quinta-feira, 26 de junho de 2014

Resultados do inquérito sobre o interesse na comunicação de ciência


Efectuei um inquérito de opinião ao público em geral, com o objectivo de prospecionar qual o interesse por assuntos de ciência e tecnologia e pela comunicação de ciência. O inquérito foi divulgado através da internet, principalmente pelas redes sociais como seja o facebook. As respostas ao inquérito foram recebidas entre Janeiro e Junho de 2014.

Responderam ao inquérito 654 indivíduos, sendo 64 % do sexo feminino e 36 % do masculino. As idades da maior parte dos inquiridos distribuem-se da seguinte forma: 34 % entre os 35 e 44 anos; 29% entre os 25 e os 34 anos; 16% entre os 45 e os 54 anos; 11% entre os 18 e 24 anos.

A distribuição geográfica mostra que 27% reside no distrito de Lisboa, 19% no distrito de Coimbra, 17% no distrito do Porto, 9% no distrito de Aveiro, 5% no distrito de Braga e os restantes um pouco por todo o país.

Em relação à formação académica verifica-se que 83% possui um grau superior, dos quais 29% possui mestrado e 12% doutoramento.

Surpreendentemente, 73% dos inquiridos afirmam fazer comunicação de ciência no âmbito da sua profissão. 97% procuram diariamente notícias sobre ciência e tecnologia, sendo que a internet é o meio mais utilizado e preferido para esse acesso ao conhecimento. A rádio e a televisão são os meios de comunicação social menos usados para obter informação sobre ciência.

90% dos inquiridos considera que os meios dedicados à comunicação de ciência em língua portuguesa são insuficientes. Em relação ao espaço dedicado pelos órgãos de comunicação social à ciência, 61% considera que ele é insuficiente e 36% muito insuficiente. No que toca à qualidade da comunicação de ciência efectuada nos meios de comunicação social portugueses, 66% considera que é razoável, 15% acha que é boa contra 23% que a avalia como péssima.

Dos inquiridos, 71% dizem ter um grande interesse por assuntos científicos. Destes 51% têm mais interesse por ciência aplicada, 30% por ciência fundamental e 19% por tecnologia. A biologia é a área científica que desperta mais interesse, seguindo-se os assuntos ligados à saúde e à medicina. A matemática é a área a que é dispensado menos interesse. No que toca às tecnologias, as que se aplicam ao ambiente e à saúde são as que recebem mais atenção. A tecnologia associada à geologia é a que desperta menos interesse.

Ao consultar conteúdos sobre ciência na internet, os inquiridos usam maioritariamente sítios especificamente dedicados à divulgação de ciência, sendo que as pesquisas no Google aparecem em segundo lugar, seguidas dos jornais online. Os blogues surgem em quarto lugar e a wikipedia em quinto.

O português e o inglês são igualmente as línguas mais usadas por 89% dos inquiridos. Contudo, 23% dos inquiridos também usa o espanhol e 22% o francês.

94% dos inquiridos são da opinião que todos precisamos de ter bons conhecimentos básicos de ciência, enquanto que 5% consideram que são os mais novos aqueles que devem ter preferencialmente esses conhecimentos.

António Piedade

4 comentários:

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Importante pesquisa António lê-se nível e dados bem reparo assuntos científicos contudo a internet firma- se em resposta e prepara engajada ferramenta cá auxilia leitura que textualmente acolhe de entusiasmo este vosso novo conceito surpreendente nem dúvida.

Unknown disse...

"Surpreendentemente, 73% dos inquiridos afirmam fazer comunicação de ciência no âmbito da sua profissão." - Eu não diria que é assim tão surpreendente, tendo em conta onde o inquérito foi publicitado e quem teria maior interesse em respondê-lo.

Cumprimentos,
Marinho Lopes

António Piedade disse...

Caro Marinho
É surpreendente pois só 12% dos inquiridos afirmam ter uma actividade enquanto comunicador de ciência. Muitos professores, estudantes e investigadores indicam que fazem comunicação de ciência. E, quanto a mim, isto surpreende. Será que compreendem o que se quer dizer por comunicação de ciência? Ou será que só pelo facto de estarem de alguma forma ligados ao ensino de ciências acham que fazem comunicação de ciência?

Unknown disse...

Ah, sendo assim é estranho. Provavelmente essa percentagem não deverá ser muito fiável, pois deverá ser consequência de um mal-entendido.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...