A revista "Ler" publica no seu último número um artigo da jornalista e escritora Filipa Melo sobre a literatura de divulgação científica, partindo de um artigo científico recente que especula sobre o início do mundo a partir de uma estrela a quatro dimensões que colapsa para um Big Bang de dimensão inferior.
Declarações que lhe prestei sobre este assunto:
"O artigo recente de cosmologia que refere é, como a maior
parte de outros de cosmologia, é especulativo. Um buraco negro a quatro dimensões a colapsar para o Big Bang do nosso Universo? Se é verdade, provavelmente nunca saberemos. O Big Bang é o
fim da nossa física, não sabemos e provavelmente nunca saberemos o que estava antes, por ser impossível ter
informação. Mas é interessante e até divertido especular: o nosso Big Bang é um buraco branco (fonte de
matéria e energia) que poderá ser o outro lado de um buraco negro, perdendo-se uma dimensão nesta passagem no
túnel do tempo..."
Sobre a colecção Ciência Aberta da Gradiva, afirmei:
"Em 30 anos de edições, a ciência foi aberta 200 vezes entre
nós em forma de livro. A Gradiva vai continuar a abri-la a
todos, levando, entre outros assuntos fascinantes da ciência, o Big Bang e os buracos negros a todas as pessoas que tenham
curiosidade pelo mundo. E quem não tem curiosidade pelo mundo? A cosmologia procura responder a questões que nos tocam a
todos: De onde vem o mundo? Para onde vai o mundo?
Na continuação da colecção Ciência Aberta, cujo criador foi
Guilherme Valente, procurarei trazer as últimas notícias dos cosmos, contadas em primeira mão pelos melhores
cientistas e escritores. E desejo que apareçam cientistas portugueses com talento para a escrita. A ciência neste 30
anos da colecção também teve uma espécie de Big Bang entre
nós, havendo investigadores nacionais com muito mérito de quem aguardamos
a escrita."
Nessa colecção encontram-se excelentes livros que abordam
a origem do Universo:
n.º 1- "Um Pouco Mais de Azul", Hubert Reeves, que tem vários
outros livros como "O primeiro segundo". Reeves é um poeta
do espaço e "Um pouco mais de azul" é um verso de Mário de Sá Carneiro que traduz bem o original "Patiente dans
l'Azur" de Paul Valéry.
n.º 5- "Cosmos", Carl Sagan, o "livro dos livros" de divulgação
científica
n.º 20- "Os Três Primeiros Minutos", Steven Weinberg, Prémio Nobel
da Física pela sua teoria da unificação das forças.
n.º 27- "Uma Breve História do Tempo", de Stephen Hawking, um
best-seller de um físico com um cérebro dentro de um corpo
deficiente.
n.º 101, "O Universo Elegante", Brian Greene, sobre as
teorias unificadoras das supercordas
n.º 117- "O Nosso Habitat Cósmico", Martin Rees, o astrónomo-real
britânico
n.º 139- "O Cosmos de Einstein", de Michio Kaku, um físico de
origem japonesa grande divulgador da física.
n.º 146- "O Livro das Escolhas Cósmicas", de Orfeu Bertolami, um
cosmólogo brasileiro e também poeta, que é professor na
Universidade do Porto
n.º 182- "Morte por Buraco Negro, de Neil de Grasse Tyson, o
astrónomo norte-americano que em 2014 vai apresentar o "Cosmos 2"
nas televisões de todo o o mundo.
n.º 183- "Big Bang", Simon Singh, o livro de divulgação mais
completo e actualizado sobre a origem do mundo. Tudo aquilo
que sempre quis saber sobre o assunto sobre o Big Bang e nunca teve a coragem de perguntar.
n.º 198, "Ciclos do Tempo", Roger Penrose, um físico muito original,
imagina o futuro do mundo a longo prazo, com Big Bangs
sucessivos, num livro denso.
em que se percebe a música apesar de se poder não perceber a
letra.
n.º 199, "O Romper das Cordas", Lee Smolin, uma crítica demolidora
à teoria das supercordas, a teoria de unificação mais
popular (essa teoria terá presidido ao início do mundo).
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2 comentários:
Tudo lixo. :)
Professor, as dimensões não se perdem, dobram-se, criando uma ilusão de ausência. A dobra está para além da razão e da função porque não cumpre formas puras, não cumpre pontos, nem retas, nem planos. E o tempo não é nenhum túnel porque não há dentro, nem fora, nem princípio, nem fim. O tempo é o movimento do espaço a nascer e a morrer, numa perpetuação de si próprio, transfigurando-se no sentido apocalíptico e criador.
O mundo não vai, nem vem, ele é, mas não da forma como o pensamos porque o pensamento não passa de uma precária relação entre sujeito e objeto.
P.S. Dou explicações gratuitas.
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