Meu artigo de opinião publicado hoje in "Diário as Beiras":
“A ginástica não é uma questão de circo nem de barraca de feira, é uma alta e grave questão de Educação Nacional”. Ramalho Ortigão ( 1836-1915)
“A ginástica não é uma questão de circo nem de barraca de feira, é uma alta e grave questão de Educação Nacional”. Ramalho Ortigão ( 1836-1915)
Passado um século da morte da Ramalhal figura (assim chamada carinhosamente
por Eça), estalou a discordância - como
se não se tratasse de “alta e grave questão de Educação Nacional” - gerada por a classificação da disciplina de Educação Física passar a contar, em
igualdade com as outras disciplinas, para a média de ingresso nos diversos
cursos de ensino superior.
Esta discordância parte de alguns encarregados de educação no
respeitante a cursos que exigem uma alta
média de entrada como Medicina, por exemplo. Ou seja, anteriormente, dois alunos um com 18.6 valores de média e
outro com 18.5 tinha o primeiro prioridade de entrada podendo ficar o segundo
de fora. A partir de agora, colhendo o
exemplo destes mesmos dois alunos, o segundo com nota bastante mais elevada em
Educação Física passaria a ter
prioridade de entrada com grande escândalo de todos aqueles que possam menosprezar a saúde física dos seu filhos clamando prioridade de ingresso em cursos de
grande exigência de classificação de entrada, a “Ernestinhos com membros franzinos, ainda
quase tenros, que lhe dão um aspecto débil de colegial”, assim caricaturados
pela pena queirosiana.
No exercício do cargo de presidente da Secção de Ciências da Sociedade de Estudos de Moçambique (“Palmas de Ouro” da Academia de Ciências de Lisboa) proferi aí, em 1972, uma conferência intitulada “Educação Física: Ciência ao Serviço da Saúde Pública”.
No exercício do cargo de presidente da Secção de Ciências da Sociedade de Estudos de Moçambique (“Palmas de Ouro” da Academia de Ciências de Lisboa) proferi aí, em 1972, uma conferência intitulada “Educação Física: Ciência ao Serviço da Saúde Pública”.
Dois anos depois, tomei conhecimento da seguinte declaração pública de
Iona Compagnolo, ministra de Estado para
a Boa Condição Física e Desporto Amador
no Governo do Canadá de Pierre Trudeau: “Despendem-se
neste país oito milhões de dólares com a assistência médica e nós sabemos que
40% destas despesas resultam totalmente
inúteis. Vamos gastar parte desse
dinheiro na motivação das pessoas para que participem em qualquer actividade
física
Acresce que, segundo a Organização Mundial de Saúde, 70% das pessoas a nível mundial estão sujeitas a contrair doenças cardíacas e obesidade, sendo responsável a falta de exercício físico por 54% do risco por enfarte do miocárdio, 50% por acidente vascular cerebral e 37% por doenças do foro oncológico.”
Acresce que, segundo a Organização Mundial de Saúde, 70% das pessoas a nível mundial estão sujeitas a contrair doenças cardíacas e obesidade, sendo responsável a falta de exercício físico por 54% do risco por enfarte do miocárdio, 50% por acidente vascular cerebral e 37% por doenças do foro oncológico.”
“Last but not least”, recorrendo ao exemplo dos Estados Unidos (1980),
conquanto o respectivo “Departamento de
Saúde e Serviços Humanos” tivesse emitido a recomendação de que “60 %
dos jovens deviam ter aulas de educação física diariamente, 70 % deviam ser
testados periodicamente nos níveis de aptidão física e 90 % deviam participar em actividades físicas apropriadas para a manutenção de um efectivo
sistema cardio-respiratório”, aproximadamente três décadas e meia continua a
haver, neste canto ocidental europeu, detractores que pretendem que se
continuasse a secundarizar a avaliação
da Educação Física relativamente às outras disciplinas do ensino secundário.
Mais uma vez, continua a assistir razão a
Antero de Quental: “A nossa fatalidade é a nossa história!”.
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