No filme L`Atalante de Jean Vigo, a cozinha e o quarto, dentro
do navio, do cómico, e ímpar e femeeiro Le père Jules (Michel Simon), está
também ela cheia de gatos, e ele diverte-se a afagá-los como se fossem
mulheres.
Em mecânica quântica, a interpretação de Copenhaga irritou Erwin
Schrödinger e levou-o
a imaginar uma experiência mental, onde dentro de uma caixa lacrada estava um
gato e um gás venífluo que seria libertado assim que uma amostra de núcleos radioactivos, com um determinado tempo
de Meia-Vida, começasse a decair. Ao fim de algum tempo há 50:50 de
possibilidades de o gás se libertar. Ele põe-nos então duas questões: O
que acontece ao gato se a caixa permanecer encerrada, e o que acontece ao gato
se a abrirmos? A resposta à segunda questão é óbvia: ele está vivo ou morto
(colapso da função de onda); todavia, para a primeira questão, ele está vivo e
morto, em simultâneo; isto é o paradoxo de Schrödinger. A perturbação de um sistema pela observação
ou medição é um dos pilares da interpretação de Copenhaga, os outros são a
dualidade da natureza da partícula-onda (a complementaridade) e a incerteza
numa medição quântica.
O poeta Vasco Graça Moura também convive com gatos. No seu poema
“variações sobre um gato”, um gatinho salta para o teclado do computador e
inadvertidamente escreve “ba”. Este facto deixa o poeta ensimesmado com a
possibilidade de no ecrã aparecer o nome “bach” e com a possibilidade do gatinho
ser sobredotado. É nesse momento que o retira do teclado para matar a curiosidade
do leitor, como quem diz basta ou chega.
Uma das novelas que mais gosto de John Steinbeck é Ratos e
Homens. Aqui, o autor compara os homens apanhados pela grande depressão,
vagueando de quinta em quinta, a ratos, mas fá-lo depreciativamente; no final, ele
deixa ao leitor a sentença para um homem deficiente e incapaz de controlar as
suas emoções, que acaba de assassinar acidentalmente uma mulher casada com o filho de um proprietário.
Gastos e de rastos, caminhamos, vamos, sonhamos, lemos….
2 comentários:
Adoro gatos. Tenho dois. O que escrevem no teclado do computador, não sei. O que sei é que por vezes apagam o trabalho que faço ou fazem a página andar quilómetros... a tecla do espaço é a maior. Neste momento metade do teclado está tapado pela cauda e parte da pata de um deles. Se isto é física quântica não faço ideia. A Alexandre Solnado diz que é a energia que está entre os electrões e o núcleo dos átomos e eu acredito, se é ela que o diz.
Continuo a preferir os gatos.
No próprio núcleo há a forças nucleares: a fraca e a forte.
Aconselho que procure a experiência de Feynman com a dupla fenda em "http://cpenelopefournier.com/index2_ficheiros/Page415.htm"
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