domingo, 20 de janeiro de 2019

Escolas inovem porque a "educação é a base da economia"

Não será difícil perceber que a "mudança", a "inovação" que está a ser implementada nos sistemas de ensino por entidades como o Bando Mundial (BM), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a União Europeia (UE) tem uma relação estreita com a economia mundial (desenhada para beneficiar uma parte da população em detrimento da outra parte).

Imagem retirada daqui
E não será difícil perceber porque isso é reconhecido abertamente: "a educação é a base da nossa economia", diz um tal Phil McKinney, que se apresenta como especialista em inovação e tecnologia (ver aqui).

Não é, porém, nada inovador nesta declaração: ela está em todo o lado, sem procurar muito, poderia citar uns quantos outros nomes. Mas já que estou a falar desse especialista (que não o é em educação), detenho-me na sua página online (subscrita por diversas empresas de medicamentos, de diversão, de tecnologia...).

Há um texto que, pela proximidade com o discurso que apresenta a próxima conferência da OCDE “Innovation in education: What has changed in the classroom in the past decade?", vale a pena ler. O seu  título é Innovation in the classroom: why education needs to be more innovative e no essencial diz o seguinte (a tradução não é integral)
"O que aprendemos na escola e como aprendemos determina a pessoa em que nos tornamos mas também o nosso sucesso ao longo da vida: como resolvemos problemas, como trabalhamos com os outros e como olhamos para o mundo à nossa volta. 
Na actual economia de inovação, a educação torna-se particularmente importante para o desenvolvimento da próxima geração, que terá de ser inovadora e criativa. 
Existe, porém, uma lacuna significativa entre o que pode ser a educação e o que muitos estudantes estão a aprender. Isto compreende-se porque a implementação de ideias inovadoras é, em geral, lenta no campo educativo.Assim, muitos educadores ainda usam métodos antigos, que se revelam cada vez mais ineficazes. 
Usar métodos inovadores no ensino de modo a promover o pensamento inovador nos alunos e levá-los a reconhecer os seus benefícios é muito diferente de "encher" as suas cabeças, é levá-los e ter apaixonarem-se pela aprendizagem, fazendo-os ter consciências das ferramentas que lhes serão necessárias para terem sucesso na economia. 
Entre esses métodos estão as "tecnologia na sala de aula", que, além de proporcionarem um acesso rápido ao conhecimento, facilitam a comunicação e a colaboração, tornando a aprendizagem interessante e envolvente, especialmente para as novas gerações, já nativa-digital, desenvolvendo também competências tecnológicas. 
Porque a tecnologia, por si só, não estimula a inovação na sala de aula, é preciso usá-la de maneiras inovadoras, de que exemplos os "robots-professores" ou os dados recolhidos em "perfis de alunos".
No que respeita aos "perfis", assim como as empresas usam os dados para avaliar os resultados das campanhas de marketing ou para obter informações sobre seu público, os educadores podem usar dados de aprendizagem para determinar a eficácia dos métodos de ensino e obter uma informação pormenorizada dos pontos fortes e fracos dos alunos no sentido de escolher aquilo de que precisam para terem sucesso. Esses dados também podem ajudar as escolas a avaliar a eficácia e o desempenho dos professores. 
A inovação não é importante apenas para as empresas, a educação beneficia ainda mais com ela, sobretudo se ela for introduzida na sala de aula. Assim, os educadores podem ter um enorme impacto no futuro do nosso mundo."

3 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Sem pensar muito, diria que os ministros da educação e toda a sua hierarquia, a terminar nos professores, já pensaram, mais do que eu, nesse problema. Provavelmente, terão tido mais tempo e obrigação do que eu para pensarem nas inovações. É preciso inovar...inovar....Inovem, porra! E deixem de chatear.

Anónimo disse...

Como diria qualquer especialista em eduquês:
- Inovar é pensar!

Unknown disse...

Tecnologia na sala de aula ..... a internet é mais lenta que um caracol e os poucos computadores existentes ( 12 para 1200 alunos) têm bem mais de 10 anos. E como se trabalha de forma inovadora ou não com 28 alunos em pouco mais de 30m2?

35.º (E ÚLTIMO) POSTAL DE NATAL DE JORGE PAIVA: "AMBIENTE E DESILUSÃO"

Sem mais, reproduzo as fotografias e as palavras que compõem o último postal de Natal do Biólogo Jorge Paiva, Professor e Investigador na Un...