domingo, 18 de dezembro de 2016

"O papel do Estado é a educação académica das crianças, não a educação social ou cultural"

Termina amanhã, dia 19, a consulta pública à proposta de Referencial de Educação para a Saúde, que poderá ser adoptado pelas escolas para guiar a Educação para a saúde e sexualidade, uma das quinze áreas que são apresentadas (ainda que o não sejam) como Educação para a cidadania.

Entretanto, foi posta a circular uma petição online contra a adopção deste referencial. As razões que o seu criador invoca poderiam (e deveriam) ser usadas para outras áreas como a Educação financeira ou a Educação para o empreendedorismo, pois o problema que aponta está presente em todas elas. Na verdade, como declarou (aqui):
"O papel do Estado é a educação académica das crianças, não a educação social ou cultural."
Esta declaração vai no sentido daquilo que um investigador da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra publicou há alguns anos, de resto, sem qualquer efeito (aqui).

Na verdade, quem é que, no presente, será capaz de perceber que:

- a escola pública (onde a última palavra é, sim, do Estado) não pode educar de modo integral, global, total; o seu dever de educar é limitado, circunscrito ao que é especificamente escolar?

- educar é sobretudo preparar, com base em conhecimento fundamental, para exercício da liberdade e, nessa conformidade, a escola não pode estar constantemente a dizer às crianças, aos jovens e aos adultos o que devem pensar, sentir e fazer em termos do que é privado e implica escolhas pessoais?

Sem comentários:

CARTA A UM JOVEM DECENTE

Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente .  N...