sábado, 17 de maio de 2008

O Culto do Amadorismo

Informação recebida da editora Guerra e Paz:

"O Culto do Amadorismo", Andrew Keen, Guerra e Paz, 2008

Os mais prestigiados jornais e revistas da actualidade, a indústria musical e cinematográfica são postos em causa por uma avalanche de conteúdos amadores criados pelos utilizadores das redes digitais. As receitas publicitárias tradicionais caem de forma acentuada com a oferta de anúncios grátis on-line; as cadeias de televisão são ameaçadas por canais de programação criados gratuitamente pelos utilizadores, de que o YouTube é o maior exemplo; a partilha de ficheiros e a pirataria digital devastam o negócio da música e atemorizam o cinema. Pior do que tudo isto, a cultura on-line do copy-paste – na qual a propriedade intelectual é facilmente trocada, descarregada e alterada – está a destruir os direitos de autor, espoliando artistas, autores, jornalistas, músicos, editores e produtores do fruto do seu trabalho criativo.

Num tempo de celebração do amadorismo, em que todas as pessoas, por pior informadas que estejam, podem publicar um blogue, disponibilizar um vídeo no YouTube ou mudar um artigo da Wikipedia, a distinção entre o profissional e o amador é perigosamente esbatida. Quando bloggers, podcasters ou videógrafos anónimos podem publicar sem os constrangimentos de padrões profissionais ou filtros editoriais, esbatem-se as fronteiras entre o verdadeiro e o imaginário.

Confrontado com uma cultura que enaltece o plágio e a pirataria e enfraquece os media e criadores, Andrew Keen tem a coragem de apontar soluções concretas para enfrentar a onda de arbitrariedade e narcisismo que atravessa a Internet actual. Elogiado por uns, criticado por outros, este livro não deixa indiferente quem estiver interessado em reflectir sobre a diferença entre a inevitável democratização da tecnologia e uma democracia melhor, e constitui um sério aviso para cada um de nós.

Andrew Kenn (o autor estará em Portugal entre 13 e 17 de Junho para promover o livro)

Andrew Keen nasceu em Inglaterra nos anos 60 e tornou-se um empreendedor de Silicon Valley, nos Estados Unidos. Em 1995, fundou o Audiocafe.com, um dos websites mais visitados dos finais dos anos 90. Os seus textos sobre cultura, media e tecnologia foram publicados em diversos jornais e revistas, tais como o Weekly Standard, Fast Company, The San Francisco Chronicle, Esquire, Forbes e ZDNet. Para além de ser o fundador e dinamizador do site AfterTV – popular fórum sobre a cultura digital –, aparece com frequência na rádio e na televisão americanas. É actualmente um dos mais destacados denunciadores dos perigos sociais, económicos e éticos da Internet. Vive em Berkeley, na Califórnia, com a mulher e dois filhos. Consulte o blogue do autor em: andrewkeen.typepad.com

2 comentários:

Rui leprechaun disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ludwig Krippahl disse...

Chama-se Andrew Keen, não Kenn. Amadores :)

Penso que aos terríveis malefícios de estragar o negócio a meia dúzia falta contrapôr a vantagem, talvez não tão irrisória, de permitir a tantos partilhar ideias, conhecimentos, cultura e informação.

E se é verdade que qualquer um pode escrever tretas na internet, qualquer outro pode apontá-las como tal também. No fim, parece-me uma solução melhor que ter só acesso às tretas dos profissionais...

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