quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O homem e o gato (poema escrito depois de ter consultado a Ísis)

 




POEMA DE EUGÉNIO LISBOA

 

A minha linda gatinha,

que tem comigo conversas               

com alguma pitadinha

de malícias controversas,

faz-me boa companhia,

mostrando que só os gatos

é que são seres aptos

a resolver os problemas

que afligem a nação.

Mas nada de teoremas,

eles querem é acção:

“com comida sempre a horas”,

dizem, “um sono comprido

e apetecidos lá foras,

o problema é resolvido!”

Os homens tudo complicam,

sem necessidade alguma:

de bom senso abdicam,

na cabeça sumaúma!

Se copiassem o gato

que sabe valer a pena

e sai mais barato

fazer uma vida amena

e sem grandes ambições

- comer, dormir, brincar –

veriam que soluções

são fáceis de encontrar!

Imitando o gato sábio,

com galões muito antigos,

não é preciso astrolábio

para chegarmos aos figos!

Tudo isto sabe o gato,

há muitos milhares de anos,

mas transformá-lo em acto

não é próprio de humanos.

tem o gato bem tentado

civilizar o humano:

empreendimento falhado,

esforço balzaquiano!

 

Eugénio Lisboa, em co-autoria

com a Ísis, que, discretamente,

lhe foi soprando umas ideias

e também umas rimas.

 

 

 

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