sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A DESTRUIÇÃO EM CURSO DA CIÊNCIA EM PORTUGAL


Legenda: Produção científica por FTE (Full Time Equivalent, em português ETI,  números emendados pela FCT no fim da 1.ª fase do processo) das diferentes unidades de investigação versus o impacto da mesma, medida através do FWC (Field Weighted Citations; mais do que um significa acima da média internacional). As unidades que não passam à segunda fase (chumbadas, portanto) estão indicadas a vermelho, enquanto as outras estão a azul. Demonstra-se assim que a avaliação da FCT não é capaz de reconhecer a excelência: Existem numerosas unidades reprovadas em que o impacto da investigação é muito alto e em que o número de publicações por investigador também é muito alto. Ou seja, foram reprovadas muitas unidades com os melhores investigadores de Portugal: os que mais publicam e com maior impacto!

O último gráfico que aqui publiquei mostra que a "avaliação" da FCT é má para o país, diminui a produtividade do país e faz Portugal descer nos rankings internacionais de ciência e tecnologia. Agora mostro, se prova fosse precisa, que essa avaliação é má para a ciência nacional e internacional, isto é, não consegue reconhecer a excelência. A avaliação é injusta. O problema não é tanto os erros dos "avaliadores", que também os houve em grande quantidade. O problema é o quadro de incompetência da FCT, estranhamente permitido pelo ministro Nuno Crato. Convido Nuno Crato a examinar o seguinte gráfico e a dizer-me se uma roleta de casino não faria o mesmo ou algo parecido. Não temos uma agência para promover a ciência, temos uma agência para destruir a ciência. E temos um ministro que, contra tudo aquilo que eu e a maior parte dos cientistas julgariam possível, o permite.

Hoje é o Dia Europeu dos Investigadores. Os investigadores vão mostrar que estão unidos contra a incompetência e a arbitrariedade que neste momento estão instalados na gestão da ciência em Portugal. 


2 comentários:

A. E. Maia do Amaral disse...

Até eu que sou de Letras percebo que não pode estar bem se os pontos mais exteriores estão a vermelho! Terá isto sido subcontratado aos mesmos que fizeram as contas para seriar os professores do Secundário?

Carlos Fiolhais disse...

Caro Maia do Amaral
Ou então foram feitas pelos mesmos que fizeram uma avaliação das Fundações em Portugal e colocaram a Gulbenkian num lugar modesto...
Um abraço
Carlos

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