse...

é mais merda que medra nisse tem racción

burro velho só medra mesmo né....

eu cá gosto das Lindor

Song The Sangue disse...

é mas é thysica.....

São Canhões? Sabem mesmo a manteiga... disse...


UM BLOGUE PARA EGOMANÍACOS E OUTROS MANÍACOS MENOS ESPECIALIZADOS
































































maanantai 10. kesäkuuta 2013




O CONFLITO DAS MENTALIDADES GÉMEAS NAS GUERRAS CIVILIZACIONAIS MEDRA EM NÓS OU MERDA EM NÓS?




há os jornalistas munidos de carteira ad hoc

e os jornaleiros carteiristas ad nullus

conceito de status que preto no branco

ou branco no preto

ambos abraçam

seja preto no banco

ou banco no preto

um bate-se pelos paladinos da verdade desdentada

mas voraz como papa formigas

o outro bate-se pela estratificação social

em sobas e em sobras

ambos com uma dicotomia in verbis

entre letrados opinativos e taxistas sem opinião formada

é uma visão deformada reformada

por sucessivos autos de café

e charutos com cognac en exílios tropicais e tais

medra em nós....

e merda nos avós....

José Batista disse...

A António Piedade, pela opinião serena, o meu agradecimento.

Marinho Lopes disse...

Boa crítica. Parece que o Luís Portela leu o "The Secret" ou algo semelhante, e quis escrever a versão portuguesa...

"Coisa interessante é que Luís Portela consegue escrever um livro que aparenta ser a favor do conhecimento científico e da importância que a ciência tem no desenvolvimento de uma humanidade mais livre." - Naturalmente, qualquer livro de pseudociência tenta afirmar-se como científico para tentar ter credibilidade e nesse sentido necessita de valorizar a ciência. Um livro que rejeita a ciência terá muito dificilmente credibilidade nos dias de hoje, em que qualquer leitor está ciente que as tecnologias que usa no seu dia a dia são o produto da ciência a funcionar.

"O que Luís Portela não diz é que a Teoria das Cordas ainda não encontrou demonstração experimental científica. É uma teoria física ainda “à espera” de ser confirmada cientificamente." Mesmo que seja verificada (ainda nem se sabe como, daí nem ser considerada por muitos como uma teoria científica), convém ressalvar que ela não conduz a nenhuma das conclusões do Luís Portela… Faz lembrar as tentativas de ligar a telepatia com um entanglement quântico entre cérebros humanos. Já se sabe que a física quântica tem sido a principal refém dos parapsicologistas, que começam muitas vezes o seu discurso citando o Feynman para afirmarem que ninguém compreende a mecânica quântica, de onde se depreende que isso lhes dá o direito de inventar todos os disparates que lhes pareçam linguisticamente correctos (pois cientificamente são simplesmente absurdos, já que a afirmação do Feynman tem um sentido bem diferente daquele que eles compreendem e usam). Parece que o Luís Portela quis inovar e em vez de usar a quântica, usou uma teoria não verificada e que para muitos nem se deveria chamar "teoria física" (talvez antes conjunto de teoremas matemáticos).

António Piedade disse...

Caro José Batista, eu é que agradeço a atenção. Um abraço

António Piedade disse...

Caro Marinho Lopes, obrigado pela apreciação e comentário. É importante aumentarmos a massa crítica acerca destes assuntos. Ademais, é preciso exercitarmos a discussão crítica e despojada de cientismos e pós-modernismos, sobre toda a literatura de divulgação de ciência de que este livro não é, como se disse, exemplo, nem pretende ser. Cumprimentos cordiais.

António Piedade disse...

Caro JMG. Fiz o que a minha consciência ditou. Nada mais do que isso. Não há outras intenções nem nada mais que estranhar. Cumprimentos.

Rudolfo disse...

Caro António,

Esta deve ter sido a primeira vez que leio uma critica aos escritos do parapsicólogo Luís Portela. Esse senhor parece ser intocável e por vezes auto-considerasse acima de todos. Os respeitosos meus cumprimentos!

Acho a sua critica, ponto por ponto, muito objectiva e verdadeiramente imparcial. Contudo, se conhecesse ou tivesse trabalhado directamente com o Luís Portela, muitas das suas questões estariam respondidas. Ele é uma contradição em si mesmo, enquanto pessoa e enquanto profissional!

Por uma questao de rigor, aproveito para o informar que o Zebinix não está aprovado pela FDA e esta longe, muito longe mesmo, de ser um sucesso comercial. Quer uma coisa quer outra estao directamente relacionadas com a ciência de excelência que nem o Luís Portela nem a Bial conhecem. Todos sabemos que é possivel enganar uns quantos mas enganar e vender gato por lebre todos quantos leram e analisaram o dossier é cientificamente impossível. Pois foi e é isso que o Luís Portela tentaram e tentam fazer com esse acetato de eslicarbazepina que não é nem nunca sera um medicamento inovador. O futuro dará razao aos argumentos científicos e deitara por terra aquilo que sao as crenças do Luís Portela.



António Piedade disse...

Caro Rudolfo.
Agradeço o seu comentário e a sua correcção que complementa e corrige o meu escrito.
Os meus cumprimentos.

Crítica literária disse...

Simpatizo com gente contraditória até porque a coerência é estética, não passa de um esforço e é por isso que raramente resulta. Como diz o Luís Portela, o Universo nasce das coisas contrárias e por elas se harmoniza.
Não ser um sucesso comercial pode ser um elogio.

Para começar, gosto da capa do livro. Só as crianças entram no reino dos céus... e uma visão que parece ingénua é sempre refrescante.

Acho que dei um erro há muitos anos atrás... Obrigada por mo lembrar.

maria disse...

fui ler a introdução . pareceu-me que o cientista Luís Portela , chegado aos 60 anos , questiona a ciência como única forma de conhecimento. e faz bem em questionar . penso ( não li o livro , nem vou ler ,, mas do que diz no post ) que depois errou em procurar o aval da ciência para as suas crenças : a postura dele devia ser mais assim : se os homens que se dedicam à actividade humana conhecida como ciência dizem que sou palerma , problema deles :)

Rudolfo disse...

Meu caro
Eu também simpatizo com muita gente. Contudo, não posso simpatizar com uma pessoa que se coloca num pedestal com as crenças e contradições colocando em risco a vida de outros.
Podemos sempre filosofar e mesmo dizer que o insucesso é um elogio. Engana-se meu caro! No mundo real números sao números, e é com esses números que se consegue avançar na ciência. É a evidencia que conta, nada mais! Talvez noutra vida isso nao seja importante mas nesta seguramente que é.

João Lourenço Monteiro disse...

Boa crítica, imparcial e objectiva.

Cumprimentos e grande abraço ao António.

ABS disse...

Obrigado pela crítica, que confirma algumas suspeitas sobre o rumo que Luis Portela e a sua Fundação Bial parecem estar a seguir. Efectivamente, a par de apoio a múltiplas estruturas baseadas na ciência vemos a Fundação Bial a apoiar instituições como Instituto de Psicologia Paranormal (Buenos Aires), Parapsychologist Institute (Utrecht) ou o Institut Métapsychique International (Paris). (link para as instituições patrocinadas aqui: http://www.bial.com/imagem/Centros%20de%20investigacao_portugues.pdf ). Encontramos assim uma mistura pouco saudável de ciência e pseudociência. Temo seriamente que tudo isto vá acabar na coqueluche do momento, a"medicina integrativa".

António Piedade disse...

Caro João, obrigado pelo comentário. Abraço.

D. Barbosa disse...

Pois é, parece que o Luís Portela pretende ser o Deepak Chopra português.
E, se isso se medir em êxito de vendas, parece que está a consegui-lo.

D. Barbosa disse...

Caro António,

Obrigada por esta extensa e sincera análise.
Não posso dizer muito porque não li o livro.
No entanto, estive presente numa das apresentações públicas do mesmo.
Nessa apresentação, o Dr Luís Portela começou por fazer um apelo à popularidade e à autoridade, lembrando a sua extensa experiência clínica e os milhares de casos que diz conhecer de pessoas que, como ele, "experimentaram" fenómenos paranormais (mas que ele decidiu nao mencionar no livro).
De seguida, explicou que escreveu o livro porque ainda ninguém, nem em Portugal nem no estrangeiro, se tinha ainda debruçado sobre a relação entre a ciência e a parapsicologia.
Após esta afirmação que só posso classificar como desonesta, eu abandonei a sala.

Este é o único contributo que posso fazer para a discussão.
Comprar o livro, seria dar apoio a esta farsa.

António Piedade disse...

Cara Diana,

Obrigado pelo teu comentário e informação complementar.

Marco Filipe disse...

Michael Shermer costuma dizer que as pessoas inteligentes acreditam em coisas estranhas porque são muito boas a defender as crenças que desenvolveram por razões menos inteligentes, geralmente, crenças com uma forte carga emocional. Crenças essas que normalmente são isentas do mesmo rigor e análise crítica que uma pessoa aplica a tudo o resto na sua vida. Assim se explica que Luís Portela chegue ao ponto de defender que é a ciência que tem de se adaptar às suas crenças, tal é a certeza que possui da sua veracidade. Desta forma, comete o erro de não reconhecer a hipótese real de que aquilo que procura pode muito bem não existir de verdade. Uma hipótese que, a esta altura do campeonato, com mais de 100 anos de experiências falhadas da parapsicologia, é mais do que plausível e provável.

Uma excelente crítica António Piedade,
Cumprimentos

Anónimo disse...

Caros amigos
Há muita coisa que desconhecemos, e por isso, quando falamos delas com a nossa certeza absoluto, e sem querer, estamos a dizer "meias verdades".
Está comprovado cientificamente a reencarnação
Está comprovado cientificamente a comunicação com pessoas "falecidas"
Está comprovado cientificamente, o poder do pensamento e a comunicação pelo pensamento (mas isto não quer dizer que todos saibamos usa-lo devidamente)
E muitas outras coisas estão comprovadas cientificamente e por centenas de cientistas.
Para sabermos dar uma opinião o mais correcta possível, há que estudar o tema e não somente nega-lo (pois somente nega-lo é o caminho mais fácil de falar de um tema que desconhecemos)
Quando alguém diz algo que desconhecemos, achamos essa pessoa louca e desconectada com a verdade, no entanto, muitos já morreram nas fogueiras mesmo falando da verdade!
Por isso, e do pouco que conheço e sei, do muito que é a verdade absoluta, posso afirmar que este livro é excelente e lamento as criticas feitas aos assuntos que este livro fala, sem o seu devido conhecimento
Não conhecia o autor em causa e adorei o livro.
Já comprei para enviar para pessoas amigas no estrangeiro, que na certa deliciarão com esta obra.
Sei que esta obra não aprofunda devidamente os temas... para isso há muitos livros... mas fala um pouco sobre estes assuntos, relembrando coisas importantes e que ao seguir, permite teremos uma vida melhor.
Sou grata ao mundo espiritual, por ter colocado esta obra nos meu caminho
Paula

Anónimo disse...

Concordo Paula. Faço doutoramento e não é porque algo ainda não foi comprovado que não possa ser verdade... a ciência caminha e quem sabe a ciência moderna não esteja preparada para essas questões, par verificá-las. Não é por isso que devem ser negadas ou desprezadas. O radicalismo é perigoso tanto para um lado como para o outro. Existe uma artigo na USP de um médico que comprova o benefício do Johrei, do reiki e do passe espírita. Ao menos mal essas coisas não fazem. A própria OMS declara que saúde é bem estar físico, psíquico, social e espiritual. É tão estúpido um fanático religioso, como um cientista cético e que se acha o centro do universo. Prefiro seguir aquele ditado: não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem. Logo, se não podemos provar a existência das questões espirituais, também não temos como provar a sua inexistência... se assim fosse, muitas doenças que em séculos passados eram incuráveis não teríam a sua cura hoje. Acredito sim que a ciência precisa evoluir, ter métodos e instrumentos adequados e que ainda é um "bebê" em certas questões. É preciso que um cientista tenha a humildade para dizer que nunca iremos descobrir tudo, que nem tudo conseguimos explicar e jamais conseguiremos. A partir disso, apreendemos que somos falíveis e não deuses, como a maioria dos cientistas acham que são. Não falo de religião, falo do equilíbrio entre o ser espiritual e o ser material.

António Piedade disse...

Cara Paula

Como gosto de aprender e de compreender o mundo, peço-lhe a delicadeza em me enviar ou indicar artigos científicos em que se comprove cientificamente aquilo que diz assim o estar. Muito obrigado.

António Piedade disse...

Caro Marco Filipe

Muito obrigado pelas suas palavras.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Boa tarde
não tive tempo de ler todos os comentários e sinceramente não li o livro. Segui ontem pela madrugada no Canal Porto uma entrevista ao Luís Portela..não o conheço nem conhecia, mas permita.me, após ler a sua critica, não se trata de ciência e pseudociencias. A nossa arrogância é tal que apos a definição de física quântica ou da teoria das cordas a ciência descobriu tudo! Sugiro uma sessão de Reiki e a leitura da sua definição básica...mesmo a que podem encontrar na wikipedia! A harmonização da minha energia interior e o sentido que encontrai, não no Reiki, mas através dele,estritamente pessoal as questões metafisicas e a preparação que o meu "eu" deu-me para enfrentar este mistério chamado vida foi espantoso...mas cada um poderá encontrar essa energia, que compõe todo o universo conhecido, através de qualquer disciplina que o ligue ao seu universo criativo interior. Obrigado

Anónimo disse...

Caro António,

Nunca se perguntou porque os antigos cientistas eram astrologos, filosofos, misticos, etc? era porque tinha a sabedoria de ver ciencia como um todo e não separavam as coisas...

No século 19 com a revolução industrial o materialismo instalou-se e tudo que não fosse material foi removido, passando a ciencia a ser totalmente materialista.

Mas a espiritualidade é tão antiga como o ser humano porque faz parte dele. Se por exemplo assistir às séries de cosmologia do carl sagan, ele conclui que a ciência aos poucos vai confirmando o que já está escrito nos vedas (escrituras indus) à milhares de anos.

Existem relatos de pessoas que se recordam de vidas passadas, existem pessoas que sistemáticamente ao longos dos séculos por tecnicas com yoga, xamanismo, etc aprendem a tomar consciencia dessas realidades. Claro que também existem muitas coisas falsas, mas há que saber investigar isso, e é isso que o Luís Portela defende.

Existem várias coisas que a ciência não explica, por exemplo o faquir indiano Prahlad Jani afirma estar viver sem comer e beber à 70 anos, aceitou ficar sobre obervação médica e os médicos não conseguem explicar o fenómeno.

Sr António, desculpe mas tem a sua mente limitada pela formação academica que tem e pelo sistema de crenças que lhe passaram. Se tem uma vontade sincera de conhecer a verdade, investigue e encontrará.

Sabe, você pode ler todos livros sobre mel, mas sem o provar nunca o conhecerá. Assim é a espiritualidade, não vale apena debates sobre crencas, a maq. de testes é você próprio, vá e experimente, e realize-se.

Anónimo disse...

Como é que o sr António conheceu a sensação de doce? leu livros sobre isso? foi necessária um estudo cientifico para comprovar a existência do doce? para experienciar o doce alguém teve de explicar o processo biológico de sentir doce para você acreditar que o doce é real?

Anónimo disse...

Comprei o livro; comecei a ler; parei de ler por volta da página 30; fiz um esforço, e continuei a ler, mas em diagonal, capítulo aqui, capítulo acolá, sem ter chegado ao fim; já não fui capaz. Mas pergunto-me, a propósito de "capaz", como é que a Gradiva foi capaz de publicar uma coisa destas! Li os comentários, a propósito dos quais desde já saúdo o Senhor Professor António Piedade pela sua lucidez e redação. Mas também registo alguma mágoa pela ingenuidade intelectual demonstrada por alguns comentadores. De facto, os medos ancestrais do que não se sabe e crendices sobre o que se julga saber são resíduos culturais, que persistem nas atuais sociedades, para além da cultura, sendo transversais a ignorantes e académicos, a que as religiões, cada qual à sua maneira, não são alheias. Faz décadas, em que devorei quilogramas de revistas e jornais (Paranormal), (Incrível), etc. e livros sobre Parapsicologia; era muito jovem! Mas, incentivo o Senhor Prof. A. Piedade, se ainda tiver paciência para dar respostas, a explicar, a quem julga que sabe, a diferença entre PROVA em ciência e VERIFICAÇÃO de ocorrência de fenómenos, também em ciência, pois em ciência pouco se tem provado no sentido estrito do termo, exceto em Matemática, que se demonstra.

Pedrosa Santos

Anónimo disse...

Deixo uma simples quadra do nosso sempre querido Aleixo.

Para a mentira ser segura
E atingir profundidade,
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade

Fiquem bem.

topedro disse...

"Logo, se não podemos provar a existência das questões espirituais, também não temos como provar a sua inexistência.." diz o "anónimo", parece que é precisamente isso que as retira da área da ciência...

Gina C disse...

Só é sábio quem conhece a dimensão da sua própria ignorância. Não parece ser o caso de vários autores de comentários que aqui li.

CARTA A UM JOVEM DECENTE

Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente .  N...