terça-feira, 11 de janeiro de 2022

CIÊNCIA ÀS SEIS! no RÓMULO: Carlos Fiolhais fala sobre «O Físico e o Filósofo: Debate entre Einstein e Bergson»


Realiza-se na terça-feira, dia
11 de Janeiro de 2022, pelas 18 horas, a palestra «O Físico e o Filósofo: O Debate entre Einstein e Bergson»  inserida no ciclo em cursoCiência às Seis! (temporada 6)”. Será palestrante o físico Carlos Fiolhais que trocará impressões com o público sobre o tema. 

Resumo: Em 1922, o físico alemão Albert Einstein e o filósofo francês Henry Bergson travaram uma disputa sobre a teoria da relatividade do primeiro, centrada no conceito de tempo. A questão  está hoje resolvida: é geralmente reconhecido que Bergson não entendeu a teoria da relatividade. Ele não considerava que a medição feita por um relógio fosse uma definição satisfatória de tempo. Por outro lado, Einstein não fez qualquer esforço para olhar para as dimensões psicológica e  filosófica do tempo. Ele disse na altura: "O tempo dos filósofos não existe." Bergson discutiu os aspectos psicológicos e ntuitivos do tempo, enquanto Einstein se restringiu aos aspectos matemáticos e racionais. O resultado foi um total mal-entendido. Este confronto foi considerado um exemplo moderno da separação entre física e a filosofia. Se a vitória científica de Einstein não pode ser refutada, é verdade que Bergson levantou pontos que valem a pena pensar hoje.


Essa disputa tem um predecessor na polémica sobre luz e cor que começou em 1810, quando o escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe negou a óptica do físico inglês Isaac Newton. Como no confronto Einstein- Bergson, podemos dizer que o físico venceu claramente, se adoptarmos as regras científicas. No entanto, os argumentos de Goethe deram e dão o que pensar. Entre outros, os físicos alemães Hermann von Helmholtz, em 1853 e 1892, e Werner Heisenberg, em 1941, escreveram sobre a "Farbenlehre" de Goethe. O mesmo o fizeram os filósofos Arthur Schopenhauer e Ludwig Wittgenstein, respectivamente alemão e austríaco. Discutirei analogias e contrastes entre as duas disputas, separadas por mais de um século, tentando destilar as mensagens relevantes para o debate cultural contemporâneo.


Biografia: Carlos Fiolhais nascido em Lisboa em 1956, é professor aposentado de Física da Universidade de Coimbra, com interesse em História das Ciências em Portugal. É autor de mais de 60 livros, mais de 160 artigos científicos (um deles com mais de 20.000 citações) e  mais de 500 artigos de divulgação. Entre os seus livros estão "Biblioteca Joanina" (Imprensa Universidade de Coimbra, com Paulo Mendes), "História da Ciência em Portugal" (Arranha-Céus) e "Jesuítas, Construtores da Globalização" (CTT, com José Eduardo Franco). Foi Director do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde procedeu à instalação do maior computador português para cálculo científico, e da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, onde concretizou vários projectos relativos ao livro e à cultura. Fundou o Rómulo – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra. Foi o responsável pela área do Conhecimento da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Recebeu vários prémios e distinções nacionais e internacionais. Tem defendido a ciência e a cultura científica no espaço  público em Portugal.

 

Para mais informações:

RÓMULO – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra

Maria Manuela Serra e Silva

Telefone – 239 410 699

E-Mail – ccvromulocarvalho@gmail.com

Facebook: https://www.facebook.com/Romuloccvuc

Sem comentários:

O QUE É FEITO DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS?

Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossí...