sábado, 10 de setembro de 2016

Nem na resistência aos antibióticos há meritocracia

Foi publicado na edição mais recente da Science um artigo acerca da importância do posicionamento espacial das colónias de bactérias, no desenvolvimento de resistência a antibióticos. O Nicolau Ferreira conta a história no Público.

Os investigadores criaram um gel gigante, com nutrientes em que as bactérias podem crescer. Das extremidades para o centro suplementaram o gel com concentrações crescentes de antibiótico. O video mostra como as bactérias conseguiram, partindo das extremidades, colonizar todo o espaço disponível, tendo ao fim de 11 dias (e muitas gerações) chegado ao centro.

É necessário esperar algum tempo, até que surja uma bactéria que, por acaso, tem mutação que lhe permite resistir a uma concentração maior de antibiótico. Essa bactéria vai ter a possibilidade de sobreviver e dar origem a uma colónia numa zona com mais antibiótico. 

Mas o trabalho mostra que nem sempre são as colónias mais resistentes ao antibiótico que tem mais oportunidades, mas as mais bem posicionadas. Para ter sucesso, é necessário ser filho (clone) de uma bactéria resistente, a sorte de ter uma mutação adicional que aumenta a resistência e estar no sítio certo da placa de petri. Uma mistura de nepotismo e sorte, nem na resistência aos antibióticos há meritocracia!

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