domingo, 4 de setembro de 2016

ENSINO SUPERIOR AGRÁRIO EM PORTUGAL, HOJE

Texto recebido do professor de Ciências Agrárias Arnaldo Dias da Silva:

Estamos à porta do início de novo ano.  É natural que os alunos e os seus pais vivam este período com alguma ansiedade. Porém, tal ansiedade não será vivam este período com alguma ansiedade. Porém, tal ansiedade não será muito grande para aqueles que procuram o ensino superior agrário pela triste triste razão da procura destes cursos ser actualmente muito baixa muito entre nós.

Com efeito, analisando abundante informação, sou levado a suspeitar que serão pouco prováveis grandes alterações na (baixa) procura dos cursos superiores de índole agrária verificada em Portugal nos últimos anos.

No entanto, aparentemente, tudo vai bem neste  cantinho, quanto a este assunto.  Na altura em a altura em que escrevo este texto ainda não conheço angústias publicadas na imprensa pelos responsáveis pela formação ou pelo emprego dos graduados nesta área  – e também das ordens profissionais que, supostamente, os irão enquadrar na vida activa. Algo se passará!

De facto, alguma coisa deve estar mal. A situação é particularmente grave nos cursos superiores florestais, tendo em conta a importância económica que a floresta representa para Portugal desde há muito.

Em Portugal existem um total  de 8 Institutos Politécnicos ((IP ) com outras tantas Escolas Superiores Agrárias (ESA), onde se ministram licenciaturas e mestrados – mas que estranhamente não oferecem cursos florestais - e 6 Universidades (U) onde, tal como nas ESA, se oferecem licenciaturas e  mestrados em ensino superior agrário embora de perfil curricular diferente da que é oferecida nas ESA.

Esta estrutura  é um tanto complexa. Não temos dúvidas em admitir, porém, que, em geral, esta (pesada) estrutura foi  construída com o melhor dos objectivos. O que conhecemos da matéria “diz nos”, no entanto, que algumas clarificações são urgentes

Mesmo aqueles que não estão muito familiarizados com as produções na agro-indústria e no agro-comércio, incluindo produtos florestais, provavelmente  ao saberem da oferta que temos neste ensino superior poderão exclamar: nada mau, fez-se boa aplicação de dinheiros públicos!

Será razoável perguntar se essa grande oferta  de ensino superior agrário é de qualidade. Por aquilo que conheço, direi que sim.

Mas, se a oferta é grande, será também grande a procura por parte daqueles que saem do ensino secundário? Infelizmente, já o disse, não: o mau retrato é geral. Oxalá as próximas semanas não confirmem a tragédia.

A situação é particularmente grave em relação ao ensino superior florestal em todas as Escolas Universitárias – Lisboa (ISA) e UTAD. Só não vê quem não quiser.

ARNALDO A. DIAS DA SILVA.

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