Nem na morte nos deixam sossegar
os que se agitam no palco da vida;
pretende-se, diz-se, homenagear
os que já se encontram de partida.
O morto torna-se apenas pretexto
para chocalhos, trombetas e buzinas
e, até mesmo, para um hipertexto,
que se preste a afagá-lo em surdina.
Tudo que o morto quer é que o deixem
ficar muito morto e sossegado,
sendo, pois, desejável que afrouxemo banzé que o aflige, já calado!
Morrer é não desejar mais conversa,
agora que a vida ficou submersa.
Eugénio Lisboa
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
REQUIESCAT IN PACE
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
NOVOS CLÁSSICOS DIGITALIA
Os Classica Digitalia têm o gosto de anunciar 2 novas publicações com chancela editorial da Imprensa da Universidade de Coimbra. Os volu...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Meu texto num dos últimos JL: Lembro-me bem do dia 8 de Março de 2018. Chegou-me logo de manhã a notícia do falecimento do físico Stephen ...
-
Por Eugénio Lisboa Texto antes publicado na Revista LER, Primavera de 2023 Dizia o grande dramaturgo irlandês, George Bernard Shaw, que ning...
Sem comentários:
Enviar um comentário