POEMA DE EUGÉNIO LISBOA
A minha linda gatinha,
que tem comigo
conversas
com alguma pitadinha
de malícias
controversas,
faz-me boa companhia,
mostrando que só os
gatos
é que são seres aptos
a resolver os problemas
que afligem a nação.
Mas nada de teoremas,
eles querem é acção:
“com comida sempre a
horas”,
dizem, “um sono
comprido
e apetecidos lá foras,
o problema é
resolvido!”
Os homens tudo
complicam,
sem necessidade alguma:
de bom senso abdicam,
na cabeça sumaúma!
Se copiassem o gato
que sabe valer a pena
e sai mais barato
fazer uma vida amena
e sem grandes ambições
- comer, dormir,
brincar –
veriam que soluções
são fáceis de
encontrar!
Imitando o gato sábio,
com galões muito
antigos,
não é preciso
astrolábio
para chegarmos aos
figos!
Tudo isto sabe o gato,
há muitos milhares de
anos,
mas transformá-lo em
acto
não é próprio de
humanos.
tem o gato bem tentado
empreendimento falhado,
esforço balzaquiano!
Eugénio Lisboa, em co-autoria
com a Ísis, que, discretamente,
lhe foi soprando umas ideias
e também umas rimas.
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