Aconteceu ontem, a meio da tarde, o que muitos portugueses já consideravam uma miragem: o ministro Relvas demitiu-se.
Do que ouvi até ao momento, ressalta que a razão principal (ou, a razão explicitada) que precipitou essa demissão é a sua (pseudo)-licenciatura.
Partamos do princípio que assim é, que a demissão do senhor se deveu ao generoso "reconhecimento, validação e certificação de competências" de que beneficiou no ensino superior, então impõe-se perguntar: o que se segue?
Leva-se até ao fim a investigação dos mais de trezentos casos congéneres que já foram identificados? E, fica-se por aqui ou avança-se para o ensino secundário? E porque não para o ensino básico? A investigação centra-se nos estudantes/formandos que terão sido beneficiados ou nos professores/formadores, nas escolas/instituições ou, ainda, na diversa legislação que abre a possibilidade de "história de vida", "competências profissionais" e "habilitações académicas" poderem equivaler-se?
Foi, como o próprio Ministro da Educação e Ciência admitiu, uma caixa da Pandora que se abriu... não vejo como se pode fechar, pelo menos a curto prazo.
42 comentários:
Caríssima Professora
Eu espero que se leve até ao fim a investigação de todos os casos duvidosos nesta matéria. E que se avance para todos os graus de ensino onde seja preciso intervir.
Agora, gostaria de afirmar que, enquanto professor, e dado que ainda não tinha ouvido a intervenção do senhor ministro nas televisões, sobre este assunto, o que só agora fiz, gostaria de afirmar, repito, que é a primeira vez que sinto orgulho e uma sensação de bem-estar inequivocamente gratificante, perante a intervenção de um ministro que tutela a área em que desempenho a minha profissão. E se são muitos os que, tendo desempenhado a função, se pronunciam sobre os mais diversos casos na televisão, em conferências ou em livros, a meu ver, se tivessem um mínimo de pudor, haviam de passar o resto da vida calados.
Parabéns a todos nós, portanto, na convicção de que alguma coisa, alguma vez, na "educação", havia de merecer um tratamento minimamente decente.
Como (me) parece.
Professora Helena Damião, seria uma enormissima inutilidade (brutalidade até) perder tempo que é precioso, para andar a investigar os casos duvidosos.
Em vez disso dever-se-ia era dispender o tempo a cuidar do futuro dos jovens, e melhorar o sistema de ensino.
Espero que existam neste país pessoas lúcidas que terminem imediatamente com essa coisa absurda, esta palhaçada de agora estar a retirar titulos, a quem quer que seja, mesmo que a forma como foram conseguidos seja duvidosa.
Seria muito mau para o futuro do País.
O que é mau para o presente e para o futuro do país é que existam pessoas (muitas, por sinal)como o Ildefonso Dias a defender publicamente a falta de ética e de transparência no reconhecimento dos graus académicos. Vale a pena reler, atentamente, as palavras do comentário anterior:
"Espero que existam neste país pessoas lúcidas que terminem imediatamente com essa coisa absurda, esta palhaçada de agora estar a retirar titulos, a quem quer que seja, mesmo que a forma como foram conseguidos seja duvidosa."
E os que conseguiram os seus títulos por mérito próprio não interessam?
É curioso que aconselhe a professora Helena Damião a preocupar-se com o futuro dos jovens e a melhoria do sistema de ensino e depois defenda a desonestidade intelectual dos detentores de títulos.
Nunca se apercebeu que no ensino um exemplo vale mais do que mil palavras?
Principalmente aos que se licenciaram fazendo cadeiras por passagem administrativa em 1974-1975 e similares e houve tantos, já para não falar dos mestrados da universidade mais que aberta.
preferimos manter o desemprego e manter os salários até o escudo os quebrar
Oh meu caro, então isto é assim!?...O que o sr defende faz parte da escola do chico-espertismo. São os pressupostos dessa escola que é necessário atacar e extinguir mesmo. Espero que se investigue bastante no combate a essa praga e que se ponham a descoberto todos os doutores da mula ruça...
Senhor Cisfranco, sem dúvida que é preciso fazer o combate ao “Chico-espertismo”.
As pessoas bem intencionadas não lêem no meu comentário, nada que se assemelhe com falta de ética, nada disso.
Trata-se simplesmente de avaliar, inteligentemente, se, na realidade, é útil andar numa espécie de “caça às bruxas” para regozijo de uns, e satisfação da sua natureza funesta, quando na realidade o que era preciso ter-se feito não se fez, e o que é preciso fazer que é muito mais importante não se faz; e é só isso.
Eu devo-lhe dizer ainda, - e partindo do principio que o senhor é, tal como eu, leitor assíduo deste Blog, e que portanto conhece muitas opiniões – que um grande combate ao “Chico-espertismo” têm sido feito, em Jornais e neste Blog, - pelo Professor Rui Baptista - pessoa incansável, com uma intervenção pública desde há muitos anos. Sabe disso, não sabe?
Talvez fosse de bom tom ouvir o Professor Rui Baptista sobre quais os reais méritos de uma investigação, tipo “caça às bruxas” - que muito atempadamente e sabiamente antevira e para isso alertara, - quando há tanta coisa mais importante para fazer para o futuro dos jovens e do Ensino.
Por isso, eu lamento aquilo que os senhores desejam, uma investigação para o vosso regozijo!!
P.S.: Professor Rui Baptista, peco-lhe que me perdoe, a ousadia, de utilizar a opinião positiva que o Senhor me deixa, - pelo seu trabalho que é público, num assunto tão delicado e susceptível de desentendimentos.
Caro Engenheiro Ildefonso Dias: Começo por lhe dizer que nada tenho a desculpar (antes a agradecer ) à “ousadia” de utilizar a minha opinião. Apenas, uma dúvida me assalta face à displicência com que é encarada a criação da Ordem dos Professores num país em que vigora o costume de chorar sobre o leite derramado e em que a experiência desastrosa do passado (que muitas vezes mais não é que um acumular de erros ao longo da vida, o que me leva a dizer que nem sempre os cabelos brancos são sinal de sabedoria, quando muito de velhice!) nada ensinou no caso dos diplomas académicos.
Atentemos, por exemplo, ao caso da “licenciatura” de José Sócrates. Não se desse o caso da Ordem dos Engenheiros ter tomado a posição profilática de não reconhecer o seu diploma de licenciatura, licenciaturas iguais se sucederiam em catadupa, como em catadupa surgiram os diplomas das Novas Oportunidades do ensinos básico e secundário projectadas para o ensino universitário privado (e aqui nasce a minha dúvida, mesmo público?). Ficamos a dever ao actual ministro da Educação, Nuno Crato, a profilaxia de as “matar” e passar o certidão de óbito a determinados cursos superiores que de superior apenas têm a designação, uma falsa designação.
A atitude da Ordem dos Engenheiros (que nunca é demais pôr em justa evidência) nada teve de um corporativismo condenável. Ou seja, não sancionou cursos universitários oficiais de engenharia e deu o aval a alguns cursos do politécnico do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL). Mais, o “chumbo” de determinados cursos teve como resultado a melhoria dos seus currículos para que os seus diplomados se pudessem inscrever na Ordem dos Engenheiros.
Nada disso, até à data se tem passado na área da formação de professores com a displicência do poder político que deixa funcionar cursos que em meia dúzia de mese, com pós de perlimpimpim, transformam diplomas doa antigo ensino médio em licenciaturas. Aqui, sim, esta minha luta contra um sindicalismo que protege situações destas estando contra a criação de uma Ordem dos Professores, muitas vezes em defesa de interesses dos seus dirigentes, de docentes que se deviam pronunciar contra a criação ou a favor dessa associação de direito público, e o não fazem, ou o fazem timidamente, contra governos e paridos políticos que deixam correr o marfim não dando ao magistério a dignidade que merece, levam-me a voltar ao princípio deste meu comentário que (re)cito: : “Começo por lhe dizer que nada tenho a desculpar (antes a agradecer ) a ousadia de utilizar a minha opinião”. E por isso renovo o meu agradecimento que julgo merecer (como sói dizer, a modéstia em demasia é vaidade) não por mérito próprio, muito menos por interesse pessoal que a minha condição de aposentado justifica, apenas com a intenção de que se não mude algo no sistema educativo nacional para que tudo continue na mesma. Não é o meu futuro que está em jogo, mas o futuro das novas gerações.
De nada serve, portanto, darmos demasiada importância, gastando cera com ruim defunto, ao caso Relvas (de quem amanhã ninguém falará) se não forem tomadas medidas corajosas de evitar que casos destes se repitam em nome de uma vaidade que me traz sempre à lembrança a máxima: “Hoje pavão, amanhã espanador”. Atrevo-me, todavia, a pensar que nem ele se preocupa com isso. O mundo dos negócios continua a chamar por si, um mundo que lhe trouxe e trará aquilo, como se dizia na gíria da minha juventude, com que se compram os melões
Errata:3.ª linha, do 4.º §,do meu anterior comentário, paridos políticos, não; partidos políticos, sim.
Professor Rui Baptista;
Ao ler o seu comentário verifiquei que o que eu escrevi é muito restritivo – talvez porque eu estava apenas a tentar responder a “Cisfranco” acerca do “chico-espertismo” que grassa – verifiquei que este é apenas um problema entre uma multiplicidade deles que se levantam; que bem vistas as coisas, outros serão bem mais dramáticos, que atingem as pessoas e as famílias.
E se hoje compreendo melhor porque certas situações acontecem difíceis, é porque vejo naquilo que o Senhor Professor Rui Baptista escreve uma forma de ao minimizar, sim, porque infelizmente ninguém terá uma fórmula mágica que as elimine de vez.
E porque estas coisas interligam-se. Quero só deixar aqui o meu testemunho de uma situação que me ficou na memória;
Em tempos frequentei uma formação profissional em que uma das disciplinas era 'Estatística' – esta disciplina faz parte do currículo dos cursos de engenharia. Acontece que a formadora (possuidora de uma grande simpatia) era licenciada numa área relacionada com as matemáticas. Até aqui tudo muito correcto. Mas dá-se o caso que a formadora apresentava muitas limitações ao nível dos conhecimentos que dispunha para o nível que pretendia ensinar, e também, diga-se pela forma como os tentava transmitir, deixava claramente a sensação que dificilmente um dia poderia chegar a ser sequer uma professora mediana num ensino mais avançado; talvez o fosse num mais elementar. Mas fiquei com a ideia de que se tratava de uma pessoa boa, bastante honesta e também esforçada.
No final da aula verifiquei que à sua espera estavam os seus filhos (duas crianças menores) e compreendi que aquilo era o seu ganha pão, que provavelmente deu o seu melhor enquanto estudante e trabalhou honestamente, para poder dar um futuro melhor aos seus filhos.
Professor Rui Baptista, são várias as reflexões que me ocorrem:
O que se pode apontar a uma pessoa (por exemplo a Formadora) que sendo uma pessoa honesta e esforçada, e não se dúvida que lutou para ter uma vida melhor – mas que está a desempenhar uma tarefa para a qual não tem uma boa aptidão, - mas que é o seu ganha pão? Que fazer agora?
Quem podemos responsabilizar por situações destas, por não haver estruturas suficientemente selectivas dos melhores que evitem que estas situações aconteçam? (aqui eu tenho uma relutância acerca dos exames em demasia, confesso-lhe que é uma ideia pedagógica que retive do que li do Professor Sebastião e Silva)
Mas o que é falha, e teima em falhar?
Professor Rui Baptista, talvez situações como a que descrevi sejam em maior número que os casos de “chico-espertismo”.
Assim sendo, resta-me dizer que, a mim pouco me importa aqueles que como a Professora Sara Raposo reclamam por “E os que conseguiram os seus títulos por mérito próprio não interessam?” porque a maioria das pessoas são honestas, e aos “chicos espertos” esses não faltarão oportunidades de bons negócios ou aquilo com se comprar os melões.
Deixo-lhe uma abraço grato e de grande admiração;
Caro Rui Baptista, desculpe perguntar:
Afinal acha bem ou acha mal que os casos de fraude (criminosa, em minha opinião) sejam denunciados e punidos, ou não? Em sua opinião, os cursos académicos fraudulentos devem ser reconhecidos ou anulados?
E pergunto também sobre o que se segue, e que li neste próprio blogue (aqui: http://dererummundi.blogspot.pt/2013/03/depois-de-tanta-esperanca-e-de-tanto.html), faz não muito tempo:
“Sou da opinião, pelo que li num post do Senhor Professor Rui Baptista, (transcrevo em baixo) que o sr. Ministro Nuno Crato deveria, ponderar e retirar a Biologia, como disciplina obrigatória para o acesso ao curso de medicina.
Ficariam como áreas obrigatórias a Química, a Física e a Matemática.
A Biologia descia muito bem para o nível das humanidades para o acesso ao curso, pelo que se lê abaixo.”
O Senhor partilha mesmo estas opiniões?
O meu espanto e perplexidade são de tal ordem que lhe agradecia uma resposta sumária e direta.
Mas só se puder ser, claro.
Queira desculpar algum incómodo.
Professora Sara Raposo, à senhora tenho que lhe lembrar que a humildade têm muito valor; Que até o Ildefonso (que como diz o sr. José Baptista, ninguém conhece em que Universidade estudou, que professores teve etc. e mais não escrevo porque tenho vergonha), pode ser muito útil a pessoas com grandes capacidades e elevados conhecimentos pela crítica construtiva ao seu trabalho.
É isso que aqui vou fazer.
Somente desejo que a senhora torne uma pessoa mais humilde. Bem precisa.
Vou dar-lhe um exemplo, do livro do Professor Jorge Buescu, Matemática em Portugal – Uma questão de Educação (que eu muito critiquei aqui no Blog e assim fiz saber ao seu autor), que além de Professor e Cientista é também um destacado divulgador da Ciência no nosso País.
Agora a crítica é de outra natureza. Reporto-me ao conteúdo da página 45, e 46 acerca de matemático Pedro Nunes, e detenho-me em dois aspectos que, não sendo mencionados pelo Professor Jorge Buescu, talvez o devessem ter sido, são para mim de uma importância extrema.
O primeiro aspecto é que o autor não menciona que a linha «loxodromica esférica» só em dois casos particulares (paralelo e meridiano é uma circunferência), o segundo não menciona o facto que PEDRO NUNES enfileira entre os percursores da análise infinitesimal.
Foi na Nota Histórica do compêndio de álgebra, do Professor Sebastião e Silva que compreendi isso. Transcrevo-a, para que a senhora a possa comparar com o livrinho do Professor Buescu e tirar conclusões.
“PEDRO NUNES (1502-1577) notabilizou-se não só pela sua «Álgebra» mas também, e principalmente, pela invenção do nónio (na sua primeira forma) e pelo seu admirável estudo sobre a linha chamada «loxodromica esférica», relativa à trajectória dum barco que navegue em rumo constante. Esta linha, que só em dois casos particulares (paralelo e meridiano) é uma circunferência, não tem carácter algébrico. Estudando-a, PEDRO NUNES enfileira entre os percursores da análise infinitesimal.”
Mas existe ainda outra questão muito discutível, tal como está exposta na página 47 do livrinho que transcrevo:
“(que só viria a ser inventada [a análise infinitesimal] século e meio depois por Newton e Leibniz).”
Pela nota histórica, e se atendermos desde logo que PEDRO NUNES foi um dos percursores da análise infinitesimal, isso levar-nos logo para o modo de como se faz a Ciência.
Na leitura do livro “Os Conceitos Fundamentais da Matemática” do Professor Bento de Jesus Caraça, existe um parágrafo destinado a Sir Isaac Newton, começa assim:
“Não julgue o leitor que este método surgiu na cabeça de algum construtor privilegiado, com a forma lógica sob que neste capitulo o expusemos. Esta é o resultado de uma longa evolução, entre tentativas, dúvidas, vitórias e discussões. (...)”
Estou certo que ao Professor Jorge Buescu não lhe faltará a humildade de reconhecer o valor desta minha crítica, se com ela concordar.
A senhora Professora Sara Raposo deixa-me a ideia de que ainda não terá a humildade suficiente, bastaria só o facto de ela ser do Ildefonso (já tão bem caracterizado pelo sr. José Baptista).
Senhor José Baptista, não queira complicar o que é fácil de entender.
As palavras são minhas, refletem a conclusão natural, que eu retiro de que, muito se enganam aqueles que pensam que a Biologia serve para aferir da tendencia natural para a medicina.
O que eu leio no post do Professor Rui Baptista, e as palavras são de António Sousa Pereira, presidente do «Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar», da Universidade do Porto que diz que algo não está a funcionar, e sou eu que concluo que se não funciona é porque a Biologia não serve, não tem o valor que se lhes atribuem.
Veja como as coisas até são simples, se algo não funciona eu digo que não serve, que bastaria a Física e a Matemática, o sr. vê as coisas de outra forma, não funciona mas é importante que se mantenha!!!
A opinião do Senhor Professor Rui Baptista sobre o assunto também a desconheço.
Meu Caro José Batista: Duas perguntas directas me faz e a que eu respondo directamente:
“Afinal acha bem ou acha mal que os casos de fraude (criminosa, em minha opinião) sejam denunciados e punidos, ou não? Em sua opinião, os cursos académicos fraudulentos devem ser reconhecidos ou anulados?”
A minha resposta, hoje é a de ontem. Reproduzo, parcialmente, com um pequeno excerto do meu post, “Miguel Relvas, ministro dos negócios nacionais?” (18/09/2012) , a minha opinião sobre a licenciatura de Miguel Relvas:
(…)”Miguel Relvas, com todo o seu valioso currículo profissional e político, reconhecido e creditado pela Universidade Lusófona para a obtenção de uma licenciatura em condições deveras polémicas e nada dignificantes “.
Mas todos este imbróglio (em repetição semelhante ao diploma de licenciatura de José Sócrates) tem feito esquecer a sua acção nefasta no actual Governo a que só a intervenção enérgica do Ministro Nuno Crato pôs cobro. Hoje que o relatório da inspecção que foi feita à sua “licenciatura” é conhecido, claro que sou a favor da respectiva anulação para que não continue a haver neste país crimes sem castigo.
Claro que tendo eu um curso em que a Anatomia e a Fisiologia assumiam um papel básico, não posso (nem podia) subscrever a sua ausência no acesso a cursos superiores que necessitam da Biologia como a vida humana necessita de oxigénio para a sua sobrevivência e pobre de pão para a boca...
“Last but not least”, evoco a Ortega y Gasset: “Cultura é frente ao dogma discussão permanente”. Por esse facto, quanto ao incómodo não foi incómodo nenhum, apenas a ocasião de esclarecer a minha posição.
Muito obrigado, caríssimo Rui Baptista
Por saber que a sua opinião não podia ser diferente, chamei aldrabão a quem afirmou tal aleivosia.
Verifico que apliquei rigorosamente o adjectivo.
Com grande pena.
Ao Ildefonso não perguntei (não pergunto nem perguntarei nunca) nada.
Julgo obsceno querer usar abusivamente outrem para justificar barbaridades que só comprometem quem as afirma ou comete.
E não gosto de perder tempo com ganga discursiva inútil e desonesta.
De resto, quem vê vê.
O Ildefonso não consegue produzir lixo sem referir o meu nome. Diz que é engenheiro mas nunca fala de qualquer assunto de qualquer engenharia. Não diz onde se formou nem refere recordações gratas de nenhum professor que tenha tido. Põe-se em bicos de pés e "grita" quanto pode a ver se alguém lhe responde. Ofende pessoas gratuita e estupidamente, com a convicção dos loucos. As pessoas ignoram-no e ele insiste. Nunca vislumbrei o mais leve interesse nos seus arrazoados, em que revela a mais chocante e sórdida ignorância, nem nunca nunca tomei a iniciativa de me dirigir a ele. Aceito que cada um tenha as suas toleimas. Isso nem me aquece nem me arrefece. Não percebo é a fixação no meu nome. Não percebo que importância me atribui.Nem por que optou por se meter em pedagogia para defender ideias aberrantes, iníquas e totalitárias, deturpando o pensamento de ilustres académicos que devem dar voltas na tumba. É embófia e energúmeno e tem o desplante de chamar pouco humildes, se não coisa pior, a que não está para o aturar.
Por mim, não gosto de me pronunciar sobre a sanidade mental de ninguém. Nem sobre a ignorância, diplomada ou não por entidades de vão de escada. E muito menos sobre a perversidade e a velhacaria personificadas.
Mas ele insiste, julgo que por masoquismo.
Senhor Ildefonso vigarista
O ministro Nuno Crato deve ser todo ouvidos.
Olha, o pedagogo Ildefonso descobriu o Aleixo e, com os seus proverbiais erros, vai acrescentando, para o currículo, o auto-retrato.
Que é mais isto:
O Ildefonso é um velhaco mentiroso
Que mente sempre sempre sempre
Jamais, alguma vez, falará verdade
E todos, sem excepção, sabem que mente
"Sarão"?
Que seja:
O Ildefonso é um escroque e um bruto
Anormal, oportunista e mal educado
Será em parte o macabro produto
Do meio e da escola em que foi formado
Curvemo-nos,
O que o Ildefonso defecou nesta caixa de comentários são apenas mais acrescentos aos seus extraordinários contributos para “o sistema educativo nacional” (sic). Nacional?
- Internacional, mundial, planetário, galáctico, universal!
Persignemo-nos perante o génio pedagógico (!) do Ildefonso!!!
Destaco, entre a demais porcaria, a defesa da contemporização e da ocultação da batota e do crime na ação escolar e na progressão académica. O Ildefonso é, em mina opinião, um criminoso.
“Ildefonsável”, mas criminoso.
O ministro há-de ficar grato pela missiva do tartufo Ildefonso.
E deve estar ansioso, tal é a qualidade da cavalgadura.
Já o país desepera pela ação salvífica do maluco do Ildefonso.
Vá lá Ildefonso. Sem demora.
A responder aqui, como um cão amestrado, a cada mote que vou dando.
Isto é para continuar.
Ai se não há resposta... Isto é uma ordem! Percebido? Hum?!
Ex.mo Senhor Ministro da Educação.
Professor Doutor Nuno Crato.
É obrigação de V. Exa, que decorre das funções que exerce – intervir - e adoptar as medidas que forem necessárias de combate às situações que deixam o país perpetuamente atrasado quando comparado com o nível atingido por outros países, e que queremos atingir.
Por esse facto tenho a ousadia de me dirigir a V. Exa para lhe falar. (sabendo de que provavelmente nunca irá ler estas palavras, escritas numa caixa de comentário do blog do DRN – mas para a minha forma de ser e estar, já não é coisa pouca, eis a razão porque por aqui me fico, mas contudo fico aliviado).
Senhor Ministro, estou certo que V. Exa não deixará de concordar comigo que o melhor sistema de ensino é aquele que desenvolve o espírito de autonomia do aluno, coisa que o nosso sistema de ensino ainda não faz, nem sabemos quando o irá fazer.
É minha profunda convicção, e penso que também da generalidade das pessoas, de que no ensino existirão porventura professores que, no que diz respeito ao trabalho e qualidade que desenvolvem com os jovens são muito pouco produtivos, porque será? estão desmotivados?, enfim as causas serão diversas, não quero nem tenho conhecimentos que me levem sequer pretender discuti-las, bastaria para isso somente o facto de não ser professor.
Mas o facto de não ser professor não significa que não tenha preocupação com o Ensino e a sua qualidade, pelo contrario, é dever de todo o cidadão dar o seu contributo, melhor ou pior, mas um contributo é sempre é importante.
Acontece que eu, - de forma voluntária, e com grande satisfação o faço - procuro entender e interpretar o caminho que seguimos através da leitura de textos do Professor José Sebastião e Silva. São dele as palavras que se seguem, e que eu gostaria muito que V. Exa as pudesse ler “É um sistema que reprime o espírito de autonomia e todas as possíveis qualidades criadoras do aluno, nas idades decisivas em que essas qualidades deveriam ser estimuladas ao máximo:”(...); e aproveitando a citação perguntava-lhe, Senhor Ministro, se hoje o tipo de sistema de ensino que temos, e passados mais de 40 anos, não é ainda este?
Infelizmente eu creio que sim, são os resultados que o confirmam.
(continua...)
(… continuação)
Senhor Ministro, tomemos ainda uma outra citação do grande Pedagogo José Sebastião e Silva, esta citação vêm a propósito de uma sugestão que lhe quero deixar - o meu contributo -, na expectativa de lhe ser aproveitável.
(…) “Peço em particular a atenção de todos para a estrutura, ou antes para a falta de estrutura do 2. ciclo dos liceus: nada menos do que 9 (nove) disciplinas, todas para exame ao fim de três anos, em estilo verbalista e mnemónico, sem unidade nem finalidade, atomizadas em nocõezinhas de enciclopédia, que vão deste a reforma de Zoroastro até aos aparelhos digestivos da minhoca e da lombriga!...” Vêm
O meu contributo:
Senhor Ministro Nuno Crato porque não pondera a retirada da Biologia, como disciplina obrigatória para o acesso ao curso de medicina. As “noçõezinhas de enciclopédia” não poderiam ser assimiladas, por um aluno em trabalho individualmente, se para isso tiver interesse, a Internet têm tudo, e evitava-se o “massacre” de certo professores aos alunos (massacre com noçõezinhas “sem unidade e finalidade”que só vai destruir as capacidades criadoras dos jovens em idade em que deveriam ser estimuladas)
Ficariam como áreas obrigatórias a Química, a Física e a Matemática. A Biologia descia para o nível das humanidades no que toca ao acesso ao curso.
Não se trata de desvalorizar a Biologia. Nada disso. A Biologia é extremamente importante na formação de um Médico, mas a Biologia que se ensina no secundário não serve como critério de selecção de aptidões(*). O que se ensina no ensino secundário poderia ser rapidamente assimilado por um aluno que entre no curso de Medicina, mas talvez nem isso fosse necessário, por ser pouco provável que um aluno com aptidão natural para a Medicina, nunca tenha lido nada acerca da Biologia. Evitava-se “tolher” a imaginação do aluno por um professor.
Os bons alunos têm a virtude e o talento, e a curiosidade natural, se ela não for “colhida”, para caminhar por diversas áreas, as que lhe interessam mais, e hoje dispõem do acesso ilimitado à informação.
Desta forma, ao mesmo tempo que se impedia o “massacre” que refiro, libertavam-se os alunos para trabalhar mais a Física, a Matemática e o Português.
Afinal, a Física e a Matemática, são suficientemente reveladoras da inteligência, e da agilidade de pensamento.
Senhor Ministro com isto maximizavam-se os recursos; davam-se aos alunos maior liberdade e responsabilidade na escolha do seu próprio currículo. E sobretudo, ajudava muito os jovens a ter uma personalidade mais forte.
Os resultados certamente que iriam melhorar, neste particular, são péssimos como é do conhecimento de V. Exa.
(*) Eu apercebi-me desta necessidade de intervir, ao ler num 'post' do Professor Rui Baptista as palavras proferidas por António Sousa Pereira, presidente do «Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar», da Universidade do Porto.
Queira V. Exa aceitar os meus cumprimentos cordiais,
Ildefonso Dias
Senhor ministro
Se conseguir, leia a caca até ao fim.
Que a coisa deve ser profunda e perfumada.
Senhor ministro
Reenvie para o Kim Jong-un, que ele deve entender.
Provavelmente porque já tem a "escola única" e o "homem novo".
E pode bem condecorar o caviloso Ildefonso.
E oferecer-lhe lá umas férias.
Por causa da sua nobre e imensa pedagogia.
E não vale dizer que o conteúdo da carta é forrica.
Não senhor.
Este meu modo de tratamento aplico-o apenas a quadrúpedes, ó Ildefonso.
Nada de fraquejar.
Força, força, traquejar, escoicear e andar.
Vá lá! Vá lá!
Toc! toc!
O Ildefonso passa agora a fazer moral. Não está mal, não. Quadra-se.
Pena que o Ildefonso seja muito pior que uma fralda suja – mais que o sujeito que a suja, ele é a própria matéria que emporcalha a fralda.
Como diria a minha muito querida e amicíssima colega de curso e de profissão, de Beja, o Ildefonso é um “borcalho”.
Um “borcalhão”, digo eu, que nunca tinha usado tal palavra.
Toca a insistir Ildefonso. Mais prosa, da boa.
Todo o mundo está suspenso da pedagogia do distinto Ildefonso.
Notícia de última hora:
O senhor ministro ainda não respondeu à carta do Ildefonso.
Comunicado aos estudantes do Planeta e arredores:
(inspirado em artigo de Rui Cardoso Martins, dedicado a uma insigne figura com paralelo académico com o Ildefonso)
“A cátedra Ildefonso Dias de Estudos Avançadíssimos em Pedagogia e Escatologia (filosofia da ciência do fim do universo, não confundir com os princípios do cocó) será inaugurada proximamente na Universidade de Pyongyang. O curso dotará a prestigiada academia de um processo tão rápido quanto exigente ao pensamento pedagógico do Ildefonso, equivalente ao valor acumulado de todos os diplomados por meios expeditos de indubitável categoria. E terá como objectivo maior a busca permanente de todo o seu conhecimento profundo, pois o Ildefonso é o mais proeminente pedagogo universal que a sua cabeça fez nascer dentro de si própria.”
Apareçam, não mandem currículo.
Professor José Batista;
Tive o sentimento de muitaws vezes estas conversas sem grande importancia podem levar as pessoas a interiorizar sentimentos ruins e fazer alguma asneira, existem muitos casos destes, e estas coisas das novas tecnologias são ainda muito desconhecidas. Não sabemos os efeitos que podem provocar nas pessoas. Comigo está tudo bem.
Tenho no entanto a necessidade de lhe dizer que nem o senhor é um mau Professor assim como eu não sou um mau engenheiro. E que acima de tudo o senhor é um ser humano como eu, com defeitos e virtudes. Espero sinceramente que o senhor esteja bem, que se for preciso desabafe com alguém.
Não lhe desejo mal nenhum. Desculpe-me aquilo que lhe for possivél.
Os Compêndio de Matemática e respectivas Guias de Utilização estão disponíveis para descarregar em formato pdf no site da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
http://www.fc.ul.pt/pt/sebasti%C3%A3o-e-silva
Ildefonso Dias
Acredito tanto no que acaba de me dizer como em qualquer das coisas que disse antes, sobre a minha ou outra pessoa ou sobre outro assunto qualquer. Mas registo que pediu paz, se bem entendo.
Nunca tomei a iniciativa de me pronunciar sobre o que quer que escrevesse nem de me dirigir a si. Aguentei meses e meses as suas referências depreciativas ao meu nome até não poder mais. E nesse dia fiquei disposto a ir onde fosse preciso apenas e só na resposta aos comentários em que abusivamente usasse o meu nome.
As suas ideias são suas e eu não tenho nada a ver com elas. Sou responsável pelo que faço e digo, e por isso dou a cara, em todas as circunstâncias. Acontece que, talvez por defeito, nunca tive medo de homem nenhum.
O mal que desejo a quem quer que seja que me aconteça a mim ou aos meus filhos.
A mágoa e o sofrimento que me causou não têm nome nem dimensão. Mas não precisa de pedir desculpa. De resto esse pedido não faz sentido.
Gostaria que nunca mais referisse o meu nome nos seus escritos, que eu, da minha parte também não tenho qualquer interesse ou intenção de referir o seu. As ideias que suponha que são minhas pode combatê-las à vontade, que isso não me incomoda nada.
Discordo de si ao referir estas conversas como pouco importantes. Em minha opinião não são.
E não se preocupe comigo. Eu desabafei aqui mesmo.
Com imensa pena.
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