Resumo da Comunicação que vou fazer em Setúbal a 12 de Setembro num congresso sobre Bocage:
"Bocage o intrépido Capitão Lunardi"
Diz-se que Portugal é um país de poetas e
não de cientistas. Contudo, são numerosas as referências à
ciência e à técnica em textos poéticos de autores nacionais. A ascensão em balão realizada nos céus de Lisboa no
dia 24 de Agosto de 1794 pelo capitão
italiano Vicente Lunardi no Balão Aerostático, da autoria Manuel
Maria Barbosa do Bocage é um excelente exemplo. Outros poetas já antes tinham glosado o
tema dos balões, como a poesia jocosa, de tom popular e por
vezes anónima, que teve por tema a "Passarola" de Bartolomeu. Mas essa aeronave era
hipotética: nunca houve voos tripulados nela.
Bocage ficou extasiado com a proeza do capitão Lunardi, a
primeira ascensão tripulada em solo português por parte de um
balonista que já tinha protagonizado experiências semelhantes
noutros países europeus (foi até o primeiro a subir em
Inglaterra a bordo de um balão, levando a
bordo um gato, um cão, uma pomba e uma garrafa de vinho).
Lunardi ficou tão satisfeito com o acolhimento recebido em
Lisboa que fixou aí residência, tendo vindo a falecer na capital
portuguesa. para além dos versos de Bocage, as páginas da
"Gazeta de Lisboa" dão-nos hoje uma boa imagem do que foi a
ascensão de Lunardi.
Compara-se o poema de Bocage com "O
Balão aos Habitantes da Lua", de José
Daniel Rodrigues da Costa, escrito em 1819, por ocasião de um outro voo em balão em Lisboa,
este feito pelo físico e ilusionista belga Étienne-Gaspard Robertson e
pelo seu filho Eugène, o primeiro no qual houve entre nós um salto de páraquedas
("guarda-quedas", como se dizia na época).
Na imagem, ascensão do capitão Lunardi em Londres em 1784.
1 comentário:
Será que quis escrever "Bocage e o intrépido Capitão Lunardi"? Falta o e duas vezes, no título do post e no título da sua comunicação.
Saudações,
Zé Barreto
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