domingo, 9 de dezembro de 2018

“Se nada for feito, o colapso da civilização e de uma boa parte do mundo natural será uma realidade”, palavras de David Attenborough

Realizou-se na passada semana, na Polónia, mais uma Cimeira para o Clima promovida pela Organização das Nações Unidas. Foi a vigésima quarta. Com o Acordo de Paris mais restrito ao papel do que em 2015, ano que foi assinado, algumas vozes foram particularmente incisivas ao descrever o limite a que chegámos em termos de alterações do mundo físico e natural.

Uma das vozes que não pode ser ignorada é a de Sir David Attenborough. Isto por falar por si, mas, sobretudo, por falar pelas pessoas do mundo, de quem recolheu depoimentos. Disse ele:
“... o tempo está a esgotar-se. [As pessoas] querem que vós, os decisores, façam alguma coisa e tem de ser já. Líderes do mundo, vocês têm de liderar. A continuação da civilização e do mundo natural, do qual nós dependemos, está nas vossas mãos (...) estamos a assistir a um desastre à escala global, provocado pelo homem, trata-se da maior ameaça que enfrentamos desde há milhares de anos: as alterações climáticas”.   

Ver, por exemplo, (aquiaquiaqui)

5 comentários:

Anónimo disse...

Os líderes portugueses, com uma dívida soberana externa colossal às costas, já não lideram nada! O ministro do Ambiente propõe a redução da produção de carne bovina como uma medida emblemática do contributo de Portugal para a redução do aquecimento global! Convém lembrar os mais incautos que foram os processos industriais surgidos na Revolução Industrial inglesa que despoletaram a libertação para a atmosfera de quantidades colossais de carbono que entram na composição de muitos gases poluentes que contribuem para o aquecimento global, nomeadamente o dióxido de carbono, devido à queima de combustíveis fósseis, outrora inofensivos no seu "sono" de milhões de anos em depósitos no subsolo. O mal, também em Portugal, é que a malta é muito ecológica mas prefere andar de carro particular do que de autocarro ou comboio!
Sabendo que uma lata de refrigerante capaz de fornecer cerca de 1 caloria de energia necessita de 2.200 calorias para ser produzida – 70% das quais são utilizadas na produção da lata
de alumínio - calculem, por alto, os gastos energéticos associados à produção e manutenção de um automóvel!
Antes da Revolução Industrial, já havia muitas vacas!...
Os culpados pelo aquecimento global são uns grandes animais, mas não são "as vacas" do ministro do Ambiente!

Carlos Ricardo Soares disse...

Só podemos culpar a revolução técnica e industrial, porque, assim, ninguém é responsável. Mas os políticos são os grandes responsáveis por todo o mal, ou quase, que existe no planeta. E, mesmo assim, continuamos a "adorar" os políticos, por mais indecorosos e medíocres que sejam. Tal e qual como acontecia/acontece nas religiões. O indivíduo não é nada. Mesmo depois da dita afirmação do individualismo. As corjas sim. Se não pertenceres a uma corja, és uma vítima certa e irredimível. Junta-te a uma corja e serás salvo. Nem que seja a corja dos traficantes de chifres de rinocerontes.
Os indivíduos têm a sua responsabilidade comportamental, muito bem definida e sancionada. Mas as estruturas e as organizações e os poderes, que cilindram tudo e renascem sempre sobre as cinzas e o betão, encontrarão modos de serem inocentadas, exequíveis e felizes na lua ou em marte.
E, quando a terra "amada", "te arrenego", for inabitável, talvez venha a ser contemplada por uma estúpida "inteligência matemática" da esperança matemática. Não precisamos de pessoas, mas de matemática e de finanças. As pessoas são uma variável dependente. A montanha de ouro, sim, é, será o refúgio e a esperança. Trabalhem para o ouro. Que cada um de vós seja transformado em ouro, no ouro do outro. Eis o poder e a vanglória em todo o seu esplendor.
Se perderes, envergonha-te e não te queixes. Se venceres, aproveita enquanto dura, e vangloria-te, e humilha, porque esse é o teu prémio e o teu momento.
Quem estiver curioso, revisite Esparta e Atenas. Sem embargo de os nossos políticos ignorarem completamente tudo.

Mário R. Gonçalves disse...

O filão das Teorias do Fim do Mundo vem de longe, a escatologia é uma filosofia com pergaminhos que tem no trans-humanismo a sua corrente mais actual. Sempre me pareceu um modo de pensar de velhos no fim da vida, que sublimam no Fim do Mundo o seu desespero perante a morte.

No século XX o cinema de Hollywood explorou até à exaustão esse tema. As Teorias do Desastre conseguiam records de bilheteira explorando os medos de forma muito inventiva: foi a invasão de marcianos ou coisa pior, foi o asteróide que ia rebentar contra a Terra, os robots que vinham do futuro eliminar a humanidade, foram tsunamis gigantes, tornados em cadeia, epidemias de vírus incontroláveis, e também terroristas com armas nucleares q.b.. Se essas narrativas estivessem num 007, James Bond salvava o mundo e nós divertíamo-nos e riamos do ridículo. Mas a maioria desses filmes levava-se a sério ! Apresentavam avisos dramáticos para o que 'pode acontecer', morria boa parte da humanidade, e os espectadores assustavam-se ou não, conforme estivessem ou não vacinados. A esquerda-barra-gauche achava aquilo tudo uma palhaçada ou (se fosse radical) propaganda do medo a favor do domínio americano do planeta. Com o 11 de Setembro, ainda mais se agravou a paranóia, dando lugar a várias Teorias da Conspiração para acabar com o mundo, e conheço gente muito socialista que acreditava: a imprensa estava toda manipulada pela CIA, FBI, NSA e as farmacêuticas para esconder a 'verdade'. Até já andam extraterrestres e mutantes entre nós... o anti-cristo ! ...

Agora temos o Fim do Mundo aí à porta por causa dos Estados Unidos abandonarem o acordo de Paris e tratarem mas é de ter o seu petroleozinho a bom preço por bons anos, ou décadas. Ou séculos. O desastre iminente é o aquecimento global, ui, é a subida dos mares, ui, é o Niño e os fenómenos extremos. Inundações. Secas. Tudo ao mesmo tempo e em força. É a extinção da natureza e o colapso da civilização por culpa de Trump. Mas quando vamos a medidas, o mar sobe poucos centímetros e a temperatura umas décimas de grau; ai jesus.

No pior cenário, o mar sobe 1 metro em 2100, previsão a 80 anos. Isso seria o fim da Civilização ? Se já subiu quase 30 cm desde 1900...
Não podemos adaptar-nos ?

Muito gostava que o petróleo simplesmente se esgotasse agora, já. Ver o que é que se fazia sem aviõesnem navios, portos eaeroportos obsoletos e os viajantes de negócio e turistas obrigados ao combóio, provavemente a vapor onde não há ainda rede elétrica. Como é que se faziam todos esses encontros e fóruns mundiais vogando devagarinho num navio à vela, pois não haveria combustível para iates ou paquetes ? Como iriam as mamãs ambientalistas buscar as criancinhas ao colégio numa bicicleta ? Como se deslocariam bombeiros e ambulâncias na alta velocidade da bateria Li-ion ? Pois, foi isto mesmo que o génio Schwarzenegger, ecologista fake, desejou: poder voltar ao século XIX para anular a descoberta do petróleo na Escócia e por conseguinte impedir a (segunda) revolução industrial. Esse mesmo Schawarzenegger de Hollywood que fez tanto filme-catástrofe em que eram as máquinas inteligentes quem destruía a civilização.

Detesto a indústria do petróleo com toda a corrupção e ganância associadas. Embirro com o excesso de trânsito nas cidades, que deveriam ser mais planeadas a favor do peão. Mas não vejo como poderíamos viver sem combustíveis a não ser ao nível do século XVIII. Por tudo isso dou ao Aquecimento Global / Fenómenos Extremos / Alterações climáticas, com os seus centésimos de subida do mar e da temperatura, a mesma perigosidade que tiveram o bug do milénio Y2K, os marcianos invasores e o buraco do Ozono. Previsão acertada, só se for que, dentro de 800 milhões a 1 bilião de anos, a vida se terá tornado impossível na Terra devido à evolução estelar do Sol, que provocará o esgotamento de dióxido de carbono no planeta.

Como sempre, com técnicas, ciência e sabedoria iremos ultrapassar dificuldades que a Natureza nos impõe. Não é com recuos e abstinência. Para isso nem vale a pena cá estar.

Helena Damião disse...

Prezado Leitor Mário Gonçalves
As pessoas,independentemente do seu estado ou condição, podem ter razão ou não ter razão. Ser velho ou novo, mulher ou homem, branco ou negro, cristão ou muçulmano, etc, etc, etc, não interessa absolutamente nada.
Cordiais cumprimentos,
Maria Helena Damião

Mário R. Gonçalves disse...

Isso estava em causa no meu texto? Não sei onde. O que ponho em causa são opiniões viciadas por erro e preconceito, sejam lá de quem forem.

CARTA A UM JOVEM DECENTE

Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente .  N...