terça-feira, 17 de julho de 2018

Descobertas ou Descobrimentos - Prós e Contras - Debates - RTP

Descobertas ou Descobrimentos - Prós e Contras - Debates - RTP  (programa em que participei ontem)

2 comentários:

Levitação disse...

“Os nomes importam”, diz a irreversível historiadora Angela Xavier. Sim, importam identidades, encerram ideias, gravam de resumida exterioridade o ser, o elemento, o evento, “o filho” a que se reportam. Essas etiquetas são sempre redutoras ou enganadoras porque um nome não traduz todo um sistema de acontecimentos, evoluções e dependências; não confessa caminhos de incoerência e não reflete a unidade ou fatores de fragmentação, nem a constituição de formas e pensamentos, sendo apenas um rótulo inflexível de pouca dizibilidade da coisa.
Assim, potenciando a definição do rótulo e colocando-o em perspetiva, o que realmente poderá emergir do nome “Museu das Descobertas”? Um nome de área aberta, podendo permitir movimentos de fuga para outras linguagens que não só a histórica, mas mais abrangentes, como a artística, a científica, a literária, a musical...
Um nome errático na perspectiva histórica pode ajudar a quebrar o padrão da mesmice e fazer variar a linearidade da direção do dejá vu para um campo de maravilha onde aprendem as crianças, se embevecem os turistas e se espantam os adultos... :)
A palavra “Descobrimentos” fecha a expansão portuguesa no passado e dá-lhe um peso pétreo, como um marco enterrado no tempo. “Descobertas” é rumo de caravela para outras zonas de território ideológico e discursivo, talvez ainda por descobrir. Tudo depende da metodologia museológica - da capacidade de impermanência no passado, filtrando-o através de novos prismas, sem medo de submeter a “estrutura” a outras possibilidades exploratórias. Talvez o perdão por esse período fique mais fácil, se esbatidas as forças de definição.

Gostei do leque aberto do professor Fiolhais.

Anónimo disse...

Descobertas ou Descobrimentos?
Descobrimentos e Descobertas.
As guerras e a escravatura são sempre grandes tragédias! Já existiam antes dos Descobrimentos Portugueses e ainda existem nos nossos dias. Os Descobrimentos Portugueses, propriamente, ditos foram a concretização de um sonho:

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarela voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão

QUANDO ESTOU SENTADO, FRENTE AO COMPUDAOR, NÃO TENHO IDADE.

Por A. Galopim de Carvalho  São raros os meus familiares, amigos e colegas de trabalho que continuam a resistir à gadanha do tempo. Já quase...