domingo, 27 de março de 2022

MATEI O MEU INIMIGO

Andei perdido na guerra,
procurando o inimigo:
vasculhei toda a terra,
de abrigo em abrigo.

Como seria o seu rosto?
Como se comportaria?
Seu ódio estaria exposto?
Que faria? Correria?

Matar-me-ia com fúria?
Matá-lo-ia com medo?
Gritaria uma injúria?
Um de nós, trinchado e quedo?

Empalei-o e abracei-o,
colocando-o no chão.
Com cuidado, observei-o:
era, horror!, o meu irmão! 

Eugénio Lisboa

1 comentário:

Anónimo disse...

Lisboa e Damião. Há muita humanidade tonta, parva.
oliveira

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