domingo, 30 de junho de 2019

Maternidade de Coimbra


Corre por Coimbra uma polémica sobre a localização da nova maternidade, que mais não é do que mais um episódio da velha disputa entre a cidade e a universidade: há quem na cidade se queira afastar o mais possível da Universidade. O Doutor Carmona da Mora, cujo nome está associado ao Hospital Pediátrico, sabe do que fala, ao contrário de muitos outros.

Todos concordarão que Coimbra necessita de um pólo hospitalar universitário forte, de que a Faculdade de Medicina também muito beneficiará.
Os hospitais distritais têm cumprido a sua função pelo que Coimbra e a sua região não necessitam nem comportam dois hospitais centrais (terciários); o CHUC foi a solução.
Cada vez nascem menos crianças, daqui a lógica da fusão das duas maternidades de Coimbra, mas cada vez há mais gravidezes e, consequentemente, recém-nascidos de risco.
As maternidades têm excelentes obstetras, pediatras neonatalogistas e enfermeiras e boas UCI NN. Mas, por vezes, as grávidas e os RN necessitam e os obstetras e os neonatalogistas agradecem o apoio de colegas de variadas especialidades em casos especialmente graves ou complexos. Quanto mais próximos mais fácil esse parecer ou conferência; os RN com problemas cirúrgicos são cuidados no HP.
Assim, em Coimbra, faz todo o sentido localizar a futura maternidade tanto quanto possível próximo do HUC e de HP para atender bem quem mais necessita, a norma essencial dum SNS.
O ideal seria que estas três unidades estivessem ligadas de maneira que não necessitassem transporte auto – túneis ou pontes.
O congestionamento do trânsito na zona – um problema – seria resolvido pela construção da ligação à circular externa - umas centenas de metros - prevista desde o início da construção do actual HP. Os terrenos a E e N do HP não parece estarem utilizados.
Não faz sentido que o Hospital dos Covões seja uma réplica do HUC nem um seu anexo. Há que dar-lhe uma função que honre a sua história e beneficie a sua região numa área de cuidados diferenciados e em expansão de que é necessário provê-la – a geriartria, p.ex, para o que dispõe de implantação perfeita. Os Covões – que já foram Sanatório e Hospital Geral, seriam pioneiros nesses cuidados.
Mais, poderia partilhar as suas amplas instalações com um Centro de Saúde Universitário que serviria a população adjacente e a formação de alunos de Medicina e de Enfermagem da Faculdade de Medicina e da Escola Superior de Enfermagem. E de futuros Médicos de Família.
Este Centro de Saúde poderia utilizar recursos do Hospital dos Covões – imagiologia e laboratório.
Eventualmente, poderia abrir uma Consulta de Urgência e até um “Hospital de Dia” que a população vizinha muito apreciaria. Também a Colónia Portuguesa do Brasil, que financiara a construção dum Asilo-Escola para os órfãos da I Grande Guerra, mais tarde Hospital Sanatório, creio que também concordaria que o “seu” Asilo para Crianças Órfãs virasse Hospitel para Velhos Doentes.*
Também os Serviços Sociais poderiam instalar ali também um Lar de Terceira Idade, com apoio de cuidados de saúde em caso de necessidade.

  • A Infanta D. Sancha, as freiras do Convento de Stª Maria de Celas, o Prof. Bissaya Barreto e o Dr. Santos Bessa - a quem se deve a construção do antigo “Hospital Pediátrico de Celas” no que fora o Hospital Sanatório Feminino de Celas (1 Junho de 1932) para mulheres e crianças – o mais antigo sanatório de Coimbra – e, antes disso, o Asilo para Cegos e Aleijados e onde, muito antes, tinha sido o Dormitório Novo (Sec XVII) do Convento de Celas) e todos os que ali cuidaram tantas crianças doentes, não perdoam a negligência a que o edifício está votado.

   Coimbra, 28 de Junho de 2019
    H. Carmona da Mota

1 comentário:

Carlos José disse...

Infelizmente bastará passar pelo CHUC para ver como o seu propósito está longe de ser cumprido. De que vale haver todas as especialidades lá se o contacto entre diferentes especialidades é difícil e quase impossível. De que vale haver tecnologia de ponta se espera semanas para ter acesso a ela. De que vale um hospital com tantos recursos humanos se a mobilidade dentro do hospital é exageradamente demorada.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...