Use o soneto para odiar.
Use-o também para cozinhar.
Use-o para abanar o torpor.
E também serve para limpar nódoa,
quando ela tomba no nosso pano
e ali causa não pequeno dano:
o soneto, serve, então, de antinódoa!
O soneto presta-se a ir à guerra,
pra esborrachar as ventas ao tirano
e afocinhá-lo, com força, na terra!
Quando o tirano se põe ufano,
então o soneto caga-lhe em cima,
com gosto e porreiríssima rima!
Eugénio Lisboa
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