segunda-feira, 28 de março de 2016

Literatura com ciência lá dentro


Acabei de ler há pouco um livro que aconselho a quem aprecia a ciência: Extinção, de Kazuaki Takano (Casa das Letras) (não sei quem é o tradutor português, pois li a tradução inglesa). O livro é o desenvolvimento de uma ideia interessante: o aparecimento de uma nova espécie da família humana, dotada de uma inteligência muitíssimo mais apurada do que nós. A história desenvolve-se como um thriller, em três continentes -- África, EUA e Japão -- e é de leitura compulsiva, ideal para um bom fim-de-semana de leitura. Destaque para os comentários à irracionalidade dos dirigentes políticos dos EUA (uma delícia de ler) e para o tema subjacente do conflito entre a violência e a bondade humanas.

Takano é de uma erudição científica e filosófica notável, e surpreende pela positiva -- é comum na literatura ler disparates sempre que os romancistas fazem comentários a temas filosóficos, mas isso não acontece neste caso. Claro que Takano teve de tomar algumas liberdades artísticas com a ciência para a trama poder funcionar, mas é perfeitamente razoável e justifica-se pelo interesse do tema: como reagiriam os seres humanos perante a presença de seres muitíssimo mais inteligentes do que eles?

Vale a pena ler.


Sem comentários:

UM CRIME OITOCENTISTA

  Artigo meu num recente JL: Um dos crimes mais famosos do século XIX português foi o envenenamento de três crianças, com origem na ingestã...