domingo, 24 de setembro de 2023

A SUPREMACIA QUÂNTICA: O FUTURO VEM AÍ

 


Resumo da minha apresentação na Conferência da Líder no Estoril:

Einstein disse: “Eu nunca penso no futuro. Ele não tarda a chegar.” Desde 1947, quando foi inventado o primeiro transístor, o mundo tem assistido a uma enorme revolução, que mudou por completo as nossas vidas. Surgiram os computadores pessoais, a Internet, os telemóveis, as redes sociais, etc. Mas ainda não vimos nada: agora que os transístores se aproximam do tamanho atómico, já surgiu um novo tipo de computação, dita quântica. Em vez de bits, que são zeros e uns, usam-se qubits, bits quânticos, que são combinações de zeros e uns. Trabalhando com estes, tudo fica mais rápido, extraordinariamente mais rápido.

O futuro bate à porta nos laboratórios. Supremacia quântica significa a construção de computadores quânticos que resolvam problemas que nenhum computador convencional consiga resolver, por demorar demasiado tempo. Em 2019 a Google anunciou ter realizado a proeza, logo seguida por equipas chinesas nos anos seguintes: só com 53 qubits um computador quântico da Google concretizou uma tarefa em 200 segundos que levaria 10.000 anos num supercomputador. As maiores empresas informáticas estão a apostar nessa área. O mundo irá, portanto, continuar a mudar, designadamente com a aceleração dos progressos na inteligência artificial. Perigos também espreitam, como a decifração rápida dos códigos que usamos no dia-a-dia, mas a própria física quântica fornece alternativas. Contrariando Einstein, temos de pensar no futuro. E, como sempre, vão ser precisos líderes.



1 comentário:

Jerônimo Freire disse...

Dr Fiolhais, parabéns pelo texto relacionado a inovação na área de computação. Gostaria de deixar o meu registro no que se refere a aplicação dos computadores quânticos na crise climática. Os computadores quânticos são promissores na abordagem de certos aspectos da crise climática, resolvendo problemas complexos que são computacionalmente intratáveis para os computadores convencionais. No entanto, é importante notar que a computação quântica ainda está numa fase inicial e que as aplicações práticas para enfrentar as mudanças climáticas utilizando a computação quântica podem levar algum tempo a desenvolver-se plenamente. Embora a computação quântica tenha um grande potencial, existem vários desafios que precisam ser superados antes que possa ter um impacto significativo na crise climática, em destaque, cito: Desenvolvimento de algoritmos (o desenvolvimento de algoritmos quânticos que possam resolver de forma eficiente problemas específicos relacionados com o clima é um desafio constante) e Eficiência Energética (os próprios computadores quânticos requerem baixas temperaturas e consomem uma quantidade significativa de energia, por isso é importante melhorar a sua eficiência energética). É difícil prever com precisão quando estes desafios serão totalmente enfrentados e quando a computação quântica terá um impacto substancial na resposta à crise climática. No entanto, à medida que a investigação e o desenvolvimento no domínio da computação quântica progridem, podemos esperar ver surgir mais aplicações nos próximos anos que contribuam para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A colaboração entre pesquisadores da computação quântica, cientistas do clima e gestores públicos (políticos) será essencial para aproveitar esta tecnologia de forma eficaz.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...