terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ANTÓNIO BARRETO E O MAGALHÃES

Excerto da crónica de António Barreto publicada no "Público" de domingo passado:

"O Governo continua a distribuir Magalhães, na convicção, fingida ou não, de que com tal gesto está a estimular a alfabetização, a cultura, a curiosidade intelectual, o espírito profissional, a capacidade científica e a criatividade nacional. Será que nas áreas do Governo e do partido não há ninguém que explique que isso não acontece assim?

Segundo a OCDE, o abandono escolar na União Europeia foi, em 2007, de cerca de 15 por cento. Portugal, com 36,3 por cento, tem a taxa mais alta. Mais de um terço da população entre 18 e 24 anos não completou a escola e não frequenta cursos de formação profissional. Só 13 por cento da população activa adulta completou o ensino secundário e perto de 57 por cento apenas terminaram o primeiro ciclo do básico. Ainda segundo a OCDE e um estudo de Susana Jesus Santos (do banco BPI), a distribuição dos tempos de aulas nas escolas, para alunos de nove a 11 anos, mostra como a juventude portuguesa está orientada. Em Portugal, a leitura (e o Português) ocupa 11 por cento do tempo de aulas. Na União Europeia, 25. Em Portugal, a Matemática ocupa 12 por cento. Na União Europeia, 17.

Que é que o Magalhães tem a ver com isto? Nada. Absolutamente nada!"

António Barreto

4 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

O texto integral deste "Retrato da Semana" está disponível nos blogues onde António Barreto os afixa aos domingos à tarde - [aqui] e [aqui].



Teresa disse...

Não espanta que os números de abandono escolar sejam tão elevados em Portugal, se existe um desentendimento tão profundo ao nível de professores/governo!

Pedro Luna disse...

Exactamente - e a culpa deve ser só dos professores (que têm até esse aspecto na sua avaliação) pois este governo é, no mínimo, inimputável.

diconvergenciablog disse...

O Magalhães é algo esquisito, mas prontos, dá para entreter.
Não sei como existe tanto abandono escolar em Portugal.
É esquisito que, com tanto facilitismo, os alunos ainda abandonem a escola.
Se calhar o problema é mesmo nosso, somos preguiçosos!

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