domingo, 18 de setembro de 2016

Em nome da solidariedade social

Numa aldeia, pertencente a uma vila do distrito de Coimbra, vive apenas uma pessoa. Essa pessoa é "idosa" e recebe a comida de uma certa entidade. Até agora a entrega de comida tem sido feita por pessoas, a partir de agora vai ser feita por um drone.
Esta mudança resulta de uma parceria entre a entidade, a autarquia e uma empresa. 
Um responsável por um tal Gabinete de Apoio à Inovação, Competitividade e Empreendedorismo do Município disse: o drone "não vai substituir o apoio domiciliário e as deslocações dos profissionais (...), mas torna mais fácil a entrega da alimentação. Obviamente, também tem efeitos ao nível dos custos. Sabemos que é uma solução mais rápida que permite poupar o combustível que seria gasto com as entregas de refeições". 
O responsável pela não mencionada entidade disse: "No âmbito da solidariedade social vemos o uso desta tecnologia como uma forma de poupar meios e recursos. É a tecnologia ao serviço das pessoas. Mas se o sistema se revelar caro, não teremos a veleidade em adotá-lo".
Há perspectivas de esta inovação, "ao serviço das pessoas", se alargar a muitos mais municípios para prestar "solidariedade social",

Em situação como as de guerra ou de prestação de cuidados imediatos, os drones são, obviamente, uma bênção da tecnologia, mas para levar comida a uma pessoa que vive em isolamento torna-se uma perversidade. Penso que não é preciso explicar porquê.

Esta nota foi retirada de uma notícia que se pode encontrar aqui, assinada por Hugo Séneca

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