domingo, 11 de dezembro de 2016

E A MORTE NÃO SERÁ SENHOR

Os nossos leitores gostam, está visto, da poesia de Dylan Thomas. Um leitor identificado, que nos pediu anonimato, enviou-nos esta tradução de um outro conhecido poema de Dylan Thomas. Em baixo tradução e original:

E A MORTE NÃO SERÁ SENHOR

E a morte não será senhor.
Os mortos nus serão um só
com a vida ao vento e a lua à morte;
Quando seus ossos limpos são pó,
eles massa de estrelas serão;
Embora endoideçam, curar-se-ão;
Embora no mar se sumam, erguer-se-ão;
Embora os amantes pereçam, o amor não.
E a morte não será senhor.

E a morte não será senhor.
A força do mar nunca lhes dará
a eles num sono fundo morte tortuosa;
O torno vai torcer e rasgar os seus tendões,
mas eles atados à roda não cederão;
A fé nas suas mãos partir-se-á em dois,
e os demónios com um corno só investirão;
Fragmentados, nenhum se perderá;
E a morte não será senhor.
E a morte não será senhor.

Eles já não ouvem as gaivotas,
nem as ondas a cair nas praias;
Onde rebentou uma flor não pode outra estar,
levantar-se e abrir-se às explosões das chuvas;
Ainda que loucos e mortos pregos soltos,
o ser deles martelar-se-á nas flores de margarida;
Cegando o sol até o sol não ser.
E a morte não será senhor.

AND DEATH SHALL HAVE NO DOMINION

And death shall have no dominion.
Dead man naked they shall be one
With the man in the wind and the west moon; 
When their bones are picked clean and the clean bones gone,
They shall have stars at elbow and foot; 
Though they go mad they shall be sane,
Though they sink through the sea they shall rise again; 
Though lovers be lost love shall not; 
And death shall have no dominion.

And death shall have no dominion.
Under the windings of the sea
They lying long shall not die windily; 
Twisting on racks when sinews give way,
Strapped to a wheel, yet they shall not break; 
Faith in their hands shall snap in two,
And the unicorn evils run them through; 
Split all ends up they shan't crack; 
And death shall have no dominion.

And death shall have no dominion.
No more may gulls cry at their ears
Or waves break loud on the seashores; 
Where blew a flower may a flower no more
Lift its head to the blows of the rain; 
Though they be mad and dead as nails,
Heads of the characters hammer through daisies; 
Break in the sun till the sun breaks down,

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