Sumptuosas catedrais e mesquitas,
erguidas com fortunas e suor,
votadas a um deus que não exista,
servirão o fervor ou o terror?
Tanta pedra e também tanto luxo
votados àquilo que não tem prova,
alimenta-se em saber de bruxo
ou em arte que tal saber promova?
Aceitar o contraste perturbante
entre a fé que se não pode provar
e a pedra que a venera, triunfante,
mostra como se podem conjugar
a fé por que anseia o coração
com a recusa que vem da razão.
Eugénio Lisboa
quarta-feira, 24 de abril de 2024
VENERAR O QUE NÃO EXISTE
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