“Quem o alheio veste
na praça o despe” – ditado popular.
Hoje dia 7 de Dezembro, acabo de ter conhecimento, através do semanário “EXPRESSO”, de uma petição do Ministério Público para que seja anulado o”título académico” de Miguel Relvas pelo facto de estar em causa a equivalência de disciplinas inexistentes no ano da respectiva inscrição. Um breve reparo: título académico ou grau académico? Ou seja (“honny soit qui mal y pense!”), ao título profissional de engenheiro é exigido o grau académico de licenciado (hoje de mestre) em Engenharia.
Da pena de Victor Hugo: “O direito é a justiça e a verdade”! Num país em que prescrevem crimes pelo atraso da Justiça em os resolver , é sempre um bálsamo para a alma ver o Ministério Público tirar a venda que tolhe a visão da Justiça na procura da verdade dos factos.
Ontem, dia 6 de Dezembro, numa das minhas resposta a um comentário ínsito no meu “post”, “A Universidade Actual e o Espírito de Tempos Idos” (05/12/2013), escrevi:
“Embora eu não aprecie gastar cera com ruins defuntos não posso de deixar de o fazer, como vacina, para evitar novos Miguéis Relvas ou Sócrates que, ao contrário do grego da Antiguidade, não sabe que nada sabe! Mas foi capaz de saber que Paris é a Cidade das Luzes, uma espécie de elixir de sabedoria, ainda que, por vezes, em propaganda enganosa!”
Mal sabia eu que o caso Miguel Relvas era um defunto que viria a ressuscitar no dia seguinte, dando razão à sabedoria popular”: “Quem o alheio veste na praça o despe”!
Como é sabido, há gatos com sete foles. Não antecipemos, portanto, o final do folhetim do caso Miguel Relvas que já fez correr tanta tinta negra. Mas uma coisa é clara como água a jorrar de fonte límpida: dos andrajos da vergonha a necessitar de serem substituídos por um traje moral não se livra ele, desde já!
4 comentários:
Vejo que tem elementos que permitem desmascarar Sócrates, pelo menos, nos mesmos termos em que o Relvas foi desmascarado em praça pública e não apenas em todas as mesas de café do país.
Aguardo ansiosamente que faça chegar aos locais adequados esses elementos e que uma figura que me é particularmente antipática se veja devidamente exposta no pior sentido da palavra.
Caso não o faça sou levado a pensar que a sua referência ao Sócrates foi apenas uma forma de manter uma espécie porcalhona de neutralidade, como quem diz se digo daquele vou dizer também deste. A ser isto verdade queira fazer o favor de voltar para a humidade por debaixo da pedra.
Para compreender o meu comentário deverá ter em a atenção que a crítica que faço à licenciatura de Miguel Relvas se reporta a notícias fresquinhas sobre a sua licenciatura que está a ser novamente investigada.
Por analogia (relação de semelhança entre os dois casos), e só por esse facto, trouxe à colação a licenciatura de José Sócrates.
E onde está a analogia? Ambos s tiveram um percurso académico académico de duvidosa qualidade de duas figuras públicas tornadas ainda mais públicas pelos factos do domínio público que protagonizaram. De mais duvidosa qualidade, há que o reconhecer, por parte de Miguel Relvas. Pelo menos, José Sócrates teve como antecedente à sua discutível licenciatura (não reconhecida pela Ordem dos Engnheiros) um diploma de bacharelato em Engenharia.
Insisto! Para compreender o meu comentário deverá ter em atenção os milhares de licenciados (antes de Bolonha) e de mestres (depois de Bolonha), e até doutorados, por universidades públicas de impoluta qualidade que estão no desemprego, em contraste com destacadas figuras políticas que não se contentam com o seu modo de vida e os vencimentos por si auferidos por quererem ser drs.ou engenheiros a todo o custo.
Repare que José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, diplomado por uma escola industrial de antigamente, de meritória qualidade, nunca se sentiu diminuído por esse facto tornando-se um invejável autodidacta das Belas Letras . Todavia, “autodidactas” há, ou que assim se intitulam, que mais não são, como escreveu Mário Quintela, do que ignorantes por conta própria. Que também os há por conta de estudos universitários de reconhecido mérito. Escreveu Gustav Le Bon: “Grande número de políticos ou de universitários, carregados de diplomas, possuem uma mentalidade de bárbaros e não podem, portanto, ter por guias nas vida senão uma alma de bárbaros”.
Quanto ao final do seu comentário presumo que tenha o aplauso de quem, porventura, se possa ter banqueteado com tão faustoso manjar de prosa. O anonimato levanta todas as suposições, das mais nobres às mais pérfidas, sobre os motivos do respectivo cozinheiro! Não há almoços grátis, e,muito menos, banquetes!
Eu, pela minha parte, devolvendo-lhe, apenas, a sua prosa, não posso deixar de achar a ementa (retirando-lhe a palavra neutralidade), “uma espécie porcalhona”!
Professor Rui Baptista;
Começo por lhe dizer que admiro a sua persistência em aqui escrever, sujeitando-se a receber comentários imerecidos como o do Anónimo.
Se o Anónimo tivesse frequentado a licenciatura em engenharia civil certamente não escreveria aquilo que escreve (mas neste país os ignorantes defendem e dão o beneficio aos aldrabões...)
Eu, que a frequentei, digo que "não preciso ver para crer" o Anónimo, ignorante, precisa de ver. O anónimo não sabe que as disciplinas como a Análise de Estruturas e a Resistencia dos Materiais Materiais, não se fazem ás três pancadas como o fez Sócrates. Que é preciso um estudo apurado, de reflexão e treinamento, e sobretudo de tempo por se tratar de métodos e teorias nada simples (e muitas vezes não se conseguem aprender, enganam-se aqueles que julgam que por ser engenheiro domina determinada técnica... felizmente que o país não precisa de pontes todos os dias... e quando precisar a O.E. poderá indicar quem realmente está capacitado para determinados projectos).
Quanto ao bacharelato de Sócrates se Portugal fosse um país justo, ele só poderia valer o mesmo que a licenciatura, ou seja rigorosamente nada.
É que para mim pouco me importa que o ex-ministro Mariano Gago venha à televisão dizer que Sócrates é um modelo e exemplo para todos os estudantes, eu vi e ouvi isso mesmo do ex-ministro.
Nota: Eu até penso que a Sócrates nem sequer deveria ser permitido realizar o exame de acesso a membro da O.E, porque esse exame é só para licenciaturas verdadeiras em engenharia.
Cumprimentos cordiais
Meu caro Engenheiro Ildefonso Dias: Obrigado pelas suas palavras amigas.
Bem eu sei que o mundo não se endireita com a minha modestíssima prosa que não está ao serviço de ninguém por mais poderoso que seja. Mas serei um combatente que não abandona o campo de batalha na tentativa em não deixar que a mediocridade impere como erva daninha neste “jardim à beira mar plantado".
Ou seja, "num país onde (...) o único capital deveras produtivo é a falta de vergonha e a falta de escrúpulos - o diagnóstico impõe-se de 'per si'"! ( Manuel Laranjeira, "O Norte", 1908). E se ninguém fizer esse diagnóstico cuja terapêutica tarda em chegar, ou chega com simples aspirinas para debelar uma tuberculose galopante com bacilos de diplomas de licenciatura comprados numa espécie de mercado candongueiro, Portugal transformar-se-á num verdadeiro e imenso sanatório de ignorantes.
Com respeito a Mariano Gago e Jose Sócrates (aquele com diplomas académicos de incontestável valor na bolsa de habilitações académicas), assiste-se à solidariedade socialista pelo facto de Mariano Gago ter sido ministro do XVIII Governo Constitucional sob a presidência de José Sócrates.
Cumprimentos amigos
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