Por Cátia Delgado
Os resultados do renomado PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), de 2022, estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que avalia o desempenho dos alunos de 15 anos nas áreas da Matemática, Leitura e Ciências, acabou por ser um presente envenenado para João Costa.
O ainda Ministro da Educação de Portugal encontra-se de saída, a caminho do já anunciado cargo de Presidente do Comité de Políticas Educativas dessa organização, que, desde o início das suas funções políticas, em 2015, tanto propagandeou.
Não só propagandeou, como fez suas as políticas da OCDE para a educação mundial, transformando os normativos nacionais em verdadeiras réplicas das orientações/recomendações dessa entidade.
Como se vê, foi uma má opção, pois, como comprova o estudo da própria OCDE, tais políticas em nada têm contribuído para melhorar a formação dos jovens portugueses, antes pelo contrário.
O “trambolhão” de que muitos falam, relativo ao declínio generalizado dos países avaliados (em particular do declínio português, que é especialmente significativo) reforça a tendência da versão anterior do mesmo estudo (2018) e não pode ser completamente justificado pela pandemia.
Dito de outra maneira: a pandemia – justificação para grande parte do desaire – não pode legitimar boa parte da ineficácia das políticas educativas vigentes.
Continuam a destacar-se, pela positiva, os países nos quais o esforço e a dedicação à escola determinam o percurso escolar dos jovens (Singapura, Japão e Coreia do Sul), ao contrário do desinvestimento de países como Portugal, onde se popularizou a ideia de que não é necessário estudar, nem aprender, pois, à distância de um click, os alunos têm o “conhecimento” nas suas mãos.
Cátia Delgado
1 comentário:
É uma honra para Portugal, e para todos os portugueses, vermos o Ministro da Educação, Professor Doutor João Costa, nomeado para Presidente do Comité de Políticas Educativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). A Educação em Portugal, desde há uns oito anos para cá, está irreconhecível. Multidões de professores, encarregados de educação e alunos identificam os resultados PISA 2022 para Portugal com um milagre no campo da educação da Matemática, da Leitura e das Ciências. Mas, porquê?
Porque as avaliações PISA referem-se sobretudo ao domínio dos conhecimentos. Ora nesse domínio específico os portugueses podem não ser os melhores, mas se estendermos a avaliação, como se deve sempre fazer, aos domínios das atitudes, competências, capacidades, rubricas, comunicação oral, comunicação escrita, perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, etc, quem duvida que os nossos jovens são a nata da nata, da OCDE, no domínios das aprendizagens essenciais?!
Com a nomeação de José Manuel Durão Barroso, para Presidente da Comissão Europeia, Portugal, no campo da Economia e Finanças, deu um grande salto em frente; com a nomeação de João Costa para Presidente do Comité de Políticas educativas, da OCDE, espero que a Filosofia Ubuntu entre rapidamente nos currículos de todos os jardins de infância, escolas básicas e secundárias, de Portugal e restante mundo desenvolvido, para que não aconteça mais que um país, como Portugal, volte ser mal avaliado pelo PISA.
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