domingo, 26 de fevereiro de 2023

O USO DAS PALAVRAS

Os escritores usam os fonemas,
para se aliviarem de terrores,
para destruírem duras algemas,
para se verem livres de desamores. 
 
As palavras salvam-nos de abismos
e são, para nós, sólidos escudos:
sabem amaciar os cataclismos
e, solícitas, servem os estudos.

Se, às palavras, nós tanto devemos,
se tanto serviço elas nos prestam,
torna-se claro que nós não podemos

dar apoio àqueles que lhes emprestam
usos traiçoeiros, enviesados,
que só apontam a fins desgraçados!

Eugénio Lisboa

1 comentário:

Carlos Ricardo Soares disse...

Trago para aqui, por efeito de mera associação de palavras, um uso que fiz das palavras, presumo eu, porque admito que as palavras nos usam, sem respeitarem limites da nossa permissão. Já tinha escrito o poema há uns tempos, pelo que não adianta alguém querer ver neste qualquer reação ou réplica ao do Eugénio Lisboa.

"Homem de palavra e Homem da palavra"

Há poemas que me deixam
boquiaberto sem palavras
e há também palavras como água
que nos engolem se nos detivermos
e isso sabemos da experiência
e de nada mais
o homem da palavra fez deuses
que foram sendo tão iguais a um
único Deus de palavra
pela palavra de Deus
as palavras serviram
para construir as maiores fortalezas
que nenhum exército armado
logrou derrubar
apesar de todos sitiarem
as pontes e os fossos
com palavras de acesso
e sem precisar de coragem
Deus visita cada sitiado
sem abrir brechas
e promete uma passagem
por um túnel de lamechas.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...