Teresa Campos, jornalista da revista Visão, dá conta da pergunta que João Batista, aluno do 12.º ano da Escola Secundária António Damásio, fez a António Damásio, no fim da palestra de apresentação do seu livro A estranha ordem das coisas, destinada a toda a comunidade escolar, e da resposta que este deu.
Pergunta e resposta que são, afinal, mais um contributo para se repensar a cisão (quando não oposição) entre humanidades e ciências e que, presumimos, ter sido tratada na própria palestra.
- Se a divisão entre as ciências e as humanidades não faz sentido, queria saber de que forma é que a biologia pode ajudar a resolver as crises da democracia que se vivem hoje?
- Sabes, tem tudo a ver, porque a homeostasia (esse conceito da biologia definido como um processo de regulação pelo qual um organismo consegue a constância do seu equilíbrio) aplica-se à expressão do nosso sentimento pessoal, e estende-se facilmente à família e à tribo mais próxima. O problema é quando esse estado tem de se alargar a milhares de pessoas. Aí conseguir o equilíbrio é muito mais difícil. Isso explica por exemplo o recrudescimento dos extremismos na Europa. A única solução, insisto, é educar. Para que o nosso sentimento seja o de aceitar o outro.
Isaltina Martins e Helena Damião
2 comentários:
Um artigo indispensável ou como o De Rerum Natura está sempre atento à 'estranha ordem das coisas'.
MJ
Só se for com manipulação genética...a educação jamais irá conseguir que deixemos de preferir a nossa família, os nossos amigos, a nossa tribo, em benefício do outro. Por isso comunismo, socialismo e demais utopias, como esta, estão condenados ao fracasso. "Amai-vos uns aos outros " nunca virou moda e andam há séculos a publicitar o mantra :)
A biologia, a etologia, podem é ajudar a compreender porque falha a democracia representativa e porque acabamos por ser governados por medíocres : os alfa, os melhores , não têm tendência para a cooperação , muito menos em estruturas falsas como os partidos.
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