quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer


Informação recebida da Gradiva:

No âmbito das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães Historiador João Paulo Oliveira e Costa apresenta O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer seguido de Um Museu dos Descobrimentos: Porque Não? de Luís Filipe F. R. Thomaz ·

 A sessão Livro com Debate em torno da obra O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer seguido de Um Museu dos Descobrimentos: Porque Não? de Luís Filipe F. R. Thomaz, terá lugar no dia 10 de Janeiro de 2019, pelas 18h30m, na Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, na Av. Gago Coutinho, nº 151, em Lisboa. A apresentação contará com a presença do autor e de João Paulo Oliveira e Costa, historiador.

 No âmbito das comemorações dos 500 anos da viagem de cicum-navegação de Fernão Magalhães, a Gradiva publica o mais recente estudo de um dos investigadores de maior prestígio internacional, Luís Filipe Thomaz, que coordenou o Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa de 2002 a 2011, onde surgem reunidos dois ensaios: “O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer” e “Um Museu dos Descobrimentos Porque Não?”

 Em «O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer» Luiz Filipe Thomaz sublinha que Fernão Magalhães é, e a justo título, o mais conhecido e celebrado navegador da história universal. O seu nome está li­gado a uma façanha inédita — a circum-navegação do Globo terrestre (1519-1522) — que, por ironia do destino, apenas teve lugar porque ele pereceu no decurso da viagem que planeara. Foi praticamente em desespero de causa que a nau Victoria (uma das duas que restavam das cinco partidas de Sanlúcar de Barrameda a 19 de Setembro de 1519) se decidiu a empreender a jornada de regresso, de Maluco a Espanha, pela rota portu­guesa do Cabo, transformando assim em volta ao Mundo o que se previa ser uma viagem de ida e volta pelo Pacífico. O mérito de Magalhães está, por um lado, em ter descoberto uma das passagens que ligam o Atlântico ao Pacífico, provando assim a circum-navegabilidade da Terra; mas está sobretudo em ter intuído que o regime de ventos daquele oceano — a que chamou Pacífico por o ter encontrado calmo ao nele entrar — devia ser idêntico ao do Atlântico, o que lhe permitiu escolher a rota certa e assim atravessar à primeira tentativa a sua imensidão, até aí inexplorada.

 Sobre o Museu dos Descobrimentos, Luís Filipe Thomaz defende: “Um museu vale pelo que contém e pelo modo como o tem exposto. (…) Organizar um museu não significa aprovar moralmente o que nele se expõe”. Luís Filipe Thomaz discorda ainda do termo “Museu das Descobertas”, por considerar “Descobertas” um galicismo, e porque “conota a passividade de cousa achada, ao passo que descobrimentos é um nomen actionis, ativo e, se se quiser interactivo”. Neste seu ensaio, o autor refere ainda que “se os portugueses puderam no curto espaço de aproximadamente um século explorar o [oceano] Atlântico, da Gronelândia à ilha de Tristão da Cunha, e ainda o Índico e os mares que lhe são adjacentes, foi porque possuíam uma tecnologia e uma arte de navegar adequadas, fruto da assimilação do legado de civilizações mais antigas”. (…) os portugueses deram, assim, origem ao mundo moderno tal como o temos, com defeitos e virtudes inerentes a toda a construção humana". Luís Filipe Thomaz argumenta, por outro lado, que “como todas as grandes transformações históricas, os Descobrimentos acarretaram, de facto sofrimentos para muita gente, através de efeitos laterais que vão da intensificação da escravatura à difusão da sífilis americana no Velho Mundo, passando pela da varíola no Novo”. O investigador sugere, neste sentido, que um Museu dos Descobrimentos, em Lisboa, deverá ser “ feito com conhecimento de causa e sem exageros nacionalistas.

 O AUTOR LUÍS FILIPE THOMAZ nasceu em Lisboa, em 1942. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1965) e em línguas orientais pelo Institut National des Langues et Civilisations Orientales, em Paris, pelo Institut Catholique e pela Universidade de Paris III (1982). Foi Professor Assistente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Universidade dos Açores e Professor convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entre 1984 e 2002.

É desde 2002 director do Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa, cujos cursos planeou e estruturou, e onde ensina História, Cultura e Civilização da Índia, Cristianismo Oriental, Malaio e Sânscrito. É sócio correspondente da Academia Portuguesa de História, membro do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica (CEHR-UCP), Investigador Associado do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM-FCSH/UNL-UAç), sócio honorário do Instituto Meneses Bragança, em Goa e membro associado do Centre Nationale de la Recherche Scientifique, em Paris.

 É autor de sete livros, dos quais quatro sobre Timor, e de mais de uma centena de artigos, versando quase todos a presença portuguesa no Oriente. Tem colaborado sobretudo nas revistas Archipel, Anais de História de Além-Mar e Lusitania Sacra. Tem-se de dedicado sobretudo à história do Oriente, com especial atenção a Timor, onde foi outrora militar, jornalista e professor de Latim e Grego no Seminário de Dare. Foi galardoado com o Prémio D. João de Castro da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, em 1994.

O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo sem QuererO Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo sem Querer Seguido de Um Museu dos Descobrimentos Porque Não? Luís Filipe F. R. Thomaz Colecção | Trajectos Portugueses ISBN | 978-989-616-859-9 Páginas | 128 Capa | Brochada/capa mole Preço | €11,00 Visite-nos no Facebook em:https://www.facebook.com/gradiva.publicacoes/

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