quinta-feira, 18 de agosto de 2016

"A educação deu-me cabeça para pensar"

"Naquela época, quando éramos crianças, corríamos descalças quase oito quilómetros para ir à escola (...) Em África acreditamos que a escola é fundamental para conseguir uma vida melhor. O meu pai não ficou satisfeito quando comecei com os dardos, a treinar e a competir, porque ele queria que eu continuasse a estudar. A educação é muito importante. Deu-me cabeça para pensar."
Julius Yego, nascido e criado no interior do Quénia, quis aprender a lançar dardos. E conseguiu-o, primeiro sozinho, depois com a ajuda de amigos. Via na internet como faziam os seus heróis e praticava. Não teve treinador, nem equipa de apoio. Teve paus, determinação e informação.

Seria de esperar que nem se referisse à escola, afinal não foi lá que aprendeu a arte que o tornou campeão mundial e olímpico, mas não é assim. Julius Yego explica em quatro breves palavras a importância da educação formal: "Deu-me cabeça para pensar."

4 comentários:

Ildefonso Dias disse...

Caríssima Senhora Professora Helena Damião, em Portugal temos a Educação que não da cabeça, mas por isso da que pensar!
A propósito, então não e que o Sr. Artur Jorge Ferreira, a Sra. Fátima Cerqueira Magro, o Sr. Fernando Fidalgo, o Sr. Pedro Louçano e a ESE Viseu que certifica o Prisma 5. dizem-nos que "Qualquer numero que possa ser representado através de uma fraccao diz-se um numero racional". Malandrecos que são estes senhores autores, como se nos não tivéssemos professores bem preparados, fomentadores de crianças perspicazes, com ideias claras e bem formadas, prontas e capazes de seguir o rumo certo, que não este que nos oferecem!? ou talvez não, sim, teremos antes uma maioria de ignorantes, professore ociosos, desleixados, incompetentes, e alguns (as elites) que não se manifestam por cobardia.

Faca a sua escolha Professora MHD e diga-nos o que pensa realmente, seja franca!

Cumprimentos,

Dulce Silva disse...

É esse o desiderato da verdadeira educação : "dar cabeça para pensar". Formar para o espírito crítico, sem o qual não seremos cidadãos interventivos e conscientes.
Muitas vezes não interessa aos poderes instituídos, mas só cumprindo esse objectivo a educação pode ser entendida como via para a liberdade.
Obrigada por mais este testemunho. Que os nossos jovens aprendam o valor daquilo que está ao seu dispor e que amiúde
desprezam.
Um abraço

Ildefonso Dias disse...

Sra. Dulce Silva, permita-me que lhe diga que deve haver pouca gente que desconheça o valor da Educação na pessoa, pelo que a insistência parece-me exagerada. Idem, para as teorias de conspiração, dos "poderes instituídos" etc... parecem-me um pouco estéreis.
Importante seria discutir coisas concretas, de ordem didática do Ensino, da pedagogia. Repare no seguinte, a proposição no Manual Prisma 5, anunciada pelos autores que transcrevo no meu comentário, não e valida no universo da matemática, alem de que do ponto de vista didático e asneira grande apresenta-la, então porque a apresentam? Simplesmente porque, os autores, não possuem o nível de conhecimentos assentes numa cultura matemática que lhes permitam fazê-lo de uma forma correta, mas então, nem por essas limitações se abstêm de o fazer (ganha-se muito, sao esses os "poderes instituídos" de que fala).
Porque não se apresenta, por exemplo: "o conjunto dos racionais como reunião de dois conjuntos disjuntos: o conjunto dos inteiros e o conjunto dos faccionários" como o preconizava o grande matemático, português, Sebastião e Silva em 1968.
Porque se ensina hoje muito pior, porque são os livros do professor A. Almeida e Costa dos anos 70 valiosíssimos quanto opostos aos atuais, que são caríssimos? Simplesmente porque foram feitos por A. Almeida e Costa. Como podem hoje os professores ensinar os alunos com o apoio de um Manual que contem erros e imprecisões, e ninguém reclama! onde estão os pedagogos deste pais, para darem um basta, as pessoas de coragem, as pessoas de pensamento livre e independente, que se conseguem fazer ouvir, neste quesito, p.ex os senhores professores, Carlos Fiolhais, Jorge Buescu, Helena Damião, e outros.

Cordialmente,

Ildefonso Dias disse...

Oops!!! Fui ver como o Professor A. Almeida e Costa apresenta no seu compêndio de matemática os números racionais..., e apresenta uma definição idêntica aquela que critico! Fui injusto com os autores, certamente que sim! A matemática, e a pedagogia a ela associada devem ser trabalhadas por especialistas (que não eu, evidentemente...) sujeitos a critica sim, como forma de eliminar erros e aprender a lição que eles encerram "Muito gratos ficarão os autores a quem os ajudar nessa tarefa" dizem Almeida e Costa e A. Osório dos Anjos, no prefacio do livro, a esse respeito. Existem assim aspetos que podem e devem ser observados e questionados por não especialistas, é o que me proponho fazer nesse espírito de contribuir, com desalentado acirrado porque é evidente que a coisa já não vai la.



No Prisma 5 vem, imediatamente a seguir a definição de numero racional o seguinte:

"Uma fração cujo denominador é 10,100,1000,... chamamos fração decimal. Um numero que pode ser representado por uma fração decimal diz-se um numero decimal", depois tem exemplos "0,7 e 4,36 são números decimais".




Tenhamos em vista Sebastião e Silva:

"Nota. - Genericamente, todas as expressões do sistema de numeração decimal, incluindo as de inteiros, serão chamadas “numerais decimais” (não existem propriamente números decimais, mas apenas números racionais, que podem eventualmente ser representados por frações decimais ou numerais decimais). Parte inteira e parte decimal.(...)”
[portaria 23601 de 9 de Setembro de 1968; plano de estudos de matemática elementar para o ciclo preparatório (crianças de 10-12 anos)]

São estes os factos, quem souber mais e melhor que exponha, e sobretudo que colabore para que as coisas sejam diferentes, em particular no ensino da matemática para as crianças.











O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...