domingo, 20 de janeiro de 2019

Inovem! Têm de inovar! Diz a OCDE


Vai realizar-se daqui a poucos dias, em Paris, a conferência “Innovation in education: What has changed in the classroom in the past decade?". A organização é do "Centro de Pesquisa e Inovação Educacional" (CERI) da "Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico" (OCDE).

Aí será apresentado mais um relatório elaborado por esse Centro (da série "Measuring Innovation in Education") e analisadas as suas conclusões (baseadas na observação de cerca de 150 práticas pedagógicas) sobre o que mudou, que constitui inovação, no ensino básico e secundário na última década, tanto em sistemas da OCDE como de fora da OCDE.

Em concreto, analisar-se-ão aspectos captados em sala de aula, tais como:
- uso das tecnologias da informação e da comunicação;
- papel da avaliação para aferir o ensino e a aprendizagem;
- feedback proporcionado aos alunos acerca da sua aprendizagem;
- actividades didácticas que implicam o trabalho dos alunos a pares.

E, claro:
- se os alunos ainda (destaco o "ainda") são levados a memorizar factos e procedimentos.

Analisar-se-ão, em complemento:
- ligações entre inovação e desempenho dos sistemas educativos.;
- como medir a inovação na educação;
- modos diferenciados de concretização da inovação em diferentes países.

Além disso, dar-se-á conta da próxima fase do projecto de investigação do CERI (que decorrerá em 2019-20, com o apoio da Comissão Europeia) cujo objectivo é perceber a ligação entre mudança e melhores resultados educacionais (traduzidos em melhores resultados académicos dos alunos?).  Em concreto, o foco será colocado na mudança:
- de práticas pedagógicas nas salas de aula;
- de orientação pedagógica das organizações educacionais;
- do modo como os alunos usam os recursos de aprendizagem;
- do modo como os professores concretizam o seu desenvolvimento profissional;
- do modo como as escolas se relacionam com os encarregados de educação;

Qual o sentido da recolha de dados já feita e a fazer? Diz o CERI: apoiar decisões de políticas e medidas educativas, ajustar reformas em curso ao que se encontra determinado, direccionar intervenções pontuais para os sistemas e escolas, racionalizar recursos...

Em suma, a OCDE (entidade que não tem, na sua origem, vocação educativa, mas que, neste momento dita, através das suas diversas entidades, as políticas e medidas educativas à  escala global), aperta o cerco aos sistemas, às escolas, aos professores para que inovem.

Melhor, para que inovem em função do que a OCDE diz que é a inovação.

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