Um soneto de amor vem, na alva espuma
Ou
num corredor de ecos, num olhar.
Escreve-se
sem pressas, com a pluma
E
o silêncio, e quer ser voz e voar.
Quase
nas trevas, quase sem luz nenhuma,
Entre
paredes se escreve ao luar,
Na
gélida vertente de uma duna,
Onde
já não se ouve o céu nem o mar.
Um
soneto de amor teima em ser voz.
Busca
o ar de um rosto, num corredor,
Enquanto
uma lágrima corre a sós.
Teima
em ser voo, um soneto de amor,
Sobre a alva espuma e sobre o mar atroz,
Quando é tão pouca a terra e tanta a dor.
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