terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Recentes petições destinadas a influenciar a composição do currículo escolar

Na passada semana dei conta de duas (ou serão três?) petições relativas à educação escolar.

- Uma petição contra o referencial da educação para a saúde (aqui);
(mas se a educação para a saúde - e sexualidade - não estivesse prevista no currículo, haveria certamente uma petição a seu favor).

Este referencial também gerou uma reacção que já tardava a chegar a Portugal (aqui

- Outra petição a favor de uma disciplina de relaxamento e meditação e, na mesma linha, outra a favor de uma diciplina de educação espiritual (aqui). 
(presumo que o sentido seja o mesmo).

Acontece que estas duas vertentes (ou será apenas uma?) já estão nas escolas que as escolheram como opções, por exemplo, no quadro da "oferta de escola" ou as integraram simplesmente nas suas rotinas. E, ao que sei não são poucas.

O que é que tudo isto nos diz? Diz-nos pelo menos duas coisas igualmente preocupantes.

Uma é que enquanto o currículo especificamente escolar "encolhe" e se reduz a um núcleo fundamental/essencial, estas propostas amontoadas na designação de "educações para..." já não ficam aí contidas, espandem-se e multiplicam-se.

Outra é que todos os "grupos de pressão" que possamos imaginar e também pessoas individuais se acham no direito de influenciar e determinar o currículo escolar e, como a própria expressão indica, à força.

O currículo é remotamente visto em função daquilo que a escola deve ser, em benefício dos seus destinatários directos, os alunos; o que dele se pretende, na verdade, é que dê visibilidade a opções, a interesses particulares. 

Nada disto é novo, na verdade, o que será novo são os meios.


1 comentário:

marina disse...

não sei ao certo o que será a educação para a saúde , mas para navegarmos pelos mares manhosos das farmacêuticas teremos de ser barras no conhecimento do funcionamento do nosso corpo . faz-me muita impressão ver as pessoas cairem sem necessidade real nas mãos das mais variadas drogas inúteis. e quando uma universidade em Coimbra ganha um prémio com qualquer coisa contra o mitológico colesterol ... quer dizer , universidades à caça de gambuzinos ?

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