Por Eugénio Lisboa
Na falta de tema, recorro ao gato. O gato é inesgotável e os outros temas disponíveis, no mercado, não são. Como é que os grandes poetas passaram a vida a esbanjar talento com temas de carregar pela boca, havendo o gato?! Isto só confirma uma suspeita que sempre tive: os grandes poetas serão grandes, mas não são inteligentes. Ainda bem: deixaram o gato para eu recorrer a ele, sempre que me não apeteça falar de coisas menores e áridas.
OS PODERES DO GATO
Os gatos olham-nos com uma atenção
OS DIREITOS DO GATO
que só mesmo os gatos conseguem ter:
olhar de cognição ou de paixão?
Olhamos e ficamos sem saber!
Tudo, no gato, é misterioso:
o que ele faz e também o que não faz!
É inteligente e ardiloso
e nada de que não seja capaz!
Quando o gato decide o que quer,
não adianta nada resistir-lhe:
o gato acaba sempre por vencer,
como se fôssemos nós a pedir-lhe!
Os gatos têm poderes ocultos,
que dominam vontades e tumultos!
Eugénio Lisboa
Se a Declaração Universal
dos Direitos do Gato é pra valer,
isso quer dizer que em Portugal
todo o gato tem muito a haver!
Ela garante comida e colo,
bom aquecimento e também cama
e tudo conforme o protocolo
que o gato impõe e proclama!
Com Declarações destas, não se brinca
e, desta, o gato nunca se esquece:
lê-a com atenção e logo vinca
o parágrafo que mais lhe apetece!
Direitos são direitos e o gato
ganha,
em direitos, o campeonato!
Eugénio Lisboa
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