domingo, 16 de junho de 2019

"Ética e Educação nos Quatro Evangelhos"

Carlos Fernandes Maia, professor universitário de Filosofia, de Ética, de Teoria e de Antropologia da Educação, com um profundo conhecimento dos fundamentos da Educação e uma longuíssima experiência de investigação e ensino, acaba de publicar um livro com o título Ética e Educação nos Quatro Evangelhos: uma antropeugogia inadiável (Chiado Books, Maio de 2019).

Penso poder afirmar que se trata de um livro "pouco comum".  Digo "pouco comum" pelo facto de Ética, Educação e Religião não costumarem ser pensadas em conjunto, talvez pelo desligamento que se quer fazer delas. 

Acontece que Carlos Fernandes Maia detém-se em ligações que lhes são inerentes, confluindo, como diz João Boavida na Apresentação (pp. 11-14), para a "ideia maravilhosa e esperançosa, da educabilidade humana.  A isto não é alheio o conhecimento e a experiência reflexiva do autor.

A seu pedido escrevi - devo dizer que com grande humildade, dada a natureza e profundidade da obra - o que se segue para a badana:
"A primeira impressão que [o livro] suscita ao leitor será de estranheza. De facto, neste presente, marcado por um discurso educativo raso e falacioso, habilmente concebido para validar a produção de «capital humano», o autor reafirma corajosamente o ideal de «perfeição humana». Ideal sem o qual não há dignificação da pessoa e nem mesmo futuro para a humanidade. Por inerência, reafirma a caminhada que educador e educando precisam de fazer em conjunto, cabendo ao primeiro o dever de se educar com vista a apoiar o segundo na sua educação.
Não é menos surpreendente a sua incursão em texto ´sagrados´ para explicar e consubstanciar tal dever, recuperando o que de ´sagrado´há no humano e o que daquele pode dignificar este.
Não se trata, note-se, de quaisquer textos, mas dos que constituem o núcleo do legado cristão.  Crentes ou ateus, não podemos deixar de reconhecer neles valores estimáveis para o desenvolvimento pessoal, só possível por via da educação. E essa é uma tarefa inadiável."
Notas de investigadores da mesma área ou de áreas afins, esclarecem o seu sentido:
"Este ensaio… recupera aquela excelente ideia de trabalho que tão brilhantemente Montaigne inaugurou, e que, entre nós, também brilhantemente Sílvio Lima explicou e teorizou enquanto género literário. E que consiste em andar em volta de uma ideia ou pôr-se a caminho por ela dentro com humildade e exigência intelectuais." João Boavida  
"... é o livro da sua vida, não condicionado por objectivos académicos… revela a solidez de um pensamento esclarecido e crítico." Manuel Alte de Veiga  
"... com este livro dignificou a causa da educação, pois se vê que nela acredita... Encontram-se nesta obra intuições muito pertinentes, partindo do que fez e disse Jesus, e aproximando-as do contexto da atualidade." Manuel Morujão 
E não poderia deixar de transcrever algumas palavras do autor que complementam as anteriores:
"Educador durante quase meio século, sinto-me no dever de reflectir sobre o tema educação; amante da lucidez responsável, sinto-me no direito de encarar o texto evangélico sob o ângulo educativo - que é quase ignorado ou só abordado administrativamente - e sob o ângulo ético - que aparece muito reduzido à implicação moralmente vaga do amor (...). O texto não tem finalidades catequéticas e na sua  redacção esteve presente a consciência de que existem inúmeras interpretações e posições derivadas de diferentes leituras dos evangelhos (...)."

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