O olvido. Inevitável. Absoluto.
Camilo Pessanha.
Clepsidra
O olvido é o que nos espera.
Inevitável, como é a morte.
Absoluto, como lisinha esfera.
Servindo, ao nada, de passaporte.
O olvido torna todos iguais:
iguais entre si e iguais ao nada.
Igualdade almejada pelos mais,
pra quem a diferença era odiada.
O olvido, afinal, tudo alisa,
numa autêntica democracia:
no nada, já ninguém se encoleriza,
porque o nada a todos beneficia:
tanto vale aquele que foi a Pisa,
como aquele que não conseguiu Elisa!
Eugénio Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário