Foi publicado na edição mais recente da Science um artigo acerca da importância do posicionamento espacial das colónias de bactérias, no desenvolvimento de resistência a antibióticos. O Nicolau Ferreira conta a história no Público.
Os investigadores criaram um gel gigante, com nutrientes em que as bactérias podem crescer. Das extremidades para o centro suplementaram o gel com concentrações crescentes de antibiótico. O video mostra como as bactérias conseguiram, partindo das extremidades, colonizar todo o espaço disponível, tendo ao fim de 11 dias (e muitas gerações) chegado ao centro.
É necessário esperar algum tempo, até que surja uma bactéria que, por acaso, tem mutação que lhe permite resistir a uma concentração maior de antibiótico. Essa bactéria vai ter a possibilidade de sobreviver e dar origem a uma colónia numa zona com mais antibiótico.
Mas o trabalho mostra que nem sempre são as colónias mais resistentes ao antibiótico que tem mais oportunidades, mas as mais bem posicionadas. Para ter sucesso, é necessário ser filho (clone) de uma bactéria resistente, a sorte de ter uma mutação adicional que aumenta a resistência e estar no sítio certo da placa de petri. Uma mistura de nepotismo e sorte, nem na resistência aos antibióticos há meritocracia!
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