SE NO PRIMEIRO ACTO COLOCAR UMA PISTOLA NA PAREDE,
NO ACTO SEGUINTE ELA DEVE SER DISPARADA.
CASO CONTRÁRIO, NÃO A COLOQUE LÁ.
Anton Tcheckov
Quando Putine começou com os exercícios militares de grande dimensão, às portas da Ucrânia, lembrei-me muitas vezes deste conselho dado pelo grande dramaturgo de A GAIVOTA e tantas outras peças admiráveis, que vi encenadas por todo esse mundo fora. Pedi aos deuses todos do Olimpo que Tcheckov tivesse razão nos palcos dos teatros, mas não no palco da vida.
Lembrei-me também de Robert Openheimer, quando estava em Los Alamos, a dirigir a construção da bomba atómica, ter querido sossegar alguém, dizendo-lhe que uma arma tão destrutiva serviria só para dissuasão e nunca seria disparada. Esse alguém respondeu-lhe que, quando os militares dispunham de um brinquedo novo, nunca deixavam de o usar.
Putine deu razão a Tcheckov, mostrando que seria má construção dramática exibir uma arma no primeiro acto e não a disparar no segundo. Devemos ler os clássicos com mais atenção. Mas deu também razão ao interlocutor do pai da bomba atómica, ao notar que os militares não gostavam de desperdiçar dinheiro numa arma de destruição, sem depois, a usarem.
Preocupa-me que Putine tenha falado em armas nucleares. O acto que se segue pode ser um apocalipse.
Eugénio Lisboa
2 comentários:
Ao palavras do general Carlos Branco hoje na TSF, que são a realidade, arrepiam, de tal forma que aquilo que o Sr. Eugénio Lisboa aqui tem escrito, contrariando aquilo que diz, parecem não revelar nenhuma preocupação que se faça o uso das armas nucleares, tal é a gravidade da situação atual que nos deixou o general.
Em caso de acontecer, não foi por falta de aviso :))
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