Efectuei um inquérito de
opinião ao público em geral, com o objectivo de prospecionar qual o interesse
por assuntos de ciência e tecnologia e pela comunicação de ciência. O inquérito foi divulgado através da
internet, principalmente pelas redes sociais como seja o facebook. As respostas
ao inquérito foram recebidas entre Janeiro e Junho de 2014.
Responderam ao inquérito 654
indivíduos, sendo 64 % do sexo feminino e 36 % do masculino. As idades da maior
parte dos inquiridos distribuem-se da seguinte forma: 34 % entre os 35 e 44
anos; 29% entre os 25 e os 34 anos; 16% entre os 45 e os 54 anos; 11% entre os
18 e 24 anos.
A distribuição geográfica mostra
que 27% reside no distrito de Lisboa, 19% no distrito de Coimbra, 17% no
distrito do Porto, 9% no distrito de Aveiro, 5% no distrito de Braga e os
restantes um pouco por todo o país.
Em relação à formação académica verifica-se
que 83% possui um grau superior, dos quais 29% possui mestrado e 12%
doutoramento.
Surpreendentemente, 73% dos
inquiridos afirmam fazer comunicação de ciência no âmbito da sua profissão. 97%
procuram diariamente notícias sobre ciência e tecnologia, sendo que a internet
é o meio mais utilizado e preferido para esse acesso ao conhecimento. A rádio e
a televisão são os meios de comunicação social menos usados para obter
informação sobre ciência.
90% dos inquiridos considera que os
meios dedicados à comunicação de ciência em língua portuguesa são
insuficientes. Em relação ao espaço dedicado pelos órgãos de comunicação social
à ciência, 61% considera que ele é insuficiente e 36% muito insuficiente. No
que toca à qualidade da comunicação de ciência efectuada nos meios de
comunicação social portugueses, 66% considera que é razoável, 15% acha que é
boa contra 23% que a avalia como péssima.
Dos inquiridos, 71% dizem ter um
grande interesse por assuntos científicos. Destes 51% têm mais interesse por
ciência aplicada, 30% por ciência fundamental e 19% por tecnologia. A biologia
é a área científica que desperta mais interesse, seguindo-se os assuntos
ligados à saúde e à medicina. A matemática é a área a que é dispensado menos
interesse. No que toca às tecnologias, as que se aplicam ao ambiente e à saúde
são as que recebem mais atenção. A tecnologia associada à geologia é a que
desperta menos interesse.
Ao consultar conteúdos sobre
ciência na internet, os inquiridos usam maioritariamente sítios especificamente
dedicados à divulgação de ciência, sendo que as pesquisas no Google aparecem em
segundo lugar, seguidas dos jornais online. Os blogues surgem em quarto lugar e
a wikipedia em quinto.
O português e o inglês são
igualmente as línguas mais usadas por 89% dos inquiridos. Contudo, 23% dos
inquiridos também usa o espanhol e 22% o francês.
94% dos inquiridos são da opinião que
todos precisamos de ter bons conhecimentos básicos de ciência, enquanto que 5% consideram
que são os mais novos aqueles que devem ter preferencialmente esses
conhecimentos.
António Piedade
4 comentários:
Importante pesquisa António lê-se nível e dados bem reparo assuntos científicos contudo a internet firma- se em resposta e prepara engajada ferramenta cá auxilia leitura que textualmente acolhe de entusiasmo este vosso novo conceito surpreendente nem dúvida.
"Surpreendentemente, 73% dos inquiridos afirmam fazer comunicação de ciência no âmbito da sua profissão." - Eu não diria que é assim tão surpreendente, tendo em conta onde o inquérito foi publicitado e quem teria maior interesse em respondê-lo.
Cumprimentos,
Marinho Lopes
Caro Marinho
É surpreendente pois só 12% dos inquiridos afirmam ter uma actividade enquanto comunicador de ciência. Muitos professores, estudantes e investigadores indicam que fazem comunicação de ciência. E, quanto a mim, isto surpreende. Será que compreendem o que se quer dizer por comunicação de ciência? Ou será que só pelo facto de estarem de alguma forma ligados ao ensino de ciências acham que fazem comunicação de ciência?
Ah, sendo assim é estranho. Provavelmente essa percentagem não deverá ser muito fiável, pois deverá ser consequência de um mal-entendido.
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