Conheci Malala Yousafzai no ano passado, tinha ar de menina, agora tem ar de rapariga, mas a delicadeza e a serena determinação mantêm-se.
Malala vive num lugar do mundo onde a educação se encontra refém de quem quer impôr o seu poder. Sabemos bem que quando isto acontece, quando se quer impôr o poder, à força ou não, uma das primeiras coisas que se faz é fecharem-se as escolas ou decretarem-se novos currículos e regras...
Mas, também é certo que, em geral, nessas circunstâncias, confirma-se o que Manuel Alegre escreveu num poema-canção: "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não". Malala , resistiu, disse não... E é tão jovem.
Tão jovem, que as suas palavras simples, por serem suas e por serem simples, parecem estranhas: "estou aqui para defender o direito à educação para todas as crianças (...) Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo".
Há seres iluminados e Malala Yousafzai é um deles.
(Pode o leitor ter acesso ao discurso que fez na ONU aqui).
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9 comentários:
UMA MIÚDA DE CORAGEM; FORÇA; UM EXEMPLO TÃO POSITIVO; e:
Tão jovem, que as suas palavras simples, por serem suas e por serem simples, parecem estranhas: "estou aqui para defender o direito à educação para todas as crianças (...) Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo".
Há seres iluminados e Malala Yousafzai é um deles.
Malala é um exemplo de resistência e tão nova! É uma brisa de ar fresco que até faz acreditar que podemos melhorar o mundo .
Ivone Melo
.. mas vocês ainda caem nisso?
é óbvio que ela está a ser usada pela elite, como muitos outros já o foram antes ao irem falar na ONU. A ONU já tem lá um currículum bestial para implementar a "boa" educação.
Por acaso gostava de aceder ao discurso, mas as palavras sinalizadas com hiperligação não dão acesso a nada. Será do m/ PC?
Caro leitor Cisfranco
Talvez fosse inaptidão informática minha e não problemas do seu computador. Penso ter deixado, agora, o link fincional. Mais tarde tentarei incluir o filme no post.
Muito obrigada,
MHD
Malala tem ainda voz de criança - um gorjeio no meio de cacarejos - e é com ela que diz a fundura das coisas. 16 anos sofridos e preocupados com o bem dos outros. Porque um lápis, um livro e um professor são armas na luta para chegar ao plano da igualdade entre os homens, ao plano da igualdade entre os sexos, ao plano de recriar a identidade.
Talvez as Nações Unidas nada façam. Talvez esta adolescente seja adulta prematura. Mas nenhum som é mais suave e desejado no deserto que o da água que corre.
Malala é essa água corrente.
Malala é o deserto e exprime-se por um som de cantil seco. Distrai-se das gravatas sardónicas e dos sapatos altos do salto para conseguir dar o seu recado aos ilustres sem luz própria.
Malala recupera das flores que não recebeu e articula palavras que não querem dizer nada porque o deserto é imenso.
Malala foi acrescentada ao poema de quem o escreveu brilhando por um eclipse de palmas. Palminhas.
Na realidade, Malala não é mais do que o frio da laje que fingiu perdoar-lhe a morte.
Vai ser um longo caminho até os direitos das mulheres serem reconhecidos nesses países. E, infelizmente, haverá mais vítimas anónimas que heroínas lúcidas e inspiradoras como Malala.
Que educação, essa é a questão!!!
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