domingo, 11 de dezembro de 2016

DESEDUCAÇÃO EM PORTUGAL - LIVRO NEGRO


Alguns depoimentos deste livro, que acaba de sair na Libertação Editores:

"O ensino em Portugal nunca mais consegue acertar o passo. Mudanças e mais mudanças, sem encontrar a via certa. É fundamental colocar no ensino as pessoas abalizadas, que sejam fruto de boa formação e  arranjar programas adequados à nossa realidade: este actual ministro, uma "barata tonta", como ainda outro dia lhe chamaram na comunicação social, tem tomado medidas perfeitamente obsoletas. Não cabe na cabeça de ninguém estar agora em pleno ano lectivo a mudar os anos de exame e outros aspectos. Reina a confusão, para professores e alunos e toda a comunidade acaba por sofrer.
Definam-se  de uma vez por todas ou jamais sairemos do marasmo em que estamos a navegar!"

Médico (em Março de 2016)

"Qualquer sistema de educação que manipule, falseie ou negligencie as informações objectivas sobre a sua realidade só pode ser estúpido e repugnante na medida em que recusa a sua melhoria."

Jornalista

"O sistema educativo no nosso país não prepara a juventude para a realidade profissional onde a exigência e a eficiência são pilares."

Gestor


1 comentário:

António Pedro Pereira disse...

Prof. Fiolhais:
As frases não estão datadas, presume-se que sejam relativamente recentes.
Mas a visão pessimista sobre a Escola, o saber dos escolares e a juventude é bem antiga.

SOBRE A JUVENTUDE E OS ALUNOS

EGIPTO
«O nosso mundo atingiu um estado crítico. Os filhos não escutam os seus pais. O fim do mundo não pode estar longe». (Sacerdote egípcio, 2000 a.C.)

ORIENTE PRÓXIMO
«Esta juventude está podre desde o fundo do coração. Os jovens são maus e preguiçosos. Não serão nunca a juventude de outrora. Os de hoje não são capazes de manter a nossa cultura.» (Frase descoberta nas ruínas de uma olaria babilónica datada de 1000 a.C.)

GRÉCIA:
«Não tenho nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje toma o mando amanhã, porque esta juventude é insuportável, sem moderação, simplesmente terrível». (Hesíodo, 720 a.C.)

«A juventude ama o luxo, é mal-educada, zomba da autoridade e não tem nenhuma espécie de respeito pelos velhos. As crianças de hoje são tiranas. Não se levantam quando um velho entra numa sala, respondem a seus pais e são simplesmente más». (Sócrates, 470-399 a.C.)

ROMA:
Onde é que isto vai parar? «Outrora, um desonesto era algo incrível. E agora, um tipo verdadeiramente íntegro é visto como um prodígio. Quanto aos jovens, é melhor nem falar. Onde já vai o tempo em que era visto como um sacrilégio um jovem não se levantar perante um idoso? Em resumo, devoção, correcção, rectidão, palavra de honra, respeito, valor, civismo, património cultural, etc. Tudo isso desapareceu. (...) Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano.» (Juvenal, séc. II d.C.)

PORTUGAL:
«A maioria dos estudantes […] desfalece perante o mais rudimentar trabalho analítico; raciocina errado, se raciocina; não sabe classificar; deduz mal, induz pior» (Decreto de 1894).
«Em Portugal, o aluno sai da escola primária um verdadeiro ignorante» (Albano Ramalho, inspector primário, 1909).
«Verifica-se nas respostas de muitos examinandos uma ignorância absoluta de certas matérias e lêem-se em muitas delas os disparates mais fantásticos» (Alves de Moura, 1939).
«O nível mental da maioria dos alunos do ensino liceal é muito baixo» (Fernando Pinho de Almeida, 1955).

«Para já, tenho a impressão e creio que vários colegas pensam mais ou menos como eu que haveria vantagem em facultar aos alunos mal preparados – que são quase todos – a frequência de um ano pré-universitário a funcionar na Universidade ou em alguns liceus.»
«O referido ano pré-universitário teria essencialmente carácter de transição, de orientação e de recuperação – à semelhança do que se faz em outros países.»
(Prof. Sebastião e Silva, A Capital, 4 de Dezembro de 1968)

SOBRE OS PROFESSORES E A SUA FORMAÇÃO

Ver: Crato, Nuno (org.) (200?). Rómulo de Carvalho: Ser Professor: «Sobre o estado actual do ensino da Física» e «O Ensino Liceal da Física de 1964 a 1970».

A panaceia da educação ou uma jornada em loop?

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